Festival Cinéma du Réel consagra “Little Boy” e deixa Portugal de mãos a abanar — mas com dignidade 🎬🇫🇷

Num universo de 37 filmes a disputar a glória em Paris, foi “Little Boy”, do veterano James Benning, que saiu vitorioso no Cinéma du Réel, o prestigiado festival francês dedicado ao cinema documental. Apesar da forte presença lusófona com duas produções de origem portuguesa, nenhuma trouxe troféu para casa. Mas calma, que o festival foi tudo menos um desperdício.

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A 47.ª edição do evento, que decorreu no mítico Centre Pompidou, continua a ser uma das grandes montras do documentário contemporâneo. E se há coisa que ficou clara nesta edição de 2025, é que o mundo está a ser filmado por todos os ângulos — dos subúrbios de Paris às ruas de Moçambique, das memórias pessoais às cicatrizes globais.

O grande vencedor: um “rapazinho” com muita bagagem

Com uns respeitáveis 82 anos de idade, o realizador norte-americano James Benning levou para casa o Grande Prémio Internacional de Cinema com “Little Boy”, título que alude à bomba atómica lançada sobre Hiroshima — e que, pelas palavras de quem já viu, oferece mais reflexão do que destruição. Benning continua a ser uma força contemplativa no cinema experimental, e este prémio reforça a sua relevância ao fim de cinco décadas de carreira.

Mas não foi só ele a dar nas vistas.

Prémios em dobro e um monólogo colectivo

A categoria principal acabou por distinguir dois outros filmes ex aequo:

• “In the Manner of Smoke”, de Armand Yervant Tufenkian,

• e “Monólogo Colectivo”, de Jessica Sarah Rinland.

E o prémio de melhor filme francês foi para “Lumière de mes yeux”, de Sophie Bredier, uma obra intimista que emocionou o júri. Já na categoria de música original, o galardão foi para Jeff Parker, pela banda sonora de “Evidence”, de Lee Anne Schmitt — jazz sofisticado ao serviço da imagem.

E Portugal? Bem representado, mas sem estatueta 🐓

Maureen Fazendeiro, realizadora francesa radicada em Lisboa (e já com créditos firmados com “A Metamorfose dos Pássaros”), entrou em competição com “Les Habitants”, uma curta luso-francesa sobre tensões e solidariedades nos subúrbios de Paris. Produzida pela Uma Pedra no Sapato, o filme mistura documentário com ficção e colocou a lupa sobre um tema quente: a chegada de uma comunidade cigana a uma vila nos arredores da capital francesa.

Já Ico Costa, que continua a filmar entre África e Portugal, levou a concurso a sua longa-metragem “Balane 3”, um retrato documental da vida quotidiana em Inhambane, Moçambique. Produzida pela Terratreme Filmes, em coprodução com a francesa La Belle Affaire Productions, é um filme sensorial e político que merecia, no mínimo, uma menção honrosa (na nossa modesta opinião).

Os destaques nas curtas — e que nomes!

A secção de curtas-metragens revelou novos talentos e premiou obras com nomes quase poéticos:

• “Selegna Sol”, de Anouk Moyaux

• “Notes of a Crocodile”, de Daphne Xu

• “About the Pink Cocoon”, de Binyu Wang

Sim, é isto que nos encanta no Cinéma du Réel: a diversidade estética, cultural e até linguística. Entre cocons cor-de-rosa e crocodilos de bolso, a criatividade está vivíssima.

Documentar para resistir e imaginar

A edição de 2025 reforçou a vocação política e poética do festival. As obras em competição mostraram que o documentário está longe de ser uma arte “menor” — pelo contrário, é o olho atento do mundo, um espelho (às vezes rachado) que reflete desde as feridas coloniais até os bairros esquecidos, passando pela espiritualidade urbana e o íntimo das famílias.


Portugal não ganhou, mas ficou na fotografia 📸🇵🇹

Mesmo sem prémios, a presença portuguesa voltou a marcar pontos. Produções comprometidas, com voz autoral, e uma crescente reputação no circuito internacional. E isso, convenhamos, também é vitória. E como diz o povo: “o que é nacional é bom” — e, às vezes, vai a Paris e volta com aplausos (mesmo que sem troféu).

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“Percebes” Arrebata o Grande Prémio da Monstra — e Conquista os Corações do Público! 🐚🎬

O Festival de Animação de Lisboa – Monstra celebrou 25 primaveras com pompa, criatividade, muitos bonequinhos em movimento e, claro, uma mariscada emocional. Quem levou para casa o Grande Prémio Vasco Granja – SPA foi a curta-metragem “Percebes”, realizada por Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, um filme que está, literalmente, a dar que falar em todo o lado onde passa.

E como se não bastasse o prémio máximo do júri, também o público se rendeu: “Percebes” venceu o prémio de melhor curta na votação dos espectadores. É o raro caso em que o gosto popular e a crítica especializada se sentam lado a lado — e brindam com um copo de vinho branco e um prato de percebes, claro está.

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“Percebes”: um mar de emoções (e prémios)

Esta curta-metragem, que tem vindo a somar distinções cá dentro e lá fora, esteve entre os finalistas na corrida para os Óscares de 2025 e já arrecadou galardões em festivais como Otawa, Bucareste, Melgaço (onde se come bem, diga-se), e no Vistacurta de Viseu. Não é exagero dizer que se tornou num dos filmes portugueses mais celebrados do último ano — e com justiça.

Com uma linguagem visual poética, traço expressivo e um sentido de ritmo apurado, “Percebes” é mais um exemplo do que o cinema de animação português tem para dar. E sim, a dar está ele — e muito.

Outros vencedores que também brilharam

O festival, como sempre, foi um verdadeiro buffet animado de talento. Entre os premiados, destacam-se:

• “Sanatório sob o Signo da Clepsidra”, dos irmãos Quay, venceu o Grande Prémio de Longas – RTP, reforçando a reputação dos mestres da animação artesanal e onírica.

• “Homens Bonitos”, de Nicolas Keppens, arrebatou o Grande Prémio de Curtas – RTP, com uma história que navega entre a insegurança masculina e a solidariedade inesperada.

• Na competição nacional, “Amanhã não dão chuva”, de Maria Trigo Teixeira, recebeu o Prémio Especial do Júri, e “The Hunt”, de Diogo Costa, uma menção honrosa.

• Entre as obras mais curtas (as famosas “Curtíssimas”), “Pratos Vazios”, de Gerser Gelly e Sasha Ramírez, e “Oh”, de Clara Trevisan, Juan Maria León, Nan-Tung Lin e Tata Managadze, levaram os principais troféus.

• Na secção infanto-juvenil Monstrinha, venceu “O Rally do Rumble-Bumble”, e os pequenos grandes jurados também premiaram “TPC – Trabalho de Casa” e “Tabby McTat”.

Homenagens e olhos postos no futuro

Nesta edição redonda, o festival homenageou duas figuras de peso da animação europeia: o estónio Priit Pärn e o português Manuel Matos Barbosa, nome incontornável do CINANIMA e da promoção do cinema de animação em Portugal.

E para quem já está com saudades da Monstra (nós incluímo-nos nesse grupo), a organização já revelou que a Letónia será o país convidado na próxima edição. Alerta para mais animação fora da caixa — e, quem sabe, alguma vodka para brindar 🎉


25 anos a dar vida aos desenhos

Com sessões, oficinas, debates, exposições e masterclasses, a Monstra 2025 espalhou-se por toda Lisboa, com o Cinema São Jorge a ser o centro do furacão criativo. Um verdadeiro festival para quem vê a animação como arte maior — e não apenas como coisa de miúdos.

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Parabéns à equipa da Monstra e a todos os premiados, especialmente às criadoras de “Percebes”, que provaram que há cinema português com garras, talento… e casca!

O Verdadeiro E.T. Vai a Leilão — E o Preço Está Fora Deste Mundo! 👽💸

Preparem os vossos corações cinéfilos (e carteiras recheadas, se as tiverem): um modelo original do E.T. usado no clássico de 1982 realizado por Steven Spielberg está oficialmente à venda… e não é nada barato! A casa de leilões Sotheby’s, em Nova Iorque, lançou o artefacto numa licitação online que promete atrair fãs de todo o mundo — e talvez até de outras galáxias 🌌.

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Um Ícone de Borracha e Magia

Com pouco mais de um metro de altura, o modelo pertenceu à coleção pessoal de Carlo Rambaldi, o lendário mestre dos efeitos especiais práticos que conquistou três Óscares, entre eles precisamente pelo adorável alienígena de olhos doces e dedo brilhante que ensinou o mundo a dizer “E.T. phone home.” 📞

Este modelo específico foi um dos três utilizados nas filmagens principais do filme e é uma verdadeira cápsula do tempo — uma lembrança física de uma era dourada de Hollywood onde os efeitos visuais ainda eram feitos à mão, com látex, fios e muita paciência. Segundo Cassandra Hatton, representante da Sotheby’s, esta peça representa “a arte de uma era passada” e é “uma peça icónica de nostalgia”.

Quanto Custa Um Amigo Intergaláctico?

A estimativa atual ronda os 600.000 a 900.000 dólares (ou seja, entre 550.000 e 830.000 euros). Nada mau para um boneco com vocação para ficar escondido no cesto das bicicletas 🚲👽. Mas atenção: num leilão anterior em 2022, um boneco animatrónico do E.T. atingiu os 2,6 milhões de dólares, o que torna esta versão “estática” quase uma pechincha por comparação (sim, rimo-nos para não chorar).

A venda faz parte de um leilão dedicado ao trabalho de Carlo Rambaldi, que também inclui modelos dos vermes da areia de “Dune”, do filme de David Lynch. Portanto, se E.T. não for a vossa onda, sempre podem tentar levar para casa um bicho gigante do deserto. Cada um com os seus gostos. 🐛

Onde e Quando?

A venda decorre online até ao dia 3 de abril. Quem quiser ter este tesouro em casa (ou escondido na arrecadação, porque é bem grandinho), tem até lá para licitar.


Afinal, quanto vale a infância?

Num tempo em que se digitaliza tudo, em que os efeitos especiais são criados com cliques e algoritmos, ter um pedaço palpável da magia prática de Spielberg e Rambaldi é quase como poder tocar na nossa infância. Ou, vá, pelo menos no nariz luminoso dela.

Se o E.T. vos emocionou — como a muitos de nós — talvez seja reconfortante saber que a sua imagem ainda continua viva, querida… e disputada. Mesmo que a maior parte de nós tenha de se contentar em revê-lo no sofá, com uma mantinha e um pacote de pipocas.

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Morreu Richard Chamberlain, o galã de milhões de lareiras e o eterno padre Ralph de “Os Pássaros Feridos”

É o fim de uma era televisiva: Richard Chamberlain, um dos rostos mais icônicos da televisão norte-americana nas décadas de 60, 70 e 80, morreu no passado sábado, no Havai, aos 90 anos, na véspera do seu 91.º aniversário. Segundo o seu agente, a causa da morte foram complicações de um AVC.

Chamberlain ficou imortalizado como o elegante Dr. Kildare, mas foi como o padre Ralph de Bricassart em “Os Pássaros Feridos” que conquistou os corações (e suspiros) de milhões de espectadores. Um verdadeiro ídolo global, foi alcunhado de “rei das minisséries”, estatuto que consolidou com “Shogun”, “Centennial” e a já mencionada adaptação do romance de Colleen McCullough, uma saga romântica que ainda hoje faz correr lágrimas nos ecrãs de televisão por todo o mundo.

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O ator, nascido George Richard Chamberlain em 1934, em Beverly Hills, tinha inicialmente ambições artísticas nas artes plásticas, mas acabou rendido ao palco depois de regressar do serviço militar na Guerra da Coreia. E ainda bem: com um charme inato, olhar penetrante e voz aveludada, não tardou a conquistar os estúdios de Hollywood.

(Original Caption) Richard Chamberlain, Actor, as he appears in the television series Dr. Kildare.

“Dr. Kildare” (1961–1966) foi o seu bilhete dourado. A personagem do jovem médico idealista tornou-se um fenómeno cultural e sexual, com multidões de fãs — sobretudo femininas — a suspirar pelos seus olhos azuis e bata branca. Entre 1963 e 1965 foi eleito três vezes consecutivas pela revista Photoplay como a estrela masculina mais popular da América.

A sua carreira não se ficou pela televisão. No cinema, brilhou em produções como “A Torre do Inferno”, “Os Três Mosqueteiros”, “A Louca de Chaillot” e “Os Amantes da Música”, onde interpretou o compositor Tchaikovsky.

Mas foi com as minisséries — um gênero quase extinto — que se tornou figura de culto. “Shogun” (1980), passada no Japão feudal, foi uma superprodução que lhe valeu um Globo de Ouro e consagrou a sua versatilidade. Três anos depois, com “Os Pássaros Feridos” (1983), entrou no imaginário coletivo como o padre católico dividido entre a fé e o desejo proibido por Meggie Cleary (Rachel Ward). O drama foi visto por mais de 100 milhões de pessoas.

Com o declínio do formato, Chamberlain regressou ao teatro, onde se destacou em “My Fair Lady” e “The Sound of Music”, revelando uma potente voz de tenor.

Nos anos 2000, voltou esporadicamente ao ecrã com participações em séries como “Will & Grace”, “The Drew Carey Show” e “Touched by an Angel”.

Discreto quanto à sua vida pessoal, Richard Chamberlain assumiu publicamente a sua homossexualidade apenas em 2003, aos 69 anos, desafiando o estigma que durante décadas toldou a sua liberdade de expressão pessoal. Um gesto de coragem que cimentou ainda mais o seu legado.

A morte de Richard Chamberlain deixa um vazio em todos os que cresceram ao som das suas músicas, dos seus romances proibidos e dos dramas intensos que protagonizou com elegância clássica. Com três Globos de Ouro e uma carreira marcada por dignidade, talento e uma beleza que atravessou gerações, foi muito mais do que um galão. Foi um ator completo.

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Descanse em paz, Padre Ralph. Nunca nos esqueceremos dos “olhos que sorriam com tristeza”.

Ridley Scott troca o Coliseu por… banda desenhada! Bem-vindos ao estranho mundo de Modville

🎬🦾 Se achavas que já tinhas visto tudo de Ridley Scott — de romanos ensanguentados a replicantes existenciais, passando por alienígenas com muito mau feitio — prepara-te: o mestre do épico cinematográfico está agora a criar… novelas gráficas! E não, Modville não é o novo spin-off de Blade Runner, apesar das semelhanças tentadoras.

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O anúncio foi feito na WonderCon 2025, em Anaheim, onde a editora Mechanical Cake revelou que Modville será lançada com pompa e circunstância via Kickstarter, numa luxuosa edição de capa dura. E sim, Scott está envolvido até aos circuitos na criação deste universo distópico passado em 2169 — mas atenção, ele próprio garante: isto não é cinema, é banda desenhada mesmo.

Onde estamos? Nova Orleães. Quando? 2169. Quem? Andróides com cabelo e dentes humanos 😬

O projeto, criado por Jesse Negron, leva-nos até Modville, um bairro sombrio de Nova Orleães habitado por “mods” — Humanos Artificiais com aspeto indistinguível de um humano real. Sim, têm pele, dentes, cabelo… tudo. Tudo exceto alma, talvez?

Mas não estamos a seguir o percurso cliché dos “robôs que querem sentir”. A história foca-se em Hawthorne, um humano com stress pós-traumático que trabalha a reviver memórias alheias — de assassinos e vítimas, veja-se bem — graças a uma tecnologia um tanto ou quanto invasiva. A ele junta-se Ema, uma mod adolescente com seis dias de memórias apagadas. Mistério? Check. Misticismo? Também. Paranoia futurista? Tudo a postos.

Blade Runner? Nem pensar, diz Negron.

Apesar das parecenças óbvias — andróides, identidade, futuro sombrio — Negron insiste que isto não tem nada a ver com o universo de Roy Batty e companhia. E acredita-se: aqui há uma energia mais próxima do gótico sulista, com Nova Orleães como palco e uma vibe que mistura ficção científica com uma certa melancolia noir.

Aliás, o ano escolhido, 2169, não foi ao calhas: segundo os criadores, haverá uma “moda retro dos anos 50” a começar em 2150, que depois descamba para o apocalipse moral e social. Tudo muito animador, portanto.

Oito volumes, uma mota problemática e… sem filme à vista!

Está planeada uma série de oito livros, com cerca de 200 páginas cada, e o primeiro já está pronto. Para promover Modville, Negron até construiu uma mota eletromagnética, que acabou por lhe render duas multas por estacionamento em Los Angeles… apesar de ser só um adereço! “Foi multado porque não registámos a mota — que nem funciona!”, disse, entre risos.

E se te estás a perguntar: Mas Ridley Scott vai fazer disto um filme? A resposta é clara como uma manhã em Marte: não.Pelo menos, para já. Os criadores querem que a história viva como novela gráfica — crua, direta, visualmente ousada e sem compromissos hollywoodianos.

Uma WonderCon recheada de novidades e cosplays

A revelação de Modville foi só uma das muitas cerejas em cima do bolo nerd desta WonderCon, que serviu de aquecimento para a Comic-Con de San Diego. Por lá falou-se de Star Wars, da terceira temporada de Invincible, de novos projetos de “O Senhor dos Anéis”, e ainda houve espaço para a 11.ª edição da Women Rocking Hollywood, dedicada à representação feminina na indústria.

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E nós? Já estamos a contar os dias para mergulhar neste novo universo distópico com o selo de qualidade Scott. Se há coisa que sabemos, é que quando Ridley Scott se mete numa coisa, raramente é aborrecida.

Stephen Graham e a lição mais valiosa de Hollywood: “É bonito ser bonito”

🎥 Quando pensamos em histórias de ascensão em Hollywood, geralmente imaginamos um casting meticulosamente preparado, uma lista de agentes ao telefone e audições de cortar a respiração. Mas Stephen Graham? Ele tropeçou literalmente num dos papéis mais icónicos da sua carreira… por engano.

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Tudo começou com Snatch – Porcos e Diamantes, de Guy Ritchie. Graham nem sequer ia a audição. Estava só a acompanhar um amigo, como quem vai só ver se a fila anda depressa. Mas o realizador olhou para ele e disse, com aquele charme tipicamente britânico: “Queres tentar também?” Resultado? “Começas na segunda-feira.” Sim, foi assim simples.

E foi nesse set que conheceu Brad Pitt, que, em vez de se refugiar numa caravana cheia de toalhas egípcias e smoothies orgânicos, estava sentado no chão. Pitt olhou para o jovem Graham e perguntou, com um sorriso que provavelmente poderia vender seguros de vida:

“Como estás? Isto é divertido, não é?”

Mas não ficou por aí. Pitt largou uma daquelas frases que mudam uma carreira:

“Tens muitas personagens dentro de ti. Consigo ver isso.”

📽️ Desde então, os dois mantêm uma amizade sólida – o tipo de coisa rara em Hollywood, onde as amizades duram menos que um contrato de streaming gratuito.

Mas Stephen Graham não ficou por aí. Pelo caminho, cruzou-se com nomes como Leonardo DiCaprio, durante Gangs of New York, e Al Pacino, em The Irishman. E o que é que estes ícones têm em comum? Surpresa: zero ego. Nada de exigências ridículas ou exigência de baldes de Skittles por cor. Pelo contrário, receberam-no como igual, trocaram ideias sobre a vida, o ofício de representar e até a sociedade.

E é aí que Graham revela o verdadeiro segredo da sua longevidade na indústria: ser humano antes de ser estrela. Ele lembra-se das palavras da mãe (e aqui vai uma salva de palmas para as mães sábias):

“Maneiras não custam nada. É bonito ser bonito.”

Uma frase que podia muito bem ser o slogan do próximo Oscar, não achas?

Hoje, com uma carreira recheada de papéis intensos, colaborações com os maiores nomes do cinema e um estatuto de “ator dos atores”, Graham continua a guiar-se por aquela máxima simples: respeito, humildade e autenticidade.

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E no meio de uma indústria onde o brilho dos holofotes pode cegar até o mais talentoso, talvez o maior ensinamento seja mesmo este: o verdadeiro talento brilha mais quando vem acompanhado de empatia.

🎬 Helen Mirren Contra a 007 Feminina: “James Bond É Um Produto de Profundo Sexismo”

Num momento em que Hollywood continua a repensar as suas franquias mais icónicas à luz de uma nova sensibilidade social, Helen Mirren surge com uma opinião firme — e nada consensual — sobre o legado de James Bond.

Em entrevista ao The Standard, a atriz britânica, que se prepara para voltar a contracenar com Pierce Brosnan em MobLandafirmou ser contra a ideia de transformar o agente secreto mais famoso do cinema numa mulher. Não por falta de feminismo — bem pelo contrário.

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“O conceito de James Bond é encharcado e nasce de um profundo sexismo”, declarou Mirren com a franqueza que a caracteriza.

🤵‍♂️ Um ícone problemático?

Apesar de elogiar generosamente os seus colegas de profissão, incluindo Brosnan, de quem se diz “uma enorme fã”, e Daniel Craig, que classifica como “um homem gracioso e amável”, Mirren não poupa críticas à franquia que eles ajudaram a imortalizar:

“Nunca gostei de James Bond. Nunca gostei da forma como as mulheres eram tratadas nesses filmes”, afirmou.

De facto, durante grande parte das suas seis décadas de existência, a saga do agente 007 foi marcada por uma imagem de masculinidade hegemónica e um tratamento superficial ou hipersexualizado das personagens femininas. Embora Craig tenha contribuído para uma versão mais introspectiva e emocionalmente complexa do espião, a própria natureza da personagem — um homem sedutor, impiedoso e quase sempre no centro do universo — permanece enraizada num arquétipo masculino tradicional.

👩‍🎤 Uma mulher Bond? Não, diz Mirren

Num tom surpreendente, a atriz revelou que não está de acordo com a proposta de criar uma versão feminina de James Bond, apesar de ser uma das mais respeitadas defensoras da visibilidade feminina no cinema:

“Prefiro ver histórias reais de mulheres que trabalharam como espiãs. Mulheres que existiram e foram incrivelmente corajosas, como as da Resistência Francesa. São essas histórias que deviam ser contadas.”

Mirren não vê numa 007 feminina uma vitória simbólica para as mulheres, mas antes uma forma de reciclar uma estrutura problemática com um verniz progressista. Para a veterana atriz, a solução não está em ocupar lugares desenhados para homens, mas em construir novos espaços narrativos com base na verdade e na autenticidade histórica.

🎥 A identidade de Bond: recomeçar ou reinventar?

Estas declarações surgem numa altura de incerteza sobre o futuro da franquia Bond. Após a saída de Daniel Craig em No Time to Die, os estúdios Amazon MGM assumiram o controlo criativo numa transação avaliada em mil milhões de dólares, prometendo “repensar o futuro da saga”.

Produtores como Amy Pascal e David Heyman foram anunciados como os novos rostos da liderança criativa da série, mas o novo ator (ou atriz?) para o papel continua por confirmar. As especulações têm sido muitas: de Idris Elba a Aaron Taylor-Johnson, passando por nomes femininos como Lashana Lynch, que chegou a interpretar uma agente com o código 007 no último filme da saga.

Será que o futuro de Bond passará por uma reinvenção total? Ou será que, como sugere Mirren, o melhor caminho é deixar morrer o passado — e contar novas histórias sobre heroínas reais e inspiradoras?

A posição de Helen Mirren pode parecer conservadora à primeira vista, mas talvez seja o contrário. Ao rejeitar a ideia de uma “Bond mulher”, não está a defender o status quo — está a exigir mais ambição narrativa para as personagens femininas. Em vez de adaptar um molde masculino, propõe que se criem novas mitologias protagonizadas por mulheres, inspiradas em histórias reais de coragem, inteligência e ação.

É uma crítica ao gesto simbólico fácil — aquele que pinta uma personagem masculina com tons femininos apenas para cumprir uma quota — sem questionar verdadeiramente as estruturas de poder e representação que sustentam essas narrativas há décadas.

E isso, diga-se, é uma verdadeira chamada à ação para os argumentistas e produtores do presente.

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💥 Arianna Rivas e Jason Statham Lado a Lado em A Working Man: “Senti-me Libertada”

Num género muitas vezes dominado por protagonistas masculinos, A Working Man chega para abanar as convenções dos filmes de ação. E se Jason Statham continua a ser o rosto impassível da vingança implacável, Arianna Rivas é a revelação que rouba os holofotes — punho cerrado, algemas nos pulsos e a ferocidade de quem recusa ser uma vítima.

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“Senti-me libertada. Senti-me poderosa, senti-me forte, senti-me radiante”, declarou Rivas à Variety, sobre o momento em que combate lado a lado com Statham na reta final do filme.

Realizado por David Ayer e coescrito por Sylvester StalloneA Working Man é mais do que outro thriller testosterónico. Aqui, a suposta “donzela em perigo” transforma-se numa guerreira decidida, mesmo quando o plano de filmagens muda em cima da hora.

🛠️ Statham em modo martelo, Rivas como lâmina afiada

No filme, Levon Cade (Statham) é um ex-militar que troca o campo de batalha por uma vida pacata na construção civil. Mas quando Jenny (Rivas), a filha adolescente do seu chefe, é raptada por uma rede de tráfico humano, Levon regressa ao campo de batalha — agora urbano.

O que ninguém esperava era que a jovem Jenny recusasse ficar no papel de espectadora: no clímax, Rivas e Statham combatem juntos, com sangue, suor e cumplicidade.

“Eles olham um para o outro e é como se dissessem: ‘Não foste só tu a proteger-me. Eu também te protegi a ti’”, revela Eddie J. Fernandez, coordenador de duplos e também ator no filme.

🎬 Uma revelação em ascensão

Apesar de jovem, Rivas entrou no projeto com uma mentalidade determinada. Fã de clássicos de ação, não hesitou quando viu o nome de Stallone no e-mail: “Foi como um sinal. Sempre adorei a história dele com o Rocky — se ele conseguiu, eu também consigo”.

O resultado? Quatro meses intensivos de treino físico, coreografias e quedas, sempre com antecedência nos ensaios. Fernandez destaca: “Ela é bonita, talentosa, jovem e destemida. Dizia-lhe para estar no ginásio a uma hora e ela já lá estava a aquecer antes do tempo.”

🔥 Técnica, emoção… e improviso

Curiosamente, a sequência mais marcante de Rivas no filme quase não existia da forma como a vemos. Por limitações no calendário de filmagens, a produção teve de reinventar o confronto final entre Jenny e a vilã Artemis (Eve Mauro), onde Rivas combate de mãos algemadas acima da cabeça.

“Foi a cena mais difícil. Sentia-me uma peixe fora de água. Tínhamos ensaiado uma luta durante quatro meses… e no fim mudámos tudo em 24 horas. Mas foi incrível quando conseguimos”, partilhou a atriz.

Ainda assim, o momento sobreviveu graças à química entre os dois protagonistas e à emoção crua que transparece no ecrã. “Estavam os dois exaustos, mas davam tudo. Foi mágico vê-los olhar um para o outro naquela cena”, acrescenta Fernandez.

👊 Representação feminina que não precisa de permissão

O mais importante? Rivas não está ali para ser salva. Está ali para salvar. Para lutar. Para marcar a diferença.

“Só ver o Jason lançar um murro já era uma aula de representação”, admite a atriz. “Como é que se faz parecer forte sem realmente magoar alguém? Onde é que está o peso? Fiquei fascinada.”

Essa curiosidade e entrega refletem-se numa performance que não só desafia as normas dos filmes de ação, mas também aponta para um futuro onde as mulheres não são apenas secundárias — são parte essencial da pancadaria, da narrativa e da vitória.

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👻 “The Woman in the Yard”: A Nova Aposta de Terror da Blumhouse Que Pode Salvar 2025

Depois do tropeço com Wolf Man, a Blumhouse pode finalmente ter encontrado o seu primeiro sucesso de bilheteira do ano com The Woman in the Yard, o novo filme de terror psicológico que já começou a destacar-se nas bilheteiras norte-americanas.

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Com um orçamento contido e uma história arrepiante que mistura luto, alucinação e ameaça sobrenatural, este novo título poderá reverter a má sorte do estúdio — e devolver-lhe o trono do horror de baixo custo com grande impacto.

🕯️ Sinopse: O terror instala-se… no jardim

Realizado por Jaume Collet-Serra (OrphanHouse of Wax, e mais recentemente Carry-On), The Woman in the Yardsegue a história de Ramona, interpretada por Danielle Deadwyler, uma mulher que ainda está a recuperar de um grave acidente de viação que vitimou o seu marido.

A sua frágil estabilidade emocional é abalada pela súbita aparição de uma estranha figura feminina vestida de preto que se instala no jardim da sua casa e anuncia de forma enigmática: “Hoje é o dia.”

A partir desse momento, o quotidiano de Ramona transforma-se num pesadelo de dúvida, paranóia e ameaça, com a narrativa a explorar com inteligência os limites entre o trauma psicológico e o terror sobrenatural.

🎬 Um arranque promissor (e potencialmente lucrativo)

De acordo com os primeiros dados da bilheteira, The Woman in the Yard arrecadou cerca de 9 milhões de dólares no seu fim de semana de estreia nos EUA, o que representa um início encorajador — sobretudo tendo em conta o orçamento de apenas 12 milhões.

O filme estreou na mesma semana de títulos como A Working Man (15.6 milhões), Snow White (13.7 milhões, segunda semana), e The Chosen: Last Supper Part 1 (12 milhões), e conseguiu posicionar-se em quarto lugar no top norte-americano, o que é notável dado o peso promocional dos concorrentes.

🧛‍♂️ Um contraste com o falhanço de Wolf Man

Este sucesso discreto surge depois de Wolf Man, uma ambiciosa reinterpretação moderna do monstro da Universal realizada por Leigh Whannell, ter falhado redondamente. Apesar de um orçamento de 25 milhões, o filme só arrecadou 34.9 milhões globalmente — e sofreu uma queda de audiência de 70% na segunda semana, sinal de má recepção por parte do público.

The Woman in the Yard, com custos mais controlados e melhores reações iniciais, não precisa de tanto para ser considerada um sucesso. Se conseguir ultrapassar a marca dos 30 milhões nas próximas semanas — o valor que garantiria rentabilidade — poderá dar à Blumhouse o seu primeiro “hit” do ano.

💡 Terror eficaz, orçamento enxuto: a fórmula Blumhouse

Desde o fenómeno Paranormal Activity, que rendeu mais de 890 milhões com orçamentos irrisórios, a Blumhouse tornou-se sinónimo de terror inteligente e financeiramente sustentável. Casos recentes como M3GAN (181M contra 12M), Get Out (Óscar de Melhor Argumento Original), e Five Nights at Freddy’s (297M contra 20M), mostraram que o estúdio sabe como transformar medo em milhões.

Ainda é cedo para dizer se The Woman in the Yard atingirá esse patamar, mas tudo indica que estamos perante um regresso à boa forma, depois do tropeço inicial com Wolf Man.

🔮 Expectativas para o futuro

O que The Woman in the Yard representa vai além de números: é a validação de que o terror psicológico intimista ainda tem um enorme apelo junto do público — especialmente quando equilibrado com boas interpretações e uma atmosfera claustrofóbica bem trabalhada.

Danielle Deadwyler, que já se tinha destacado em Till e The Harder They Fall, é aqui uma protagonista intensa e vulnerável, o que ajuda a elevar a tensão emocional do filme.

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Com um segundo fim de semana decisivo a aproximar-se, e com a crítica a dar sinais positivos, The Woman in the Yardpoderá muito bem tornar-se um dos grandes sleeper hits de 2025.

🎬 Hollywood Une-se em Defesa de Hamdan Ballal Após Ataque e Detenção: “Um Ataque a Quem Ousa Contar Verdades Inconvenientes”

Numa carta aberta que já correu o mundo, mais de 500 nomes de peso da indústria cinematográfica — entre eles Joaquin PhoenixSandra OhEmma ThompsonAva DuVernayPenélope Cruz e Richard Gere — assinaram um contundente apelo à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Em causa está a detenção e alegado espancamento do cineasta palestiniano Hamdan Ballal, vencedor do Óscar de Melhor Documentário 2024 por No Other Land.

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O realizador foi recentemente atacado por colonos israelitas e detido por forças militares na Cisjordânia — um incidente que, segundo vários ativistas e testemunhas no terreno, ocorreu enquanto Ballal estava a ser assistido numa ambulância, após ter sido agredido por um grupo de 10 a 20 pessoas com pedras, paus, janelas partidas e pneus cortados.

🏆 Um Óscar que se tornou escudo… e alvo

A carta dos artistas começa com um apelo claro:

“Condenamos o ataque brutal e a detenção ilegal de Hamdan Ballal. Ganhar um Óscar não é fácil, sobretudo sem campanhas milionárias nem grandes distribuidoras. O facto de ‘No Other Land’ ter vencido é prova da sua importância.”

Mas o verdadeiro alvo do protesto é a inércia da própria Academia, acusada de ter emitido uma declaração “vazia”, que não mencionava sequer o nome do realizador nem o filme, optando por uma posição ambígua num momento em que o apoio seria crucial.

“É indefensável que uma organização premie um filme numa semana e falhe em defender os seus realizadores semanas depois.”

A acusação é clara: não se trata apenas de proteger um cineasta, mas sim o direito de todos os artistas a contar histórias difíceis sem medo de represálias.

🎥 Um documentário incómodo — e urgente

No Other Land foi realizado por Hamdan Ballal e Basel Adra, dois palestinianos residentes na Cisjordânia, em colaboração com os israelitas Abraham e Rachel Szor. A obra acompanha, ao longo de quatro anos, a demolição sistemática de casas palestinianas na região de Masafer Yatta, após a decisão de um tribunal israelita em 2019 declarar a área como zona militar.

Desde a estreia na Berlinale 2023, os realizadores mantêm presença activa nas redes sociais, denunciando e documentando novos episódios de violência — o que, segundo muitos observadores, terá tornado Ballal um alvo cada vez mais visado.

📢 “O silêncio da Academia é ensurdecedor”

A carta termina com uma declaração contundente:

“A vitória no Óscar colocou a vida desta equipa em perigo crescente. Não iremos ficar calados quando a segurança de artistas está em jogo.”

O caso já suscitou reações internacionais e poderá ter impacto duradouro na forma como instituições culturais se posicionam em contextos políticos complexos. A carta não poupa críticas à falta de coragem da Academia, que no seu silêncio diplomático parece ter esquecido que o cinema documental vive da exposição da verdade, mesmo quando incómoda.

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Para os signatários — entre eles alguns dos nomes mais respeitados do cinema mundial —, defender Hamdan Ballal é defender a integridade artística de toda uma indústria.

🎖️ Warfare: Alex Garland regressa com o seu filme mais brutal e intenso desde Ex Machina

O novo filme do realizador e argumentista Alex Garland, Warfare, ainda nem estreou e já está a deixar críticos sem fôlego — e espectadores de olhos bem abertos. Com uma impressionante pontuação de 94% no Rotten Tomatoes, a obra já é considerada por muitos como o melhor filme de guerra dos últimos anos, e talvez o trabalho mais impactante de Garland desde o aclamado Ex Machina (2014).

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Descrito como um verdadeiro assalto aos sentidos, Warfare é tudo menos um típico filme de guerra: é um mergulho imersivo, claustrofóbico e visceral, que acompanha em tempo real uma unidade de Navy SEALs norte-americanos numa missão infernal por território inimigo. A realização é partilhada com Ray Mendoza, ex-operacional das forças especiais cuja experiência pessoal dá à obra um realismo quase documental.

🎬 Uma experiência sensorial de cortar a respiração

A crítica tem sido praticamente unânime na aclamação do filme — tanto pela sua execução técnica como pela intensidade emocional. O The Hollywood Reporter descreve-o como:

“Garland em forma máxima e com um domínio técnico deslumbrante. Provavelmente o seu melhor filme desde Ex Machina.”

Já o jornal The Times eleva ainda mais a fasquia:

“É um filme tão difícil de ver quanto de esquecer. Um pesadelo percussivo, um blitz sensorial, um ataque direto à alma.”

A composição visual e sonora de Warfare tem sido comparada a uma experiência quase física. É cinema de combate no seu estado mais cru: sem glamour, sem heróis invencíveis, sem filtros.

🎖️ Um elenco de peso para um filme sem distrações

Garland reuniu um grupo de atores talentosos para dar corpo (e alma) à sua visão:

• Cosmo Jarvis (Shōgun),

• Will Poulter (The Bear),

• Joseph Quinn (Stranger ThingsFantastic Four),

• Noah Centineo (The Recruit).

O filme segue estes soldados ao longo de uma única e implacável missão, e é precisamente essa escolha narrativa — tempo real, sem pausas — que o distingue de outros títulos do género. Não há subplot romântico, nem diálogos moralizantes: só o caos, o medo, a adrenalina e o desgaste.

⚠️ Nem tudo são aplausos — e talvez seja mesmo essa a intenção

Apesar da aclamação, algumas críticas apontam fragilidades no argumento. EJ Moreno escreveu:

“Tantos elementos funcionam, mas o guião minimalista quase desmorona sob o seu próprio peso. Ainda assim, é um trabalho sólido e com atuações poderosas.”

FandomWire considera o filme uma experiência interessante, mas falha em alguns pontos:

“Tem o coração no lugar certo, mas nem tudo resulta como devia.”

Mas será essa ausência de estrutura clássica realmente uma falha? Ou é simplesmente mais uma prova da ambição formal e da coragem estética de Garland?

🧟‍♂️ Próximo desafio: regressar ao mundo dos infectados

Para os fãs do realizador, há mais boas notícias: Garland volta a colaborar com Danny Boyle em 28 Years Later, sequela do icónico 28 Days Later, com estreia marcada para 20 de junho. O elenco inclui Jodie ComerAaron Taylor-JohnsonRalph Fiennes, e as expectativas estão altíssimas para este regresso ao universo infetado que marcou uma geração.

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Até lá, Warfare estreia a 11 de abril, e promete ser uma das experiências cinematográficas mais intensas de 2024. Não é apenas um filme de guerra — é uma prova de resistência emocional.

🚨 Revolução em Streaming: Amazon Sacode a Liderança e Jennifer Salke Sai de Cena!

O mundo do streaming está em constante mutação, mas a última mexida vinda da Amazon parece digna de um guião de thriller corporativo. Jennifer Salke, até agora chefe da Amazon MGM Studios, está de malas feitas. E não, não é para protagonizar uma série sobre o assunto (ainda que dá uma ideia jeitosa). A sua saída levanta várias sobrancelhas em Hollywood e não são poucas as especulações sobre o que correu mal.

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Apesar de elogiada oficialmente por Mike Hopkins (chefe da Prime Video), a verdade é que a Amazon decidiu “achatar” a estrutura de liderança e Salke não será substituída. A partir de agora, os chefes dos estúdios de cinema e televisão da Amazon vão reportar directamente a Hopkins. É uma jogada de limpeza de casa? Ou um sinal claro de que algo não estava a correr como esperado?

A carreira de Salke na Amazon começou em 2018 com a promessa de fazer o Prime Video voar para fora da bolha dos dramas de autor e chegar às massas. E até que conseguiu uns quantos hits: “Reacher”, “Jack Ryan”, “The Boys” e o mais recente “Fallout”. Mas a coisa não correu sempre sobre rodas…

O caso mais emblemático? “The Rings of Power”. Um investimento de mais de mil milhões de dólares que prometia ser o novo fenómeno mundial, mas que acabou por ficar aquém das expectativas. E se isto não bastasse, “Citadel” – o grande plano da Amazon para criar um universo global de espionagem – foi ainda pior: um orçamento colossál, reshoots intermináveis e uma recepção morna.

Ah, e não nos esqueçamos do dossier explosivo… James Bond. Desde a compra da MGM, a Amazon tem tido dificuldades em meter o agente secreto de volta ao terreno. Fontes indicam que Barbara Broccoli, a guardiã da saga, não ficou muito impressionada com a abordagem dos executivos da Amazon. A cereja no topo do bolo? Alegadamente, Bezos ficou tão irritado com a reportagem do Wall Street Journal sobre o caso que exigiu mudanças imediatas na liderança.

Ainda assim, Salke não desaparece do radar. Vai criar a sua própria produtora com um contrato de “first-look” com a própria Amazon. Ou seja, sai pela porta da frente… mas continua com chave do sótão.

Resta saber se esta reestruturação trará os resultados desejados. O Prime Video continua a lutar por relevância numa guerra cada vez mais disputada onde a Netflix lidera com mão de ferro e a Disney+ se cola nos calcanhares.

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A ver vamos se o próximo capítulo da Amazon vai ser uma história de redenção à la “Jack Ryan” ou mais um flop à la “Citadel”. Uma coisa é certa: o streaming continua a ser um palco onde ninguém está a salvo do próximo corte de câmera.