Demi Moore Chocada com Vitória nos Globos de Ouro: “Disseram-me Que Nunca Seria Reconhecida”

Demi Moore fez história nos Globos de Ouro 2025 ao vencer o prémio de Melhor Atriz em Filme Musical ou Comédia pelo seu papel em “The Substance”, um dos filmes mais provocadores do ano.

Aos 62 anos, a icónica atriz de Hollywood subiu ao palco visivelmente emocionada e confessou que esta foi a primeira vez que ganhou um prémio de interpretação em toda a sua carreira. A vitória foi ainda mais simbólica depois de revelar que, há três décadas, um produtor lhe disse que ela nunca seria uma atriz de prémios, apenas uma “popcorn actress”, uma estrela de blockbusters sem credibilidade para distinções da crítica.

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“Estou completamente em choque. Faço isto há mais de 45 anos e esta é a primeira vez que ganho algo como atriz. Estou tão humilde e grata.”

A “Etiqueta” de Popcorn Actress e a Luta Contra o Preconceito de Hollywood

Demi Moore, conhecida por sucessos como “Ghost” (1990), “A Few Good Men” (1992), “Indecent Proposal” (1993) e “Disclosure” (1994), revelou que sempre sentiu que Hollywood a via como uma atriz descartável, sem espaço para prémios ou aclamação crítica.

“Há 30 anos, um produtor disse-me que eu era uma ‘popcorn actress’. Que eu podia fazer filmes que faziam muito dinheiro, mas nunca poderia ser reconhecida. Eu acreditei nisso. Isso corroeu-me ao longo dos anos, até ao ponto em que pensei que talvez tivesse feito tudo o que poderia fazer.”

A atriz, que já tinha sido nomeada para os Globos de Ouro por “Ghost” (1991) e “If These Walls Could Talk” (1997), mas nunca tinha ganho, sentiu que a sua carreira estava num ponto baixo até que “The Substance” surgiu.

“Eu estava num momento de baixa autoestima quando recebi um guião absolutamente maluco e brilhante. Foi como se o universo me dissesse: ‘Tu ainda não acabaste’.”

“The Substance”: O Filme que Marcou o Regresso de Demi Moore

Realizado por Coralie Fargeat“The Substance” é um thriller de horror corporal onde Demi Moore interpreta Elisabeth Sparkle, uma estrela de cinema em decadência que recorre a uma substância ilegal que cria uma versão mais jovem e perfeita de si mesma, interpretada por Margaret Qualley.

O filme, que mistura terror psicológico, sátira a Hollywood e body horror, foi um sucesso de bilheteira, arrecadando 77,8 milhões de dólares com um orçamento de apenas 17,5 milhões. Além disso, conquistou cinco nomeações nos Globos de Ouro.

“Este filme foi uma experiência única. Tão ousado, tão inesperado. E foi através dele que percebi que o meu caminho na indústria ainda não tinha terminado.”

A Vitória Que Mudou a Sua Perspetiva

Com esta vitória, Demi Moore prova que nunca é tarde para uma segunda oportunidade em Hollywood.

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No final do seu discurso, a atriz deixou um conselho poderoso, especialmente para quem já se sentiu insuficiente ou desvalorizado:

“Nos momentos em que achamos que não somos inteligentes o suficiente, bonitos o suficiente, magros o suficiente ou bem-sucedidos o suficiente, uma mulher disse-me: ‘Tu nunca vais ser suficiente. Mas podes aprender o valor do teu próprio mérito se simplesmente parares de te medir pelos padrões dos outros’.”

Com esta reflexão, Moore ergueu o seu Globo de Ouro, referindo-se ao troféu como “um marcador da minha integridade e um lembrete de que eu pertenço aqui”.

O Renascimento de Demi Moore: O Que Vem a Seguir?

A vitória nos Globos de Ouro 2025 poderá redefinir completamente a carreira de Demi Moore. Com um prémio de prestígio finalmente no seu currículo, a atriz poderá voltar a integrar projetos mais ambiciosos e ganhar novo fôlego na indústria.

O sucesso de “The Substance” também pode abrir portas para Moore nos Óscares, especialmente porque o filme já se tornou um fenómeno de culto e é uma das apostas mais ousadas da temporada de prémios.

Seja qual for o futuro, Demi Moore provou que está longe de ser uma atriz do passado. O seu regresso triunfal faz lembrar outras estrelas que conseguiram reinventar-se em fases mais tardias das suas carreiras, como Michael Keaton em “Birdman” (2014) ou Brendan Fraser em “The Whale” (2022).

Agora, resta saber o que virá a seguir para esta icónica estrela de Hollywood.

Uma coisa é certa: Demi Moore está de volta – e mais forte do que nunca.

Adrien Brody Emociona-se ao Vencer Globo de Ouro por “The Brutalist”: “Pensei Que Nunca Voltaria a Ter Este Momento”

82.ª edição dos Globos de Ouro foi palco de um dos momentos mais emocionantes da noite quando Adrien Brody venceu o prémio de Melhor Ator em Filme Dramático pela sua interpretação no épico “The Brutalist”. O ator, visivelmente emocionado, confessou que chegou a pensar que nunca mais voltaria a viver um momento como este.

Esta foi a sua segunda nomeação nos Globos de Ouro, mas a primeira vitória, superando concorrentes de peso como Ralph Fiennes (“Conclave”), Colman Domingo (“Sing Sing”), Timothée Chalamet (“A Complete Unknown”), Daniel Craig (“Queer”) e Sebastian Stan (“The Apprentice”).

“Obrigado por me darem asas”: O discurso emocionado de Adrien Brody

Ao subir ao palco para receber o prémio, Brody quase chorou enquanto expressava a sua gratidão. Com a voz embargada, dirigiu-se à plateia e aos votantes dos Globos de Ouro:

“Estou profundamente honrado. Ao coração de ‘The Brutalist’, esta é uma história sobre a capacidade humana para criar, e seria um erro não reconhecer os meus colegas nomeados. Vocês são uma inspiração para mim.”

O ator fez questão de agradecer ao realizador Brady Corbet e à produtora Mona Fastvold, elogiando-os pela confiança depositada no seu talento:

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“Brady e Mona, amo-vos. Obrigado por me darem asas e por me permitirem fazer parte desta obra monumental.”

Também dedicou palavras sentidas ao elenco e à equipa do filme, reconhecendo o esforço coletivo necessário para a concretização do projeto:

“Este filme é um esforço colaborativo, e partilho este prémio com todos vocês.”

Mas foi ao falar da sua família e da sua parceira, Georgina Chapman, que a emoção tomou conta do discurso:

“Mãe e pai, vocês sempre me apoiaram. Eu costumo dizer que a minha mãe influenciou a minha arte, mas pai, tu és a fundação desta família. Todo o amor que recebo volta para ti.”

“Georgina, a tua generosidade de espírito, a tua resiliência e criatividade são um lembrete diário de como devemos ser. Eu não estaria aqui sem ti.”

“Pensei que nunca mais voltaria a viver este momento”

Um dos momentos mais marcantes do discurso foi quando Brody revelou a sua insegurança sobre o futuro da sua carreira. Aos 50 anos, admitiu que não sabia se voltaria a ter uma oportunidade como esta.

“Houve um tempo não muito distante em que pensei que este momento talvez nunca mais me fosse concedido.”

A declaração tocou muitos dos presentes na gala, pois refletia a incerteza e a vulnerabilidade dos atores na indústria de Hollywood.

O ator também fez questão de relacionar a narrativa de “The Brutalist” com a história da sua própria família:

“A jornada do meu personagem lembra-me a história da minha mãe e dos meus antepassados que fugiram da guerra para encontrar um novo começo neste país. Espero que este trabalho ajude a dar voz a todos aqueles que lutam para encontrar o seu lugar no mundo.”

“The Brutalist”: O filme que devolveu a glória a Adrien Brody

Realizado por Brady Corbet“The Brutalist” conta a história de um arquiteto judeu húngaro que sobrevive ao Holocausto e emigra para os Estados Unidos, onde se torna alvo de um mecenas manipulador, interpretado por Guy Pearce.

O filme, uma produção ambiciosa com mais de três horas de duração, tem sido descrito como uma das grandes surpresas da temporada de prémios, apesar de ter passado despercebido ao grande público até agora.

Com a vitória nos Globos de Ouro, a produção ganha novo fôlego para a temporada dos Óscares 2025, onde Brody pode repetir o feito de 2003, quando se tornou o mais jovem vencedor do Óscar de Melhor Ator por “O Pianista”.

Adrien Brody: Um regresso triunfal

Após conquistar Hollywood nos anos 2000 com papéis em filmes como “O Pianista” (2002), “A Vila” (2004), “King Kong” (2005) e “Midnight in Paris” (2011), Brody passou vários anos afastado dos grandes holofotes.

Embora tenha continuado a trabalhar, os seus projetos não tiveram o mesmo impacto e o seu nome deixou de ser uma presença constante nas principais premiações.

Agora, com “The Brutalist”, o ator parece estar de volta ao centro das atenções, provando que ainda é um dos mais talentosos da sua geração.

A sua colaboração com o realizador Wes Anderson – com quem trabalhou em “The Darjeeling Limited”, “The Grand Budapest Hotel”, “Fantastic Mr. Fox” e “Asteroid City” – também o tem mantido relevante no meio cinematográfico.

Próxima Paragem: Óscares 2025?

Com o Globo de Ouro de Melhor Ator em Drama no bolso, a questão que se impõe agora é: será que Adrien Brody conseguirá uma nomeação para os Óscares?

O caminho para a estatueta dourada não será fácil, especialmente com concorrência forte de Cillian Murphy (“Oppenheimer”) e Paul Giamatti (“The Holdovers”), mas a vitória nos Globos de Ouro pode ser um grande impulso.

Se Brody for nomeado, será a segunda vez que disputa um Óscar, 21 anos depois da sua vitória por “O Pianista”.

A resposta final será conhecida a 17 de janeiro, quando a Academia revelar a lista oficial dos nomeados.

O Futuro de Adrien Brody

Independentemente dos Óscares, a vitória nos Globos de Ouro já é um marco na carreira de Adrien Brody. Este prémio não só reforça o seu estatuto como um dos grandes atores da sua geração, como também abre portas para novos desafios.

Com o seu talento inquestionável e um regresso triunfal ao topo, resta saber qual será o próximo grande projeto de Adrien Brody. Será que finalmente conseguirá consolidar o seu lugar entre os maiores de Hollywood?

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Uma coisa é certa: ele está de volta, e em grande forma.

Globos de Ouro 2025: Nikki Glaser Arrasa Hollywood com Humor Ácido e Piadas Polémicas

Os Globos de Ouro 2025 trouxeram consigo uma nova anfitriã e um tom inesperadamente ousado. Nikki Glaser, comediante e estrela da comédia stand-up, estreou-se como a primeira anfitriã a solo da cerimónia e rapidamente deixou a sua marca com um monólogo cheio de ironia, piadas afiadas e referências a alguns dos maiores escândalos de Hollywood.

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Entre farpas a Ben Affleck, Timothée Chalamet, Glen Powell e Zendaya, Glaser navegou pelo fino equilíbrio entre a irreverência e a sátira, sem nunca perder a oportunidade de apontar o dedo a questões delicadas da indústria cinematográfica.

O Monólogo Mais Selvagem dos Globos de Ouro

Se havia dúvidas sobre a abordagem que Nikki Glaser tomaria na gala, estas dissiparam-se logo na abertura. A comediante começou com uma referência sarcástica à atual obsessão de Hollywood com o Ozempic, o medicamento para perda de peso que tem sido tema de debate entre as estrelas.

Bem-vindos à grande noite do Ozempic!”, exclamou Glaser, arrancando as primeiras gargalhadas. E continuou:

“Se estão a ver isto na CBS, olá! Se estão a ver na Paramount+, sobram-vos seis dias para cancelarem o vosso período experimental.”

O humor afiado seguiu-se com uma alfinetada às estrelas presentes:

“Não estou aqui para ser maldosa com vocês. Como é que poderia? Vocês são todos tão famosos, tão talentosos, tão poderosos… Conseguem realmente fazer tudo, exceto dizer ao país em quem votar. Mas tudo bem, vão conseguir da próxima vez. Se houver.”

Nikki Glaser, conhecida pelo seu estilo cortante em “The Roast of Tom Brady”, não poupou ninguém e mostrou que estava disposta a deixar Hollywood desconfortável.

O Alvo das Piadas: Estrelas, Escândalos e Diddy

Se há algo que a comediante não fez foi evitar controvérsias. De Ben Affleck a Timothée Chalamet, passando por ZendayaNicole Kidman e até pelo escândalo sexual de Diddy, ninguém escapou às suas piadas:

”‘Wicked’, ‘Queer’, ‘Nightbitch’ — estas não são apenas palavras que o Ben Affleck grita depois de ter um orgasmo. São alguns dos filmes incríveis nomeados esta noite.”

“Zendaya, foste incrível no Dune. Acordei com todas as tuas cenas.”

“O Challengers? Miúda, aquilo foi tão bom, o filme tinha mais potência sexual do que o cartão de crédito do Diddy.”

A piada sobre Diddy, que está a enfrentar acusações graves de abuso sexual, levou um burburinho à plateia. Glaser não ignorou a reação e respondeu de imediato:

“Eu sei, também estou chateada. A pós-festa não vai ser tão boa este ano, mas temos que seguir em frente.”

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Foi um momento de humor negro, mas também uma referência óbvia ao facto de os Globos de Ouro terem sido palco de escândalos passados – algo que Glaser fez questão de frisar.

Hollywood e o Seu Passado Problemático

Na reta final do seu monólogo, Nikki Glaser abordou de forma satírica a tendência de Hollywood para ignorar escândalos até que se tornem impossíveis de esconder.

“Acho que esta vai ser uma noite muito memorável. E talvez não da forma que vocês pensam. Prevejo que, dentro de cinco anos, quando estiverem a ver excertos da cerimónia no YouTube, vão ver alguém nos planos do público, e dizer ‘Meu Deus, aquilo foi antes de apanharem aquele tipo’. Podemos estar a fazer história esta noite e nem sabemos com quem. Ele sabe. Ou ela. Pode ser uma mulher. Penso que 100% das vezes é um homem, mas pode ser uma mulher. Não vai ser, nunca é. Como [a categoria] Melhor Realização.”

Com esta última farpa, a comediante não só criticou os sucessivos casos de abuso e assédio que foram ignorados na indústria do entretenimento, mas também abordou a questão da desigualdade de género na realização de cinema – uma das categorias mais criticadas dos prémios de Hollywood por raramente premiar mulheres.

Nikki Glaser: Um Sucesso ou uma Escolha Controversa?

A escolha de Nikki Glaser como anfitriã dos Globos de Ouro foi arriscada, mas no final parece ter sido acertada.

Ao contrário de Jo Koy, o anfitrião do ano passado, que foi severamente criticado pelas suas piadas desajeitadas e grosseiras sobre Taylor Swift, Glaser conseguiu manter um tom mordaz sem alienar completamente a plateia – algo que até Ricky Gervais demorou a aperfeiçoar.

A questão agora é: será que a organização dos Globos de Ouro voltará a convidá-la?

Ou terá a comediante entrado para a lista dos apresentadores “cancelados” por dizer as verdades que Hollywood não quer ouvir?

Seja como for, uma coisa é certa: o seu monólogo já se tornou um dos momentos mais icónicos da história recente dos Globos de Ouro.

Fernanda Torres Faz História ao Vencer Globo de Ouro de Melhor Atriz por “Ainda Estou Aqui”

82.ª edição dos Globos de Ouro entrou para a história do cinema brasileiro com a vitória de Fernanda Torres, que se tornou a primeira atriz brasileira a conquistar o prémio de Melhor Atriz em Filme Dramático. A distinção, entregue na madrugada desta segunda-feira em Los Angeles, reconheceu a sua extraordinária interpretação no filme “Ainda Estou Aqui”, realizado por Walter Salles.

A vitória de Fernanda Torres foi um momento de surpresa e emoção, superando nomes como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Kate Winslet, Pamela Anderson e Tilda Swinton. A atriz, visivelmente emocionada, dedicou o prémio à sua mãe, Fernanda Montenegro, que em 1999 se tornou a primeira brasileira nomeada aos Óscares por “Central do Brasil”, mas que não chegou a vencer.

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“Não Preparei Nada”: O Discurso Emocionado de Fernanda Torres

Ao subir ao palco para receber o Globo de Ouro, Fernanda Torres mostrou-se genuinamente surpreendida pela vitória e admitiu não ter um discurso preparado.

“Não preparei nada”, começou por dizer, referindo-se à forte concorrência de algumas das maiores estrelas de Hollywood.

A atriz continuou o seu discurso destacando a importância da arte como resistência em tempos difíceis:

“Isto é a prova de que a arte pode perdurar pela vida, mesmo em momentos difíceis como este da incrível Eunice Paiva, que eu interpreto.”

Fernanda Torres também fez questão de relacionar o contexto histórico do filme com a atualidade, enfatizando a necessidade de reflexão sobre os desafios do presente:

“A mesma coisa está a acontecer agora no mundo, com tanto medo, e este é um filme que nos ajuda a pensar como sobreviver em tempos difíceis como este.”

A cerimónia contou com a presença de diversas personalidades, mas um dos momentos mais comentados foi a homenagem da atriz à sua mãe, Fernanda Montenegro, um dos maiores ícones do cinema brasileiro.

A Reação do Brasil: De Lula à Celebração Nacional

A vitória de Fernanda Torres rapidamente se tornou um evento nacional no Brasil. Minutos depois do anúncio, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu às redes sociais para elogiar a atriz:

“Emocionante. (…) Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro pela sua grande atuação no filme ‘Ainda Estou Aqui’. Como ela mesma diz: a vida presta.”

A reação dos brasileiros foi de orgulho e celebração, com milhares de mensagens a inundarem as redes sociais, exaltando a importância do prémio para o cinema brasileiro e latino-americano.

“Ainda Estou Aqui”: Um Filme com Forte Impacto Político e Social

O filme “Ainda Estou Aqui”, realizado por Walter Salles, tem vindo a ser aclamado pela crítica internacional e conta a história real de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres. A trama acompanha a sua luta de 40 anos para descobrir o paradeiro do maridoRubens Paiva, um ex-deputado sequestrado pela polícia durante a ditadura militar no Brasil.

Baseado no livro homónimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme é uma reflexão sobre a memória histórica, a resistência e a luta pelos direitos humanos.

O impacto da obra tem sido significativo, não só no Brasil, mas também internacionalmente, tendo sido aclamado em festivais como Veneza e Toronto.

Próxima Paragem: Óscares 2025?

Embora “Ainda Estou Aqui” não tenha vencido o Globo de Ouro de Melhor Filme de Língua Não Inglesa – prémio que foi para “Emília Pérez” – a sua caminhada rumo aos Óscares continua forte. O filme já está na shortlist da Academia e, na próxima semana, competirá nos Critics Choice Awards.

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A cerimónia dos Óscares 2025 está marcada para o dia 2 de março, e a lista oficial de nomeados será revelada a 17 de janeiro. A expectativa em torno de Fernanda Torres e “Ainda Estou Aqui” é elevada, e há uma forte possibilidade de que o filme faça história novamente.

O Legado de Fernanda Torres e o Futuro do Cinema Brasileiro

A vitória de Fernanda Torres nos Globos de Ouro não é apenas uma conquista pessoal, mas sim um marco para o cinema brasileiro. Poucos anos depois do Brasil ter ficado fora da corrida aos Óscares, esta vitória reforça a presença do país no cenário cinematográfico mundial.

Seja pela sua interpretação arrebatadora, pelo significado histórico do filme ou pela emoção do momento, Fernanda Torres protagonizou um dos momentos mais marcantes da noite, provando que o cinema brasileiro continua a emocionar o mundo.

Globos de Ouro 2025: “O Brutalista” e “Emília Pérez” Brilham na Noite Mais Internacional de Hollywood

Os Globos de Ouro 2025 consagraram uma nova era para o cinema internacional, com “O Brutalista” e “Emília Pérez” a dominarem a cerimónia. Entre discursos emocionantes, surpresas inesperadas e a presença de grandes estrelas, a gala destacou-se por premiar filmes com narrativas inovadoras e representatividade global.

82.ª edição dos Globos de Ouro, realizada no domingo à noite em Los Angeles, revelou um leque de vencedores que refletem uma indústria cada vez mais aberta a vozes e histórias diversificadas. Fernanda TorresDemi MooreAdrien Brody, e a série “Shōgun”foram alguns dos grandes nomes que brilharam nesta noite de celebração cinematográfica.

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“O Brutalista”: O Drama Ambicioso que Conquistou Hollywood

O maior vencedor da noite foi “O Brutalista”, um drama épico que demorou sete anos a concretizar e que se apresenta como uma obra de resistência cinematográfica. Com três horas e 35 minutos de duração, o filme, realizado por Brady Corbet, narra a jornada de um arquiteto judeu húngaro que sobrevive ao Holocausto e emigra para os Estados Unidos, onde enfrenta novos desafios.

Ainda a estrear em poucos cinemas, a obra recebeu uma visibilidade crucial ao vencer três prémios principais:

✅ Melhor Filme – Drama

✅ Melhor Ator em Drama – Adrien Brody

✅ Melhor Realizador – Brady Corbet

Durante o seu discurso de aceitação, Corbet fez questão de recordar o longo percurso do filme:

“Disseram-me que este filme era impossível de distribuir, que ninguém iria vê-lo. Que não iria funcionar. Não estou ressentido […] Os filmes não existem sem os cineastas, vamos apoiá-los. Ninguém estava a pedir um filme de três horas e meia sobre um designer de meio do século, em 70mm… mas funciona.”

O prémio para Adrien Brody, que regressa em força com uma interpretação poderosa, pode colocá-lo na rota dos Óscares 2025, confirmando que “O Brutalista” tem potencial para continuar a somar distinções ao longo da temporada de prémios.

“Emília Pérez”: Um Musical Revolucionário Ganha Novo Fôlego

Outro dos grandes destaques da noite foi “Emília Pérez”, um musical noir com uma narrativa ousada e um elenco estelar, que levou para casa dois Globos de Ouro:

✅ Melhor Filme – Comédia ou Musical

✅ Melhor Atriz – Demi Moore

Dirigido por Jacques Audiard, o filme conta a história de um chefe do crime mexicano que, cansado da sua vida violenta, decide submeter-se a uma cirurgia de afirmação de género e renascer como Emília Pérez.

A vitória de Demi Moore marca um dos regressos mais triunfantes de Hollywood, com a atriz a ser aclamada pela sua performance emocionante e transformadora. Com um desempenho que já tinha sido apontado como um dos mais poderosos do ano, Moore recebeu o prémio com lágrimas nos olhos e dedicou-o a todas as mulheres que passaram por jornadas de autodescoberta e resiliência.

“Esta é uma história de transformação, de coragem e de identidade. Fico emocionada por fazer parte deste projeto e por ver o impacto que tem tido no público.” – Demi Moore

O prémio de Melhor Filme – Comédia ou Musical para “Emília Pérez” consolida a sua posição como uma das obras mais inovadoras do ano, misturando géneros e abordando temas sociais relevantes de forma cinematograficamente arrojada.

Fernanda Torres Brilha com “Ainda Estou Aqui”

O Brasil também teve uma noite de destaque com Fernanda Torres, que recebeu um Globo de Ouro especial pelo seu papel em “Ainda Estou Aqui”. O filme, que retrata a ditadura militar brasileira, foi aclamado pela crítica e já é apontado como um dos favoritos na corrida aos Óscares na categoria de Melhor Filme Internacional.

O momento foi especialmente emocionante para Fernanda Torres, que dedicou o prémio à sua mãe, Fernanda Montenegro, um ícone do cinema brasileiro que já havia sido nomeada aos Óscares por “Central do Brasil”.

“Este filme não é apenas sobre o passado, mas sobre o presente e o futuro. Precisamos lembrar a nossa história para garantir que não a repetimos.” – Fernanda Torres

A vitória do filme reforça a crescente visibilidade do cinema latino-americano nos circuitos internacionais, demonstrando que narrativas regionais podem ressoar globalmente.

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“Shōgun”: A Série que Dominou a Televisão

Na categoria de televisão, a grande vencedora foi “Shōgun”, uma série épica inspirada no romance histórico de James Clavell, que explora o Japão feudal do século XVII.

✅ Melhor Série – Drama

Com uma cinematografia deslumbrante e um enredo rico em intriga política e cultural, a série consolidou-se como um dos maiores sucessos televisivos do ano, batendo produções como “The Crown” e “The Bear”.

Uma Noite para Recordar

82.ª edição dos Globos de Ouro provou ser uma das mais diversificadas e imprevisíveis dos últimos anos. “O Brutalista”“Emília Pérez”“Ainda Estou Aqui” e “Shōgun” foram os nomes que marcaram a noite, representando diferentes visões e narrativas do cinema mundial.

Agora, todas as atenções voltam-se para os Óscares 2025, onde muitos dos vencedores desta noite poderão continuar a sua jornada na corrida aos prémios mais prestigiados do cinema.

Será que “O Brutalista” e “Emília Pérez” continuarão a dominar? Ou ainda há espaço para surpresas?

O caminho até aos Óscares está apenas a começar.