🎬 A River Stifled conquista o Leiria Film Fest 2025

Filme de Jingwei Bu vence Melhor Curta-Metragem e reforça vocação internacional do festival de Leiria

Leiria Film Fest celebrou este ano a sua 12.ª edição com uma selecção de curtas-metragens que cruzaram geografias, géneros e sensibilidades. O grande vencedor foi A River Stifled, uma obra do realizador chinês Jingwei Bu, que arrecadou o prémio de Melhor Curta-Metragem do Festival e ainda Melhor Curta de Ficção Internacional.

🌊 Uma história entre o degelo e o destino

A River Stifled conta a história de um jovem de 19 anos que é libertado de uma prisão numa cidade remota prestes a ser submersa pelo degelo. Entre o passado encarcerado e o futuro submerso, o filme mergulha nas tensões entre liberdade e destino, criando uma narrativa subtil e poética sobre o tempo, a culpa e o espaço em desaparecimento.

A vitória dupla confirma a força emocional da obra e a visão singular do seu realizador, num festival cada vez mais atento ao cinema que se faz fora dos grandes circuitos comerciais.


🇵🇹 Presença nacional com prémios em várias frentes

Na secção de Ficção Nacional, o vencedor foi Uma mãe vai à praia, de Pedro Hasrouny, uma curta que aborda com delicadeza a intimidade entre mãe e filho num cenário de memórias e silêncio.

No Documentário Internacional, venceu Inside, The Valley Sings, de Nathan Fagan (Irlanda), enquanto o prémio de Melhor Documentário Nacional foi para A mestra, de Silvana Torricella, um retrato comovente sobre o papel da educação em zonas esquecidas do país.

🎨 Animação e cinema jovem com força renovada

Na secção de Animação Internacional, destacou-se The Sleeplessness of Jutka, da polaca Maria Gorlich-Opyd. Já a Melhor Animação Nacional foi atribuída a Amanhã não dão chuva, de Maria Trigo Teixeira, um filme visualmente inventivo sobre ciclos climáticos e emocionais.

A Competição Infantil premiou Ups!, de Galvão Bertazzi e Luís Canau, enquanto o Prémio do Público foi para a produção ucraniano-britânica Forgotten Routes, de *Varta Arutiunian.

🎞️ Encerramento e celebração

Leiria Film Fest 2025 terminou no Teatro Miguel Franco, com a projecção dos filmes vencedores, consolidando-se como um dos festivais mais consistentes e relevantes para a promoção de curta-metragens em Portugal, tanto nacionais como internacionais.

⚽ Disney+ vai transmitir a Liga dos Campeões Feminina da UEFA até 2030

Plataforma entra em campo e aposta forte no futebol feminino europeu com 75 jogos por época em directo

A partir da época 2025/26, a Disney+ torna-se a casa oficial da Liga dos Campeões Feminina da UEFA em toda a Europa, substituindo a DAZN como detentora dos direitos de transmissão. O acordo, com duração de cinco anos, prolonga-se até 2030 e representa uma aposta de peso no crescimento e na visibilidade do futebol feminino ao mais alto nível.

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📺 Jogos em directo e sem custos adicionais

Serão transmitidos ao vivo e na íntegra 75 jogos por temporada através da plataforma Disney+, sem custos adicionais para os assinantes. A produção ficará a cargo da ESPN, com cobertura multilingue, comentários especializados e programas de análise pré e pós-jogo.

Para além da plataforma de streaming, um jogo por semana será também emitido em canal aberto em mais de 30 países, incluindo Portugal, através da parceria com a União Europeia de Radiodifusão (UER).

🏆 Novo formato para nova era

A competição adopta igualmente um novo formato a partir da próxima temporada: uma fase de liga com 18 equipas, seguida por eliminatórias até à final. A UEFA estima que a final possa atingir mais de 200 milhões de lares europeus, cimentando a Liga dos Campeões Feminina como uma das competições desportivas mais importantes do calendário anual.

💪 Uma jogada de mestre da Disney

Este acordo reforça a estratégia da Disney+ em diversificar os seus conteúdos, alargando o catálogo para além de séries e filmes e apostando em eventos desportivos de alto perfil. É também um sinal claro do crescimento exponencial do futebol feminino e do seu potencial de audiência global.

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Com transmissões acessíveis, produção de qualidade e uma nova estrutura competitiva, tudo indica que o futebol feminino europeu está a entrar numa nova era — e com toda a pompa que merece.

🎬 Como uma banheira ajudou Tarantino a obter os direitos de uma série western para Once Upon a Time in Hollywood

O insólito episódio que envolveu uma banheira de luxo e uma série esquecida dos anos 60

Once Upon a Time in Hollywood (2019) é, para muitos — incluindo o próprio Quentin Tarantino —, a sua obra mais madura e contemplativa. Uma carta de amor a uma Hollywood em extinção, o filme mistura ficção e realidade, reescreve a História e mergulha fundo na cultura televisiva e cinematográfica dos anos 60. Um dos detalhes mais curiosos da narrativa é a inclusão da série western Lancer, onde a personagem de Leonardo DiCaprio, Rick Dalton, interpreta um vilão no episódio piloto.

Mas incluir uma série real num filme de grande orçamento exige mais do que boa vontade: são precisos direitos legais, e foi aí que uma simples banheira com acesso facilitado entrou em cena.


🛁 A viúva de Lancer e a banheira salvadora

Os direitos de Lancer pertenciam à viúva de Samuel A. Peeples, criador da série. Quando a equipa de produção de Tarantino a contactou, não só ela se mostrou entusiasmada com a ideia de ver a obra do marido recriada, como recusou qualquer pagamento. O gesto altruísta poderia ter ficado por aí — mas Tarantino decidiu retribuir.

Como forma de agradecimento, a equipa ofereceu-lhe uma banheira walk-in de alta gama, ideal para pessoas com mobilidade reduzida. Foi instalada na sua casa como um presente simbólico, mas profundamente útil. Segundo relatos, a viúva ficou emocionada com a atenção e o gesto.

Infelizmente, acabaria por falecer antes da estreia do filme, mas não sem antes saber que a série criada pelo marido ganharia nova vida numa superprodução de Hollywood.


📺 Lancer: a série esquecida que voltou à ribalta

Criada nos anos 60, Lancer nunca atingiu o estatuto de Gunsmoke ou Bonanza, mas deixou marca suficiente para Tarantino a recuperar como uma das peças centrais da narrativa de Once Upon a Time in Hollywood. A série original seguia os irmãos Scott Lancer e Johnny Madrid Lancer (interpretados originalmente por Wayne Maunder e James Stacy) — no filme, os papéis foram actualizados por Luke Perry e Timothy Olyphant.

Para Tarantino, incluir Lancer foi mais do que uma piscadela: foi uma homenagem ao espírito dos westerns televisivos e aos actores que viveram à sombra do estrelato durante a transição para a Nova Hollywood.

🎞️ E agora, uma sequela na Netflix?

Segundo a imprensa americana, David Fincher e Brad Pitt estão a desenvolver uma sequela para a Netflix, que deverá decorrer nos anos 70 — período de viragem estética e cultural em Hollywood. Ainda não se sabe se novas referências obscuras como Lancer farão parte do enredo, mas se depender de Tarantino, nada está fora de hipótese.

“Não estou mais em negação”: Barry Keoghan revela vício, trauma e redenção

O ator irlandês Barry Keoghan revelou recentemente a sua luta contra o vício em drogas, uma batalha profundamente enraizada na sua infância marcada por tragédias familiares. Em entrevistas recentes, Keoghan partilhou que perdeu a mãe devido ao vício em heroína quando tinha apenas 12 anos. Após a morte da mãe, ele e o irmão passaram por 14 casas de acolhimento antes de serem criados pela avó. O ator também mencionou que perdeu outros membros da família, incluindo o pai, dois tios e um primo, devido ao abuso de substâncias.  

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Apesar de se tornar pai em 2022, Keoghan admitiu que continuou a lutar contra o vício. Ele reconheceu que a curiosidade o levou a experimentar drogas, mesmo sabendo dos riscos envolvidos. Em declarações, afirmou: “Não estou mais em negação. Entendo que tenho um vício e sou um viciado.”  

Keoghan também falou sobre as pressões de Hollywood e como isso contribuiu para o seu consumo de drogas. Ele revelou que tem cicatrizes físicas como resultado do uso de substâncias. No entanto, agora sente-se em paz, presente e responsável pela sua vida. O ator expressou gratidão pelo apoio recebido durante o processo de reabilitação, destacando a importância de aceitar o vício para iniciar a recuperação. 

Além de abordar o seu passado, Keoghan está focado no futuro, incluindo o seu papel como Ringo Starr nos próximos filmes biográficos dos Beatles dirigidos por Sam Mendes.  

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A coragem de Barry Keoghan em partilhar a sua história serve como um lembrete poderoso da importância da aceitação, do apoio e da recuperação na luta contra o vício.

🎥 8MM: Quando Nicolas Cage desceu ao inferno — e levou-nos com ele

O thriller mais sombrio de Joel Schumacher continua a perturbar, 25 anos depois

Há filmes que se recusam a oferecer conforto. 8MM (1999), realizado por Joel Schumacher, é um desses casos. Num mundo cinematográfico cheio de heróis bem-intencionados e finais redentores, esta descida aos porões da pornografia violenta e do voyeurismo doentio mantém-se como uma das propostas mais incómodas do final do século XX.

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Protagonizado por Nicolas Cage num registo contido e melancólico, o filme apresenta-nos Tom Welles, um detective privado aparentemente banal, casado, pai de família, e especialista em investigações discretas para clientes ricos. Mas tudo muda quando é contratado para verificar a autenticidade de um rolo de película 8mm onde, alegadamente, uma jovem mulher é assassinada num “snuff movie”. O que parecia um caso de rotina transforma-se rapidamente numa viagem aterradora aos meandros mais grotescos da indústria pornográfica underground.


Uma viagem sem retorno

A estrutura do filme assemelha-se a uma espiral: cada pista leva Welles mais fundo num mundo de predadores, vítimas e silêncios cúmplices. Joaquin Phoenix é a companhia perfeita nesta jornada, interpretando Max California, um empregado de videoclube sarcástico e resiliente, que guia Welles por este submundo depravado com doses equilibradas de humor negro e humanidade.

Schumacher opta por uma realização fria e claustrofóbica, onde a luz é rarefeita e o moralismo está ausente. O ambiente visual é carregado, opressivo, como se o próprio espectador estivesse a perder a inocência a par do protagonista. O ritmo lento serve a construção da tensão: quanto mais Welles investiga, mais se aproxima da sua própria ruína emocional.


Verdade ou exploração?

8MM foi fortemente criticado à época pela sua temática — não apenas por expor o tema dos “snuff films”, mas por sugerir que o horror é, muitas vezes, alimentado pela nossa própria curiosidade. A fronteira entre justiça e vingança, entre investigação e obsessão, torna-se cada vez mais ténue.

O argumento de Andrew Kevin Walker (que escreveu Seven) coloca perguntas difíceis: até onde estamos dispostos a ir para descobrir a verdade? E depois de a vermos, conseguiremos alguma vez voltar ao que éramos?

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Um thriller imperfeito, mas necessário

Se 8MM não é um filme fácil, também nunca pretende sê-lo. É um thriller sombrio, pessimista, e por vezes mesmo sensacionalista, mas levanta questões legítimas sobre o consumo de violência, o voyeurismo moderno e o custo humano da justiça. Nicolas Cage, num papel que lhe exige contenção e fúria controlada, está em sintonia com o desconforto que o filme provoca.

Passados 25 anos, continua a ser um título que desafia o espectador — a perguntar-se onde acaba o olhar e começa a cumplicidade. E isso, num mundo que ainda consome sofrimento como entretenimento, talvez faça de 8MM um filme mais actual do que nunca.

🎬 Wagner Moura: A Força Política e Artística de um dos Maiores Actores da Língua Portuguesa

De Salvador para o mundo: um percurso que une carisma, talento e coragem

Nascido em Salvador da Bahia em 1976, Wagner Moura construiu uma carreira marcada por escolhas ousadas, personagens intensas e uma impressionante capacidade de transitar entre o cinema, a televisão e o teatro, sempre com um compromisso artístico e político inabalável.

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🎭 Os primeiros passos no teatro e televisão

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, Wagner Moura começou por se destacar no teatro, onde consolidou a sua formação como actor. As primeiras aparições na televisão vieram no final dos anos 1990, com participações em novelas e séries brasileiras, mas foi no cinema que rapidamente se revelou uma estrela em ascensão.


🎥 O impacto de Tropa de Elite : um capitão chamado Nascimento

A consagração chegou com Tropa de Elite (2007), de José Padilha, onde interpretou o controverso Capitão Nascimento, um polícia do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) no Rio de Janeiro. O filme venceu o Urso de Ouro em Berlim e tornou-se um fenómeno cultural no Brasil, alimentando debates sobre violência policial, justiça social e corrupção.

Em Tropa de Elite 2 (2010), Moura retomou o papel, agora como coronel e secretário de segurança, aprofundando a complexidade da personagem e provando que não se tratava apenas de um sucesso pontual.


🌍 Hollywood e Narcos: a internacionalização

A carreira internacional de Wagner Moura ganhou impulso com papéis em produções como Elysium (2013), ao lado de Matt Damon e Jodie Foster, e Trash (2014), realizado por Stephen Daldry. No entanto, foi como Pablo Escobar na série Narcos (2015-2016), da Netflix, que se tornou uma figura global.

Apesar de não ser colombiano, Moura estudou espanhol intensivamente para o papel e entregou uma performance visceral que lhe valeu elogios da crítica e uma nomeação aos Globos de Ouro.


🎬 Actor, realizador e activista

Wagner Moura também enveredou pela realização. A sua estreia como realizador foi com Marighella (2019), um retrato biográfico de Carlos Marighella, guerrilheiro e poeta baiano que combateu a ditadura militar brasileira. O filme, protagonizado por Seu Jorge, enfrentou resistência política no Brasil e foi atrasado na distribuição nacional, tornando-se um símbolo de resistência cultural.


🏆 Cannes 2025: o reconhecimento consagrado

Em 2025, Wagner Moura atingiu um novo patamar ao vencer o prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes pelo seu papel em O Agente Secreto, de *Kleber Mendonça Filho. A sua interpretação de um académico em fuga durante os anos finais da ditadura brasileira foi aclamada como “profundamente comovente”.


🌟 Um actor com voz e consciência

Wagner Moura representa uma rara conjunção entre carisma popular e compromisso político. Nunca escondeu a sua militância, defende causas como os direitos humanos, a liberdade de expressão e a memória histórica. É um dos artistas brasileiros mais respeitados e um símbolo da força cultural do Sul Global.

Do Capitão Nascimento ao Pablo Escobar, de realizador engajado a vencedor em Cannes, Moura construiu uma carreira que é, ela própria, um acto político. E ainda agora está a aquecer.

🎬 Festival de Cannes 2025: Palma de Ouro para Jafar Panahi e dupla vitória brasileira com O Agente Secreto

Filme iraniano It Was Just an Accident leva o prémio máximo, enquanto Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho brilham com a produção luso-brasileira

O Festival de Cannes 2025 terminou com um palmarés marcado por escolhas politicamente carregadas, estreias intensas e um forte destaque para o cinema de língua portuguesa. O realizador Jafar Panahi foi galardoado com a Palma de Ouropela obra It Was Just an Accident, um drama clandestino filmado em Teerão e baseado em testemunhos reais de prisioneiros políticos.

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Panahi, que esteve preso até recentemente e filmou sem autorização, emocionou ao receber o prémio das mãos de Cate Blanchett, numa das cerimónias mais impactantes dos últimos anos. Foi também a primeira vez em 15 anos que o cineasta pôde comparecer presencialmente em Cannes.


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O Agente Secreto: duas distinções para o Brasil (e Portugal)

A produção O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, recebeu os prémios de Melhor Realização e Melhor Actor, este para Wagner Moura, pelo seu papel como um especialista em tecnologia em fuga da repressão durante a ditadura militar brasileira.

O filme, já distinguido com o prémio FIPRESCI da crítica internacional, foi aclamado pela sua densidade política e atmosfera de suspense. É também uma coprodução com Portugal (via Nitrato Filmes), tendo estreia prevista para breve nas salas portuguesas.

🏆 Outros destaques do palmarés oficial:

  • Grande PrémioSentimental Value, de Joachim Trier, com Renate Reinsve e Stellan Skarsgård
  • Prémio do Júri (ex aequo):
    • Sirât, de Oliver Laxe
    • Sound of Falling, de Mascha Schilinski
  • Melhor ActrizNadia Melliti por La Petite Dernière, no papel de Fatima, jovem muçulmana a descobrir a sua sexualidade
  • Melhor ArgumentoJeunes Mères, dos irmãos Dardenne
  • Prémio Especial do JúriResurrection, de Bi Gan
  • Câmara de OuroThe President’s Cake, de Hasan Hadi (Iraque)
  • Menção HonrosaMy Father’s Shadow, de Akinola Davies Jr.
  • Melhor Curta-MetragemI’m Glad You’re Dead Now, de Tawfeek Barhom
  • Menção Honrosa (Curta)Ali, de Adnan Al Rajeev

🎥 Cinema português sem prémios nas curtas

As curtas-metragens Arguments in Favor of Love, de Gabriel Abrantes, e A Solidão dos Lagartos, de Inês Nunes, ficaram fora do palmarés. Ainda assim, a presença portuguesa foi sentida através da coprodução de O Agente Secreto e na performance premiada de Cleo Diára (em Un Certain Regard).

⚡ Uma edição marcada por apagões e diversidade

A cerimónia de encerramento decorreu sob tensão, após um apagão de cinco horas e meia em Cannes causado por um acto de sabotagem. O Palácio do Festival manteve-se operacional graças ao seu próprio gerador.

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O júri, presidido por Juliette Binoche, contou com nomes como Halle BerryJeremy StrongHong Sang-sooPayal Kapadia e Carlos Reygadas — um grupo plural que reflectiu a diversidade cultural e estética do palmarés entregue.

👗 Juliette Binoche encerra Cannes 2025 com estilo descontraído e elegância à francesa

A presidente do júri surpreendeu na cerimónia de encerramento com um visual inesperado, depois de doze dias de moda arrojada e sofisticada na Croisette

Juliette Binoche, uma das figuras mais queridas e respeitadas do cinema europeu, voltou a provar que o seu estilo é tão versátil quanto o seu talento. Na cerimónia de encerramento do Festival de Cannes 2025, que decorreu no dia 24 de Maio, a actriz e presidente do júri apresentou-se com um visual inesperado: descontraído, desportivo, mas irrepreensivelmente elegante.

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🧥 Um look “chic casual” para fechar com leveza

Para a grande noite, Binoche optou por uma longa saia plissada azul noite, salpicada de pérolas e pequenos cristais. A peça foi complementada por um cinto preto com fivela prateada, a evocar os mesmos tons dos detalhes da saia.

O destaque maior, no entanto, foi o inesperado bomber com capuz, da mesma cor da saia, que cobria um t-shirt branco com gola vermelha — uma combinação ousada e confortável que desafiou os códigos formais habituais da passadeira vermelha. As mangas do casaco foram arregaçadas até aos cotovelos, conferindo à actriz um ar ligeiramente desportivo, quase irreverente, sem perder classe.

No que toca a acessórios, minimalismo absoluto: apenas uns pequenos brincos prateados. Sem relógio. Sem pulseiras. Sem pretensões.


🎨 Cores, texturas e assinatura: o estilo de uma presidente com personalidade

Ao longo das doze noites do festival, Juliette Binoche mostrou-se entusiasta pelas cores ousadas e pelos contrastes. Vestiu Jacquemus em tons de amarelo manteiga, arrasou com um conjunto Gucci que misturava vermelho vivo, verde e roxo, e brilhou com um clássico vestido de seda escarlate no jantar de abertura.

Mas foi no dia 13 de Maio, durante a cerimónia de abertura do festival, que encantou todos os presentes com uma vestido branco imaculado da Dior, a lembrar os tempos de Trois Couleurs: Bleu, onde se afirmou como um ícone do cinema europeu.


✨ Aos 61, estilo intacto — e autoridade incontestada

Juliette Binoche encerrou Cannes 2025 como o começou: com graça, confiança e autenticidade. A sua escolha de roupas revelou não só sensibilidade estética, mas também uma recusa em se submeter às convenções do que “deve” vestir uma presidente do júri. Como sempre, fez à sua maneira. E brilhou.

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🎬 Wagner Moura conquista Cannes com “O Agente Secreto”

Actor brasileiro vence prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes 2025 pelo papel de Marcelo, um académico em fuga durante a ditadura militar brasileira

O actor brasileiro Wagner Moura foi distinguido com o prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes 2025 pela sua interpretação no filme O Agente Secreto, realizado por Kleber Mendonça Filho. O filme também arrecadou o prémio de Melhor Realização, consolidando-se como uma das obras mais aclamadas desta edição do festival. 

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🕵️‍♂️ Um thriller político ambientado nos anos 70

O Agente Secreto é um thriller político que se desenrola em 1977, durante os anos finais da ditadura militar no Brasil. A história acompanha Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um professor universitário que se vê forçado a fugir de São Paulo para Recife após se tornar alvo do regime autoritário. Em Recife, Marcelo procura reencontrar o filho e acaba envolvido numa rede de espionagem e conspirações políticas. 


🎭 Uma performance aclamada pela crítica

A actuação de Wagner Moura foi amplamente elogiada pela crítica internacional. O jornal The Guardian descreveu o filme como “um brilhante drama brasileiro sobre um académico em fuga nos anos 70”, destacando a performance de Moura como “profundamente comovente e convincente”.  


🎉 Uma ovação de pé em Cannes

A estreia mundial de O Agente Secreto em Cannes foi recebida com uma ovação de pé de 13 minutos, um dos momentos mais memoráveis do festival deste ano. O filme foi amplamente aclamado pela sua abordagem estilizada e crítica à repressão política da época, misturando elementos de suspense, drama e sátira. 

🇧🇷 Um marco para o cinema brasileiro

A vitória de Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho em Cannes representa um marco significativo para o cinema brasileiro no cenário internacional. Ambos já haviam colaborado anteriormente em projectos que exploram temas sociais e políticos do Brasil, e O Agente Secreto reforça essa parceria criativa. 

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📅 Estreia nos cinemas

O Agente Secreto tem estreia prevista nos cinemas brasileiros ainda em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes. Em Portugal, ainda não foi confirmada uma data oficial de estreia para O Agente Secreto, mas é expectável que o filme chegue às salas nacionais no segundo semestre de 2025, após o circuito de festivais internacionais e da estreia no Brasil.Nos Estados Unidos, o filme será distribuído pela Neon, enquanto no Reino Unido, Índia e restante da América Latina, a distribuição ficará a cargo da MUBI.