“The Sting”: O Golpe Perfeito que Quase Ficava na Gaveta

🎩💼 Em 1973, estreava nos cinemas The Sting (A Golpada), uma das obras-primas do cinema americano. Passados mais de 50 anos, o filme continua a ser uma referência no género de comédia policial, um exemplo de argumento engenhoso e de realização precisa — e tudo isso por muito pouco não ficou enterrado no fundo de uma pilha de guiões rejeitados.

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A história do sucesso de The Sting começa antes das câmaras começarem a rodar. O argumento original de David S. Ward, inspirado pelas suas pesquisas sobre carteiristas e burlões, foi um verdadeiro golpe de mestre. O guionista explicou que nunca tinha visto um filme sobre vigaristas que operassem com esquemas tão elaborados e que decidiu preencher essa lacuna.


A Arte da Burla (e do Argumento)

O desafio de Ward foi encontrar o equilíbrio perfeito entre o que o público deveria saber e o que devia ser ocultado. Como ele próprio disse, “os espectadores não precisam de saber todos os pormenores do esquema, mas têm de sentir que estão dentro do jogo”. A chave seria criar vilões bem definidos, heróis com carisma e uma teia de enganos complexa, mas compreensível.

Foram precisos mais de doze meses a reescrever e ajustar o argumento. Ward queria que o espectador se sentisse cúmplice da vigarice, e não apenas um observador passivo. A ideia de uma espécie de “irmandade subterrânea de burlões” que se juntam para um grande golpe e depois desaparecem como sombras foi uma das grandes inovações da narrativa.


O Guião Perdido que Valia Ouro

E se o argumento é hoje considerado uma obra-prima, isso deve-se em parte a um golpe de sorte (ou de visão): Rob Cohen, futuro realizador de Fast & Furious, encontrou o guião no chamado slush pile — a pilha de textos não solicitados que, na maioria das vezes, nunca são lidos.

Na altura, Cohen era apenas um leitor de guiões para o agente Mike Medavoy. Quando leu The Sting, ficou extasiado e escreveu na sua análise: “É o grande guião americano… será um filme vencedor de prémios, com um grande elenco e um grande realizador.” Medavoy desafiou Cohen: “Se não o venderes, estás despedido.” No mesmo dia, a Universal comprou o guião. Cohen ainda hoje tem a sua análise original emoldurada no escritório.


Paul Newman, Redford e a Magia do Duplo Golpe

O guião original tinha a personagem Henry Gondorff como um burlão envelhecido, decadente e alcoólico. Mas quando Paul Newman entrou no projeto, Ward foi rápido a adaptar a personagem para lhe dar o brilho e o protagonismo que merecia. Afinal, esta era a segunda colaboração de Newman com Robert Redford, depois do sucesso de Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969), e Hollywood sabia que esta dupla tinha ouro nas mãos.

Newman, que sempre fora aconselhado a evitar comédias por não ter o “toque leve”, agarrou a oportunidade com unhas e dentes. Queria provar que era tão bom a fazer rir como a emocionar. O resultado? Um desempenho carismático, elegante e absolutamente cativante.


Um Vilão com Dor Real e Óscar Negado

Outro ponto alto do filme é o vilão Doyle Lonnegan, interpretado pelo magnético Robert Shaw. Curiosamente, o realizador George Roy Hill queria inicialmente Richard Boone para o papel, mas foi Newman quem insistiu em enviar o guião a Shaw, que estava a filmar na Irlanda. Shaw aceitou o papel… e trouxe consigo um detalhe que viria a marcar a personagem: uma mancada genuína.

Pouco antes do início das filmagens, Shaw escorregou num campo de handebol e lesionou os ligamentos de um joelho. Em vez de atrasar a produção, decidiu incorporar o andar manco na personagem — uma nuance que só tornou Lonnegan ainda mais imponente.

Infelizmente, Shaw não foi nomeado para o Óscar de Melhor Ator Secundário, segundo consta por ter exigido que o seu nome aparecesse nos créditos logo a seguir aos de Newman e Redford, antes do título do filme. Uma exigência ousada… e penalizadora.


Um Golpe Clássico

The Sting ganhou sete Óscares, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Argumento Original. É uma obra de precisão narrativa e charme irresistível, com uma banda sonora inesquecível que ressuscitou o ragtime de Scott Joplin para uma nova geração.

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É também um exemplo raro de como talento, sorte e alguma teimosia podem transformar uma ideia aparentemente esquecida numa das maiores joias do cinema clássico.


🎬 Se ainda não viste The Sting, faz parte da tua formação cinéfila obrigatória. E se já viste… volta a ver. Afinal, a arte da burla nunca sai de moda — sobretudo quando é feita com este nível de mestria.

A Verdade Por Trás de Die Hard: Quando McTiernan Quase Disse “Não” ao Maior Filme de Ação de Sempre

🎬 “Yippee-ki-yay, motherf**r.” A frase é lendária. O filme, também. Mas o que muitos não sabem é que Die Hard – Assalto ao Arranha-Céus (1988) esteve mesmo para não acontecer como o conhecemos — e que o seu realizador, John McTiernan, rejeitou o projeto várias vezes antes de ceder.

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Na verdade, McTiernan achava o argumento original demasiado negro e violento. Terrorismo, reféns, execuções a sangue-frio… tudo isso criava um tom que ele considerava “nasty”, pesado e sem espaço para o tipo de entretenimento que o público ansiava nos anos 80. Foi apenas quando lhe deram liberdade para reescrever o tom do filme, suavizando algumas passagens e introduzindo momentos de humor (muitos deles improvisados por Bruce Willis), que McTiernan aceitou a cadeira de realizador.


Um Estilo Europeu no Coração de Hollywood

Para tornar Die Hard mais do que apenas mais um filme de ação, McTiernan tomou uma decisão crucial: contratou o diretor de fotografia Jan de Bont, conhecido pelo seu trabalho com Paul Verhoeven. O objetivo? Dar ao filme uma “sensibilidade europeia” na forma como a câmara se movimenta.

Não é coincidência que tantas cenas do filme tenham aquele movimento envolvente da câmara em torno das personagens — uma técnica que McTiernan chamava de “movimento pela emoção”. Para o realizador, a câmara não devia seguir apenas o movimento físico, mas o sentimento da cena. Este cuidado com a fluidez e ritmo visual está na base do porquê de Die Hard ainda hoje parecer fresco, intenso e cinematograficamente elegante.

McTiernan ia mais longe: muitas transições no filme ocorrem entre cenas em locais diferentes, mas ligadas por movimentos de câmara idênticos, criando uma sensação de continuidade visual notável.


Explosões Reais e Decisões Que Fizeram História

Outro dado fascinante: a maioria das explosões exteriores do Nakatomi Plaza foram reais. Foram filmadas com cargas controladas no verdadeiro edifício Fox Plaza, em Los Angeles, e não criadas com miniaturas ou efeitos digitais — que, na altura, eram ainda rudimentares. Este compromisso com o realismo e a fisicalidade da ação é parte da magia do filme.

E quanto ao protagonista? Bruce Willis só entrou no projeto depois de Robert De Niro recusar o papel de John McClane — o que soa hoje a uma realidade paralela impensável. O próprio Willis tinha acabado de ser rejeitado para o papel de Charles Grodin em Midnight Run (1988), precisamente com De Niro, e, por coincidência, ambos os filmes estrearam no mesmo fim de semana.

Foi McTiernan quem viu o verdadeiro trunfo de Willis: “Bruce é mais carismático quando está a ser um sacana irreverente”, disse. “Apontam-lhe uma arma à cara e ele responde com um ‘Oops’.” Essa mistura de sarcasmo, vulnerabilidade e coragem tornou McClane uma figura icónica — e Willis numa estrela mundial.


A Oportunidade Perdida de George Takei

Um último detalhe curioso e algo trágico envolve George Takei, o eterno Sulu de Star Trek. McTiernan queria muito que ele interpretasse Takagi, o executivo japonês da Nakatomi, mas um mal-entendido com os agentes de Takei fez com que o papel passasse ao lado. Segundo o próprio Takei, ficou bastante desiludido por ter perdido a oportunidade.


Um Filme Definidor

Hoje, Die Hard é mais do que um clássico de Natal ou um modelo de ação — é uma aula de estrutura narrativa, caracterização e mise-en-scène. McTiernan transformou um argumento genérico e pesado num dos filmes mais influentes do século XX. Desde os corredores claustrofóbicos do arranha-céus, à banda sonora de Michael Kamen pontuada com temas clássicos, passando pelo memorável vilão Hans Gruber (Alan Rickman, absolutamente fenomenal), tudo contribui para o equilíbrio quase perfeito entre espetáculo e humanidade.

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E pensar que tudo isto quase não aconteceu


“Andor” está de volta: a série mais madura de “Star Wars” prepara o caminho para a tragédia de “Rogue One”

🌌 A despedida de Cassian Andor aproxima-se – e com ela, o retrato mais sombrio e político da galáxia muito, muito distante.

É o fim de um capítulo… e a origem de uma revolução. A segunda e última temporada de “Andor”, uma das séries mais aclamadas do universo Star Wars, estreia já a 23 de abril no Disney+, e promete levar os fãs por um caminho sem retorno em direção aos eventos trágicos de Rogue One: Uma História de Star Wars (2016).

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Criada por Tony Gilroy, argumentista de Michael ClaytonRogue One e da saga Jason BourneAndor destacou-se desde o início como uma abordagem mais adulta, mais política e mais emocional dentro do universo Star Wars. Longe dos sabres de luz e dos Jedi, esta é uma história sobre espionagem, sacrifício e resistência. Um “thriller” sobre como nasce uma revolução.


🔥 Um novo trailer e um último adeus à esperança

O trailer final da segunda temporada, divulgado esta semana pelo Disney+, é tenso, frenético e carregado de emoção. A rebelião está a ganhar forma, mas o preço da liberdade será pago com sangue, perdas e dilemas morais.

Cassian Andor, novamente interpretado por Diego Luna, já não é o homem relutante e desiludido que conhecemos na primeira temporada. Agora, é uma peça fundamental nos bastidores da resistência contra o Império – um espião que se move nas sombras, rodeado por mentiras, sacrifícios e traições.

Ao longo dos 12 episódios, divididos em quatro arcos de três episódios cada, vamos acompanhar os momentos decisivos que aproximam a galáxia da guerra civil – e Cassian do seu destino trágico em Rogue One.


🎭 Um elenco de luxo e personagens em conflito

O trailer confirma o regresso de várias figuras centrais, como:

• Genevieve O’Reilly como Mon Mothma, a senadora que sacrifica tudo para dar voz à rebelião.

• Stellan Skarsgård como Luthen Rael, um dos arquitetos da resistência, pronto a comprometer os próprios valores para vencer.

• Denise Gough como Dedra Meero, a cruel agente do Império, numa interpretação que se tornou das mais assustadoras da saga.

• Ben Mendelsohn, novamente como o ambicioso Orson Krennic, numa ponte direta para os eventos de Rogue One.

• E o muito aguardado regresso do andróide K-2SO, com voz de Alan Tudyk, figura central da missão de Cassian no filme de 2016.


🧠 Uma série que pensa antes de explodir

Andor não é apenas uma boa série dentro de Star Wars. É, para muitos críticos, uma das melhores séries de televisão dos últimos anos.

Com uma escrita sofisticada e realista, aborda temas raramente explorados nesta galáxia: o custo psicológico da guerra, o peso da vigilância, o dilema entre ética e eficácia, e as zonas cinzentas que permeiam os movimentos revolucionários.

A primeira temporada foi ovacionada por elevar o nível narrativo da saga, com episódios como “One Way Out” ou “The Eye”, considerados por muitos como momentos absolutamente memoráveis da televisão moderna.

A expectativa para a segunda temporada é altíssima: não apenas pelo desfecho emocional que sabemos que está por vir, mas pela promessa de uma conclusão que respeita o público adulto, exige atenção e recompensa o investimento emocional.


📅 Calendário de lançamento

A estratégia de estreia será algo distinta: a temporada está dividida em quatro capítulos, cada um com três episódios. O primeiro capítulo chega a 23 de abril, e os seguintes serão lançados semanalmente. Este modelo poderá favorecer o debate entre episódios, algo que tem faltado a outras produções recentes.


⭐ Uma série que faz história em Star Wars

Em vez de mais uma história de heróis e vilões, Andor propõe um retrato de pessoas comuns confrontadas com sistemas opressores, forçadas a escolher entre sobreviver ou lutar. Um espelho da nossa realidade, num universo de ficção científica.

Talvez por isso tenha tocado tantos fãs. Talvez por isso esteja a ser considerada, por muitos, a melhor série alguma vez feita no universo Star Wars.

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Regé-Jean Page será o novo Conde de Monte Cristo: clássico de Dumas volta ao cinema com nova roupagem

📽️ Um dos maiores romances da literatura francesa ganha nova vida em Hollywood – com uma estrela de “Bridgerton” no papel principal.

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O inesquecível romance de vingança, justiça e redenção de Alexandre Dumas vai regressar ao grande ecrã com uma nova versão de O Conde de Monte Cristo, protagonizada por Regé-Jean Page, o ator que conquistou o público como o duque de Hastings na primeira temporada de Bridgerton. A informação foi confirmada pela revista Deadline, revelando que Page será também um dos produtores do filme através da sua empresa Mighty Stranger.

A adaptação está a ser desenvolvida pelo estúdio independente Department M, numa aposta assumida em recontar um dos maiores clássicos do século XIX para um público contemporâneo, global e sedento de narrativas épicas e emocionalmente intensas.


🧭 A eterna história de Edmond Dantès

Publicado pela primeira vez em 1844, O Conde de Monte Cristo é um dos pilares incontornáveis da literatura mundial. A sua história, tão intemporal quanto poderosa, acompanha Edmond Dantès, um jovem marinheiro prestes a casar-se, que é injustamente acusado de traição e encarcerado sem julgamento na temida prisão da ilha do Castelo de If.

Durante 14 anos de prisão, Dantès é educado por um misterioso companheiro de cela, o Abade Faria, que lhe revela a existência de um fabuloso tesouro escondido na ilha de Monte Cristo. Quando consegue escapar e encontra a fortuna, Dantès regressa à sociedade com uma nova identidade — o enigmático Conde de Monte Cristo — e um único objetivo: vingar-se daqueles que o traíram e lhe roubaram a vida.


🗣️ Um projeto com ambição cultural e cinematográfica

Num comunicado oficial, Regé-Jean Page explicou a motivação por trás desta nova adaptação:

“Contar histórias ousadas e aventureiras com o coração é a razão pela qual entrei nesta indústria e é a espinha dorsal de tudo o que estamos a fazer. Trabalhando com colaboradores incríveis, a Mighty Stranger está a construir uma série de projetos que ampliarão as lentes culturais através do puro entretenimento. É por isso que estamos tão entusiasmados por trazer O Conde de Monte Cristo para o público global, desvendando as profundezas do trabalho de Dumas de formas ainda não vistas.”

A frase não deixa margem para dúvidas: esta não será apenas mais uma adaptação. O objetivo da equipa é reposicionar o clássico de Dumas num contexto contemporâneo, mantendo a sua essência literária mas explorando novas leituras e camadas da narrativa original.


🎬 O legado cinematográfico de Monte Cristo

O romance já inspirou inúmeras adaptações para cinema e televisão ao longo de mais de um século. Entre os intérpretes mais icónicos de Edmond Dantès contam-se Jean MaraisRichard ChamberlainLouis JourdanJim Caviezel, e Gérard Depardieu (numa minissérie televisiva de grande prestígio nos anos 1990). Mais recentemente, Pierre Nineyprotagonizou a versão francesa de 2024, realizada por Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, que se tornou um verdadeiro fenómeno de bilheteira em França com mais de 9,4 milhões de espectadores.

Esta versão francesa, considerada o filme nacional mais caro do ano (43 milhões de euros), recebeu 14 nomeações aos prémios César e conquistou dois troféus, consolidando a popularidade duradoura da história.


🧠 O desafio: reinventar um clássico sem perder a alma

O grande desafio de qualquer adaptação de O Conde de Monte Cristo reside em equilibrar fidelidade narrativa com inovação formal. A história original é longa, cheia de subtramas, reviravoltas e personagens secundárias fascinantes — algo que exige mestria para condensar num filme sem perder o seu impacto emocional.

Com Regé-Jean Page à frente do projeto, há uma promessa de elegância visual e intensidade dramática. O ator, que se tem vindo a afirmar também como produtor e curador de projetos de forte identidade, surge aqui a comandar um filme que pretende não apenas revisitar um clássico, mas oferecer uma nova perspetiva, mais representativa e universal, sobre temas como injustiça, privilégio, identidade e redenção.


🎥 Expectativas em alta

Com O Conde de Monte Cristo, o cinema volta a olhar para os grandes romances de aventuras com ambição épica e espírito moderno. Se conseguir conciliar a força dramática da obra original com uma nova linguagem estética, este poderá ser um dos grandes eventos cinematográficos dos próximos anos — e talvez o papel que consolidará Regé-Jean Page como um protagonista de primeira linha em Hollywood.

Para já, resta-nos esperar por mais detalhes sobre a equipa criativa envolvida, as datas de produção e, claro, a estreia nos cinemas.

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🎬 5 Filmes Imperdíveis Para Ver em Streaming em Portugal: Excelência Garantida pela Crítica

Com tantas opções disponíveis nas plataformas de streaming, escolher o próximo filme pode ser uma tarefa complicada. Para facilitar a decisão, reunimos cinco filmes que não só estão disponíveis em Portugal, como também contam com pontuações impressionantes no IMDb e no Metacritic. Esta lista abrange géneros variados e representa o melhor que o cinema tem oferecido nos últimos anos — todos com o selo de aprovação da crítica especializada.


1. Oppenheimer

📺 Disponível em Sky ShowTime e TV Cine e disponível para aluguer em Amazon Prime Video e Apple TV

⭐ IMDb: 8.4

🟢 Metacritic: 88

Christopher Nolan assina uma das suas obras mais ambiciosas com Oppenheimer, um retrato intenso e complexo de J. Robert Oppenheimer, o pai da bomba atómica. O filme não é apenas um biopic; é uma reflexão profunda sobre ciência, moralidade e responsabilidade histórica. Cillian Murphy brilha num papel que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator, e o filme em si conquistou sete Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Realização.

A crítica foi unânime: o filme é visualmente deslumbrante, narrativamente desafiante e intelectualmente estimulante. O New York Times chamou-lhe “um dos épicos históricos mais densos e impactantes dos últimos tempos”, enquanto a Variety o classificou como “um triunfo cinematográfico”.


2. Dune: Parte Dois

📺 Disponível no HBO Max

⭐ IMDb: 8.8

🟢 Metacritic: 79

A tão aguardada continuação da saga de Denis Villeneuve aprofunda o universo de Arrakis e mergulha o público num épico de escala colossal. Dune: Parte Dois mistura intriga política, guerra e profecia num enredo arrebatador com visuais de cortar a respiração. Timothée Chalamet e Zendaya lideram um elenco que foi amplamente elogiado pela entrega emocional e intensidade dramática.

A crítica reconheceu a maturidade narrativa do filme em relação à primeira parte, elogiando especialmente a forma como Villeneuve conjuga espectáculo visual com profundidade temática. Para a Empire, “é ficção científica da mais alta ordem: desafiante, visualmente deslumbrante e emocionalmente gratificante”.


3. Mad Max: Estrada da Fúria

📺 Disponível na Netflix e HBO Max

⭐ IMDb: 8.1

🟢 Metacritic: 90

George Miller regressou em força com esta reinvenção moderna da sua icónica saga. Mad Max: Estrada da Fúria é um verdadeiro turbilhão de ação, adrenalina e metáforas ambientais, com Charlize Theron a roubar a cena como a inesquecível Imperator Furiosa. O filme venceu seis Óscares e foi aclamado como uma das melhores produções de ação do século XXI.

The Guardian descreveu-o como “uma explosão de criatividade visual e narrativa rara num blockbuster”, enquanto a Rolling Stone destacou a “ousadia artística e a intensidade dramática” como traços diferenciadores.


4. Clonaram o Tyrone (They Cloned Tyrone)

📺 Disponível na Netflix

⭐ IMDb: 6.7

🟢 Metacritic: 75

Uma comédia de ficção científica com comentários sociais bem vincados, Clonaram o Tyrone apresenta um trio improvável que descobre uma conspiração governamental nas suas ruas. Com Jamie Foxx e John Boyega, o filme mistura humor, crítica racial e teorias da conspiração num tom que recorda obras como Get Out.

A crítica elogiou o equilíbrio entre sátira e entretenimento, com destaque para a originalidade do argumento e o estilo retro-futurista da realização. O IndieWire escreveu: “É raro ver um filme que consegue ser tão provocador quanto divertido – este acerta em cheio.”


5. A Grande Ambição (La Grande Ambizione)

📺 Disponível na Netflix

⭐ IMDb: 7.3

🟢 Metacritic: Ainda sem avaliação oficial

Este drama político italiano retrata a ascensão e queda de Enrico Berlinguer, uma das figuras centrais do Partido Comunista Italiano no século XX. Elio Germano lidera o elenco com uma performance poderosa, mergulhando nas contradições e dilemas ideológicos de uma época turbulenta.

Apesar de menos mediático, o filme conquistou aclamação em festivais internacionais. A Cineuropa destacou “a sensibilidade com que o realizador Andrea Segre retrata a tensão entre ideais e pragmatismo político”. Uma escolha ideal para quem procura cinema europeu com conteúdo e contexto histórico.


Conclusão

Estes cinco filmes representam o que de melhor se pode ver hoje nas plataformas de streaming disponíveis em Portugal. Seja pela profundidade emocional de Oppenheimer, o impacto visual de Dune: Parte Dois, ou a energia frenética de Mad Max, todos eles foram aclamados pela crítica e oferecem experiências cinematográficas ricas e inesquecíveis.

Adolescence faz história no Reino Unido: série da Netflix bate todos os recordes de audiências

A minissérie britânica Adolescence, da Netflix, não é apenas um fenómeno cultural — é agora também um marco histórico na televisão do Reino Unido. Num feito inédito, a série tornou-se o primeiro programa de sempre de uma plataforma de streaming a liderar o top semanal de audiências britânicas, ultrapassando até os programas tradicionais mais populares da televisão linear.

Segundo dados da agência de audiências Barb, o primeiro episódio de Adolescence foi visto por quase 6,5 milhões de espectadores na primeira semana após a estreia, enquanto o segundo episódio ficou logo atrás com 6 milhões de visualizações. Ambos superaram o programa mais visto da televisão tradicional nesse período, The Apprentice, que registou 5,8 milhões de espectadores.

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Tudo isto aconteceu entre os dias 10 e 16 de março, sendo que Adolescence só foi lançado no dia 13. Ou seja, conseguiu dominar as tabelas em apenas três dias de exibição — um feito absolutamente notável.


📺 Um novo paradigma de consumo televisivo

Estes números sublinham a transformação em curso no modo como o público britânico consome televisão. Ainda que os canais tradicionais continuem a ter audiências significativas, o poder do streaming é agora incontestável. De facto, já em 2023, a Netflix foi o serviço de televisão mais visto no Reino Unido durante três meses consecutivos, superando a BBC One pela primeira vez.

A chefe de conteúdos da Netflix UK, Anne Mensah, tem sido amplamente elogiada por apostar numa linha editorial arrojada e relevante, que resultou em sucessos como Baby Reindeer e Adolescence.


🎬 Uma série que dá que falar — e pensar

Criada por Jack Thorne e com realização de Philip BarantiniAdolescence tem ao centro Jamie Miller, um rapaz de 13 anos detido por alegado envolvimento no homicídio de uma colega de escola. A série, protagonizada por Stephen GrahamAshley Walters e o estreante Owen Cooper, explora com profundidade temas como a radicalização masculina onlinea influência nociva das redes sociais, e a desorientação emocional de uma geração em crise.

Cada um dos quatro episódios foi filmado em plano-sequência, sem cortes, intensificando a imersão e o impacto emocional da narrativa. A série é uma produção da Warp FilmsPlan B (de Brad Pitt) e Matriarch Productions.

Com mais de 24 milhões de visualizações globais e quase 100 milhões de horas assistidas na primeira semana, Adolescence bateu também a concorrência de outros grandes títulos da Netflix, como Fool Me OnceThe Gentlemen e Baby Reindeer. A expectativa agora recai sobre os dados da segunda semana, a serem revelados ainda hoje.


🌍 Um fenómeno global com impacto social

A série tem gerado debates acesos em todo o mundo sobre misoginiaviolência juvenil e o papel dos pais num mundo digital cada vez mais opaco. O próprio Stephen Graham referiu que a ideia da série nasceu do impacto de vários casos reais de crimes cometidos por adolescentes no Reino Unido e da urgência de discutir o que está a acontecer com os jovens — em especial os rapazes — na era da internet.

Em vez de apresentar uma família disfuncional como culpada fácil, Adolescence coloca o foco na influência invisível mas letal da radicalização online, mesmo em contextos familiares amorosos e estruturados. Essa abordagem tem sido largamente aplaudida por críticos e espectadores.


📊 Conclusão: a adolescência nunca foi tão desconcertante… nem tão televisivamente arrebatadora

Com números de audiência recorde, uma abordagem narrativa inovadora e um debate social urgente, Adolescence não só entrou para a história da televisão britânica, como cimentou o lugar da Netflix como líder incontestável na produção de conteúdos relevantes e disruptivos. Em 2025, o futuro da televisão é cada vez mais em streaming — e cada vez mais feito para pensar.

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🩸 “Saw XI” fora do calendário da Lionsgate — mas o Jogo (ainda) não acabou

Os fãs da saga Saw podem respirar fundo… mas talvez não por muito tempo. A Lionsgate decidiu oficialmente retirar Saw XI da sua agenda de estreias, cancelando a data previamente marcada para 26 de setembro de 2025. Contudo, apesar do que possa parecer, isso não significa o fim da linha para Jigsaw. Afinal, como o próprio Billy, o sinistro boneco ventríloquo da saga, afirmou num comunicado enigmático:

“Dizem que o jogo acabou. Vocês deviam conhecer-me melhor do que isso. O jogo nunca acaba.”


🎬 O que aconteceu com Saw XI?

Segundo o argumentista Patrick Melton, que co-escreveu Saw XI ao lado de Marcus Dunstan, o projeto não está parado por razões criativas, mas sim devido a “conflitos internos a nível de gestão” entre os produtores e a Lionsgate. A dupla entregou o primeiro rascunho do guião em maio de 2024, e desde então, tudo ficou em suspenso.

Melton referiu que o novo argumento trazia um enredo “muito atual”, comparável ao que aconteceu em Saw VI, que abordava de forma crítica o setor dos seguros de saúde — um tema que voltou a ser relevante depois do recente homicídio do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson.

Saw XI pode ou não ser feito, mas o que escrevemos é muito pertinente. E eu espero sinceramente que venha a ser produzido”, afirmou Melton ao The Hollywood Reporter.


🩸 Substituição imediata: The Strangers – Chapter 2

Com a saída de Saw XI, a Lionsgate decidiu preencher a vaga com outro título do género: The Strangers: Chapter 2, que estreia agora a 26 de setembro. Trata-se da segunda parte da nova trilogia iniciada em 2024 com Chapter 1, que rendeu 48 milhões de dólares em bilheteira mundial.

Madelaine Petsch regressa como protagonista, ao lado de Gabriel Basso e Ema Horvath. A realização é de Renny Harlin (Die Hard 2Cliffhanger), com argumento de Alan R. Cohen e Alan Freedland. Segundo os produtores Mark Canton e Courtney Solomon, será um filme “de fazer o público assistir entre os dedos”.


💀 O legado sangrento de Saw

Mesmo sem data de estreia, a saga Saw continua a ser uma das jóias da coroa da Lionsgate, com mais de 1.000 milhões de dólares em receita mundial desde a estreia do primeiro filme, realizado por James Wan, em 2004. Com nove sequências e um spin-off protagonizado por Chris Rock (Spiral, de 2021), Saw tornou-se um fenómeno de culto e uma referência no terror de armadilhas mortais e dilemas morais.

O cancelamento temporário de Saw XI poderá ser apenas mais um capítulo numa saga feita de reviravoltas, tortura psicológica e surpresas macabras. E como qualquer fã sabe, em Saw, o jogo só acaba quando se ouve a última cassete.

“Oppenheimer” estreia nos TVCine: Um marco cinematográfico chega à televisão portuguesa

🎬 Preparem-se para um momento histórico na televisão: o épico biográfico Oppenheimer, realizado por Christopher Nolan, chega aos ecrãs portugueses esta sexta-feira, 28 de março, às 21h30, em estreia absoluta no TVCine Top e também no TVCine+. Depois de conquistar os principais prémios da temporada, o filme que abalou a crítica e o público chega finalmente a casa dos espectadores.

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Um filme, sete Óscares

Não é todos os dias que um filme se impõe como um dos mais premiados da história da Academia de Hollywood. Oppenheimer arrecadou sete Óscares: Melhor Filme, Melhor Realizador (Christopher Nolan), Melhor Ator Principal (Cillian Murphy), Melhor Ator Secundário (Robert Downey Jr.), Melhor Banda Sonora (Ludwig Göransson), Melhor Fotografia (Hoyte van Hoytema) e Melhor Edição. A estes juntam-se cinco Globos de Ouro e sete BAFTAs — um verdadeiro fenómeno cinematográfico.


A história por trás da bomba

Baseado no livro vencedor do Prémio Pulitzer American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer, de Kai Bird e Martin J. Sherwin, o filme mergulha na vida e dilemas de J. Robert Oppenheimer, o físico teórico responsável pelo desenvolvimento da primeira bomba atómica, no âmbito do Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial.

O momento-chave? A primeira explosão nuclear do mundo, a 16 de julho de 1945. Um acontecimento que não só alterou o curso da guerra, como mudou para sempre o destino da humanidade.


Um elenco de luxo para um filme inesquecível

Para além da brilhante realização de Nolan, Oppenheimer conta com um elenco verdadeiramente estelar:

• Cillian Murphy como o atormentado cientista, num desempenho que já entrou para a história;

• Emily Blunt como Kitty Oppenheimer, sua esposa;

• Robert Downey Jr., aclamado como nunca;

• Matt DamonFlorence PughKenneth BranaghGary OldmanCasey Affleck e Josh Hartnett, completam o leque de estrelas.

É cinema de autor com escala de blockbuster, e uma profundidade emocional raramente vista em produções de grande orçamento.


Uma estreia obrigatória

Se ainda não viu Oppenheimer, esta é a sua oportunidade de testemunhar um dos maiores feitos do cinema contemporâneo. E se já viu, então sabe que este é um daqueles filmes que merecem ser revistos — de preferência com o volume alto e toda a atenção do mundo.

🗓️ Marque na agenda:

📺 28 de março (sexta-feira), às 21h30

📍 TVCine Top e TVCine+


📌 Ficha Técnica

Realizador: Christopher Nolan

Baseado em: American Prometheus, de Kai Bird e Martin J. Sherwin

Elenco: Cillian Murphy, Emily Blunt, Robert Downey Jr., Matt Damon, Florence Pugh, Gary Oldman, Casey Affleck, Josh Hartnett, Kenneth Branagh

Género: Drama histórico, biografia

Duração: 180 minutos

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🎸 Dig! XX – Dois Décadas Depois, o Rock Psicadélico Continua em Guerra com os Próprios Fantasmas 🎬

Vinte anos após a estreia original, Dig! regressa com uma versão revista e aumentada — agora intitulada Dig! XX — e continua a ser um dos mais fascinantes retratos do mundo da música alternativa dos anos 90. Realizado por Ondi Timoner, o documentário volta a explorar o relacionamento de amor-ódio entre duas bandas emblemáticas do rock psicadélico moderno: os Dandy Warhols e os Brian Jonestown Massacre (BJM).

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A nova versão inclui 40 minutos de material inédito e um epílogo atual que revela um detalhe tão irónico quanto simbólico: há membros de ambas as bandas que hoje… vendem imóveis. A imagem desses antigos deuses do underground a envelhecer e a adaptar-se à vida “normal” é quase mais dolorosa do que qualquer discussão ou soco trocado durante os anos em que viveram no fio da navalha do rock’n’roll.

🎤 Glamour vs. Autodestruição

Narrado alternadamente por Courtney Taylor-Taylor, vocalista dos Dandy Warhols, e Joel Gion, o eterno percussionista carismático dos BJM, o documentário mergulha na relação agridoce entre os dois grupos: uma amizade marcada pela rivalidade, imitação mútua, admiração e sabotagem emocional. Enquanto os Dandy Warhols pareciam destinados ao sucesso comercial (e à eterna suspeita de “venderem-se”), os BJM escolheram o caminho da integridade artística… e da autodestruição.

Antón Newcombe, o líder dos BJM, é sem dúvida a figura mais magnética do filme. Um génio incompreendido? Um caos ambulante? Um artista à beira do abismo? Tudo isso. A sua figura de Adónis desleixado e a sua constante guerra contra o mundo — incluindo os próprios colegas de banda — tornam-no um protagonista irresistível e trágico.

Um dos momentos mais reveladores é quando, sem pestanejar, Newcombe gasta todo o orçamento de uma digressão em… sitares. Enquanto os Dandy Warhols posam para sessões fotográficas de estética “suja”, os BJM vivem verdadeiramente na imundície e no caos que outros apenas simulam.

🎬 Mais do que um documentário musical

Dig! XX não é apenas um filme sobre música. É uma meditação sobre a ilusão do sucesso, os mecanismos da indústria, o culto da personalidade, e o preço da autenticidade. Como alguém diz no filme: “As bandas dos anos 60 entravam nas drogas… depois de ficarem famosas.” Estes, ao contrário, mergulharam no abismo antes sequer de vislumbrarem a luz.

É também impossível ignorar o simbolismo dos nomes: os Dandy Warhols, numa homenagem (ou provocação) ao ícone da superficialidade, Andy Warhol; e os Brian Jonestown Massacre, evocando a morte precoce e misteriosa de Brian Jones, dos Rolling Stones. Desde logo, uma profecia auto-infligida de sucesso envernizado e fracasso glorioso.

Mesmo duas décadas depois, o filme não perde a atualidade. A pergunta mais urgente hoje talvez seja: até que ponto continuamos a romantizar os sinais evidentes de sofrimento mental sob o manto do “artista torturado”? A figura de Joel Gion, sempre a sorrir e a fazer palhaçadas, é outro enigma que se insinua: que verdades se escondem atrás da máscara permanente?

🎞️ O legado de Dig! continua

O reencontro com Dig! em 2024, com o epíteto XX, não é apenas nostálgico — é emocionalmente devastador. Saber que os BJM, agora envelhecidos, ainda se envolveram numa briga em palco em 2023, é simultaneamente hilariante e profundamente triste. E ao ver que alguns membros agora trabalham no mercado imobiliário, percebemos que o tempo não perdoa nem mesmo os deuses do rock psicadélico.

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Para quem viu o filme na altura, esta nova versão é um murro emocional. Para os que o descobrem agora, é um documento obrigatório sobre a linha ténue entre arte e autodestruição. Dig! XX não é apenas sobre duas bandas. É sobre todos os que alguma vez tentaram viver uma vida criativa sem ceder ao conformismo. E sobre o preço que isso cobra.