A BBC Está com a Carteira Mais Leve: Estação Pública Enfrenta Crise de Financiamento Sem Precedentes

📺💸 Nem a BBC escapa aos cortes — e a coisa está feia. A estação pública britânica acaba de divulgar o seu plano estratégico anual para 2025/2026 e não se escondeu atrás de formalismos: enfrenta “um desafio sem precedentes” para continuar a financiar os seus conteúdos. E não é para menos — desde 2010, perdeu mil milhões de libras em receitas anuais. Sim, leu bem: mil milhões. Em euros? Cerca de 1.194 mil milhões. Quase dá para produzir três filmes do Nolan e ainda sobra para uns quantos documentários com o David Attenborough.

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A BBC explica que esta crise deve-se, em parte, à diminuição dos acordos de coprodução com estações e empresas globais. No meio de um mercado cada vez mais competitivo, as grandes alianças internacionais parecem estar a secar, deixando a velha senhora da televisão britânica a fazer contas com os trocos.

“Ou há financiamento, ou há cortes”

No seu relatório, a BBC lança um apelo direto ao governo britânico: quer um financiamento “suficiente e confiável” que permita manter o nível e a ambição dos seus conteúdos. Caso contrário, o recado é claro — sem dinheiro, não há Shakespeare à hora do chá, nem séries históricas com sotaque impecável.

A estação lembra que o seu modelo de financiamento está sob pressão, com a principal fonte de receita a ser o clássico imposto de televisão, pago por todas as famílias no Reino Unido. Mas num mundo onde o streaming reina, e onde os jovens acham que “televisão” é só o ecrã onde ligam a consola, é fácil perceber que o modelo está a precisar de um bom “reboot”.

A concorrência que nunca dorme (e custa caro)

A BBC continua a produzir alguns dos melhores conteúdos televisivos a nível mundial — desde Doctor Who a Happy ValleyPeaky Blinders ou os icónicos documentários da BBC Earth. Mas enquanto as plataformas de streaming nadam em orçamentos gigantescos (e nos dados pessoais dos utilizadores), a estação pública depende de financiamento fixo e regras rígidas.

E isso levanta uma questão cada vez mais urgente: como se compete com Netflix, Amazon, Disney+ e companhia, quando se está a perder poder de compra todos os anos? Como se continua a produzir conteúdos relevantes, diversificados e de qualidade sem cortar nos orçamentos, nas equipas ou — pior — na criatividade?

O futuro da BBC: clássico ou remake?

Para já, o plano estratégico deixa a porta aberta a mais parcerias, a reforçar a presença digital e — quem sabe — a uma reavaliação do modelo de financiamento. Mas há uma nota de urgência que atravessa todo o documento: sem ação, os próximos anos podem ser difíceis.

E isto não é apenas um problema britânico. A saúde financeira da BBC é um espelho de um dilema que afeta todas as televisões públicas na era do streaming: como sobreviver num mundo onde o entretenimento está a um clique de distância, mas o financiamento… nem por isso?

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Para os amantes de cinema e séries, resta esperar que a magia da BBC não se perca pelo caminho — porque todos precisamos de uma estação pública que nos continue a emocionar, informar e, de vez em quando, fazer rir com aquele humor tipicamente britânico.

Adeus ao Guerreiro de Ação: Morreu Richard Norton, Lenda dos Filmes de Artes Marciais e de Ação

🎬🥋 O cinema de ação perdeu um dos seus maiores guerreiros. Morreu Richard Norton, ator australiano, artista marcial e coordenador de duplos que marcou presença em mais de 70 filmes e trabalhou com alguns dos maiores nomes do género. Tinha 75 anos.

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A notícia foi confirmada no domingo, dia 30 de março, pela esposa, Judy Green, através de uma emotiva publicação no Instagram. “Estou devastada, não tenho palavras, perdi tudo”, escreveu, acrescentando: “Sei que há, e haverá muito amor e choque por termos perdido este ser humano incrível. O amor da minha vida.”

A causa da morte não foi divulgada, mas a comoção no mundo do cinema foi imediata. Amigos e colegas prestaram homenagens a este verdadeiro titã da indústria — um homem que tanto enfrentava vilões no ecrã como desenhava cenas de luta de cortar a respiração atrás das câmaras.

De Mad Max a Jackie Chan: um currículo de lenda

Richard Norton pode não ter sido um nome tão mediático como algumas das estrelas com quem trabalhou, mas era uma presença absolutamente essencial nos bastidores (e muitas vezes à frente das câmaras) de clássicos da ação.

Foi coordenador de duplos em filmes como Mad Max: Estrada da Fúria e O Esquadrão Suicida, onde trabalhou diretamente com o realizador James Gunn. Aliás, foi o próprio Gunn quem lhe prestou uma sentida homenagem nas redes sociais:

“Era um homem australiano durão, mas doce, com uma calorosa gargalhada e um milhão de histórias sobre todos os seus anos a fazer filmes.”

Richard também trabalhou com Jackie ChanChuck Norris, e muitos outros nomes de peso. Norris, de resto, partilhou igualmente a sua dor com o público:

“Estou absolutamente de coração partido com a perda do meu querido amigo e irmão. As memórias maravilhosas que partilhámos vão ficar guardadas para sempre no meu coração.”

Um ícone das artes marciais com coração de ouro

Além do seu trabalho técnico e artístico, Norton era um verdadeiro mestre das artes marciais, tendo conquistado vários cinturões pretos e criado a sua própria abordagem ao combate cénico. Mas apesar da sua imagem de “durão”, era conhecido nos bastidores pela sua gentileza, bom humor e espírito de camaradagem.

Com uma carreira que atravessou décadas, Richard Norton contribuiu decisivamente para elevar a fasquia das cenas de ação no cinema, tanto em Hollywood como na Ásia, especialmente nas suas colaborações com o cinema de Hong Kong.

Um legado que permanece

O mundo do cinema perde não apenas um especialista de ação, mas um apaixonado pela sétima arte. Um homem que tratava o combate como coreografia e os filmes como forma de vida. Um verdadeiro samurai de Hollywood.

🎥 Fica a memória de uma carreira repleta de energia, profissionalismo e paixão — e claro, daquelas cenas de pancadaria que continuam a arrancar aplausos nos serões de cinema lá em casa.

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Obrigado por tudo, Richard. O grande ecrã vai sentir a tua falta, mas a tua lenda continua a dar murros certeiros no coração dos fãs. 🥋🎬

Morreu Yves Boisset: o Realizador Francês que Fez do Cinema uma Arma Política

🎬 Yves Boisset, um dos mais combativos e politicamente comprometidos realizadores do cinema francês do século XX, morreu aos 86 anos, deixando para trás uma carreira que misturou cinema de género com denúncia social de forma destemida e nada convencional.

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O cineasta faleceu esta segunda-feira, após vários dias internado no hospital franco-britânico de Levallois-Perret. Foi a própria família que anunciou a sua morte, encerrando assim um capítulo importante da história do cinema europeu — daqueles que nunca teve medo de incomodar os poderosos.


🧨 Cinema a estourar com política

Se o cinema fosse um ringue de boxe ideológico, Yves Boisset teria saído de lá sempre com sangue no nariz… mas sem nunca abandonar a luta. Ficou especialmente conhecido nos anos 70, década onde assinou algumas das suas obras mais marcantes, sempre com uma lupa apontada para os podres da sociedade.

Um dos seus filmes mais emblemáticos é Dupont Lajoie (1975), que por cá chegou com o sugestivo título Férias Violentas. Baseado em crimes reais com motivações racistas, o filme chocou, dividiu opiniões e até provocou ameaças durante as filmagens. Mas ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival de Berlim e entrou directamente para a história do cinema político europeu.


🕵️‍♂️ Terrorismo, colonialismo e… Schwarzenegger?

Outro murro no estômago foi L’Attentat (O Atentado, 1972), sobre o assassínio do opositor marroquino Mehdi Ben Barka, com Jean-Louis Trintignant. E em R.A.S. (1973), Boisset foi um dos primeiros a tocar no tema ainda sensível da Guerra da Argélia. A extrema-direita não perdoou e as autoridades censuraram várias cenas. Nada mal para um cinema que “não tem nada a relatar” (como ironizava o título original).

Mas nem tudo foi polémica política. Boisset também venceu… Hollywood! Em 1983, lançou Le prix du danger (O Preço do Escândalo), um thriller distópico sobre um jogo televisivo onde pessoas comuns lutam até à morte. Soa familiar? Pois, o senhor Arnold Schwarzenegger e a 20th Century Fox acharam que era uma boa ideia fazer The Running Man (O Gladiador, 1987) — e Boisset ganhou um processo por plágio. Touché.


🎥 Entre espiões, guerra e televisão

Boisset não parou nos anos 80, onde dirigiu nomes como Lino Ventura (O Regresso do Espião), Lee Marvin (Ventos de Violência) e Lambert Wilson (Bleu comme l’enfer). E ainda encontrou tempo para um raro momento de delicadeza com Um Táxi Cor de Malva (1977), com Philippe Noiret e Charlotte Rampling.

Cansado dos constantes entraves no cinema, virou-se para a televisão nos anos 90, mas sem abdicar do olhar crítico. Destaque para L’Affaire SeznecL’Affaire Dreyfus e Le Pantalon, que mostravam o mesmo compromisso social com outros meios.


📚 “A vida é uma escolha”

Assim se chamava a autobiografia que lançou em 2011 — La vie est un choix. Um título que diz tudo sobre quem foi Yves Boisset: um homem que escolheu o cinema como campo de batalha, mas também como espelho desconfortável da sociedade.

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Nunca foi o favorito da crítica mais conservadora, nunca foi simpático para os poderes instituídos, e provavelmente é por isso que hoje vale a pena lembrar o seu nome. Yves Boisset não fazia filmes para nos adormecer — fazia filmes para nos acordar.