Cinema Ideal Celebra 10 Anos em Meio à Turistificação Descontrolada de Lisboa

O Cinema Ideal, um dos poucos cinemas independentes que ainda resistem no coração de Lisboa, comemora este mês uma década desde a sua reabertura sob a liderança de Pedro Borges. No entanto, esta celebração é marcada por sentimentos mistos, uma vez que a “turistificação selvagem” da cidade, como Borges descreve, tem provocado uma mudança drástica na vida urbana e nos hábitos culturais dos lisboetas.

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Fundado em 1904, o Cinema Ideal tem uma história rica e diversificada, tendo passado por várias designações ao longo dos anos, como Salão Ideal, Piolho do Loreto e Cine Paraíso, antes de adquirir a sua atual identidade em 2014. Situado entre o Chiado e o Bairro Alto, esta sala sempre se destacou como um bastião do cinema de bairro, um espaço onde os espectadores podiam redescobrir o prazer de assistir a um filme numa sala tradicional.

Contudo, a transformação urbana acelerada, impulsionada pelo aumento do turismo e pela proliferação de alojamentos locais, tem afastado os residentes permanentes da zona e alterado drasticamente a demografia dos frequentadores do cinema. Segundo Pedro Borges, nos primeiros anos após a reabertura, a maioria dos espectadores do Cinema Ideal residia a uma distância de 15 a 20 minutos a pé. Hoje, a realidade é outra, com grande parte do público a ser composta por visitantes ocasionais que rapidamente abandonam a área após a sessão.

A “destruição da cidade”, como Borges descreve, não se limita apenas ao desaparecimento do público local, mas também à transformação do comércio de proximidade e ao aumento do número de hotéis e apartamentos turísticos. Esta nova realidade tem forçado uma reflexão sobre o futuro do Cinema Ideal, cuja existência, segundo Borges, poderá estar em risco se não forem tomadas medidas para mitigar os efeitos da turistificação.

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Apesar do cenário adverso, o Cinema Ideal continua a resistir, sustentando-se exclusivamente da bilheteira e mantendo uma programação diversificada e de qualidade, sem recorrer à venda de pipocas ou refrigerantes, típicos de outras cadeias de cinema. Ao longo dos últimos dez anos, e excluindo o período de pandemia, a sala tem atraído uma média anual de 38.000 espectadores.

As comemorações do décimo aniversário incluem uma programação especial, destacando o filme ’24 Frames’ do realizador iraniano Abbas Kiarostami e a estreia do documentário ‘Verdade ou Consequência?’ de Sofia Marques. Estas iniciativas reafirmam o compromisso do Cinema Ideal em proporcionar uma experiência cinematográfica autêntica e culturalmente relevante, mesmo num contexto urbano cada vez mais desafiante.

Realizadora Denise Fernandes Vence Prémio Revelação em Locarno com ‘Hanami’

A cineasta portuguesa de origem cabo-verdiana, Denise Fernandes, conquistou o Prémio Revelação na 77.ª edição do prestigiado Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, com a sua longa-metragem ‘Hanami’. Este projeto, filmado na Ilha do Fogo em Cabo Verde, explora as dores e alegrias do crescimento através da vida de uma menina desde a gestação até à adolescência.

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Denise Fernandes, que já havia recebido reconhecimento no mesmo festival com a curta-metragem ‘Nha Mila’ em 2020, destacou-se nesta edição não só pelo prémio de Melhor Diretor Revelação, mas também por ter sido mencionada nas Menções Especiais. ‘Hanami’ narra a história de uma família numa ilha vulcânica remota, onde a jovem Nana enfrenta o dilema de partir ou ficar, aprendendo a valorizar as suas raízes num lugar onde todos parecem querer partir.

Além do sucesso de Fernandes, o festival premiou o filme lituano Akiplesa (Toxic) de Saule Bliuvaite com o Leopardo de Ouro, enquanto o Prémio Especial do Júri foi atribuído a ‘Mond’ de Kurdwin Ayub (Áustria). O Festival de Locarno, conhecido pela sua diversidade e qualidade na seleção de filmes, continua a ser um dos eventos mais importantes do circuito de cinema mundial, oferecendo uma plataforma para cineastas emergentes e consagrados.

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Este ano, o festival contou também com a presença de outros cineastas portugueses, como Marta Mateus, que participou na competição internacional com ‘Fogo do Vento’, uma longa-metragem que aprofunda as histórias de uma comunidade alentejana e revisita a memória das gerações anteriores.

Morte do Ícone do Cinema Francês Alain Delon aos 88 Anos

O mundo do cinema despediu-se este domingo de um dos seus maiores ícones, Alain Delon, que faleceu aos 88 anos na sua residência em Douchy, França. A notícia foi confirmada pelos seus três filhos, que pediram privacidade neste momento de luto.

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Delon, cuja carreira se estendeu por mais de cinco décadas, foi uma figura central no cinema francês, tendo colaborado com grandes realizadores como Jean-Pierre Melville, Luchino Visconti e Louis Malle. Entre os seus filmes mais memoráveis estão ‘O Círculo Vermelho’, ‘O Leopardo’ e ‘Rocco e os Seus Irmãos’, que cimentaram a sua reputação como um dos maiores atores da sua geração.

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Ao longo da sua carreira, Delon recebeu vários prémios, incluindo um César de Melhor Ator e uma Palma de Ouro honorária em Cannes. Nos últimos anos, o ator afastou-se gradualmente do cinema, aparecendo esporadicamente em eventos públicos. A sua morte marca o fim de uma era no cinema francês, deixando um legado de 122 filmes e uma influência indelével na história do cinema mundial.

Anthony Hopkins Elogia Bryan Cranston e “Breaking Bad” em Carta Pública

O veterano ator Anthony Hopkins, conhecido pelos seus papéis icónicos em filmes como O Silêncio dos Inocentes, expressou recentemente a sua profunda admiração pelo trabalho de Bryan Cranston na série de televisão Breaking Bad. Numa carta que se tornou pública através das redes sociais, Hopkins não poupou elogios à performance de Cranston, descrevendo-a como “a melhor atuação” que já viu na sua vida.

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Na carta, enviada através do agente Jimmy Barber, Hopkins revelou que assistiu a todos os episódios da série num período de duas semanas, afirmando ter ficado “viciado” na trama e na intensidade das performances dos atores. “Nunca vi nada assim… É grandioso!”, escreveu Hopkins, destacando a complexidade e a profundidade da personagem Walter White, interpretada por Cranston.

Hopkins, ele próprio um ator de enorme prestígio, com uma carreira que abrange várias décadas e inúmeros prémios, incluindo dois Óscares, mostrou-se impressionado pela consistência e qualidade da série ao longo das suas cinco temporadas. Para ele, Breaking Bad é uma verdadeira obra-prima, comparável a grandes épicos de Shakespeare ou da tragédia grega, pela forma como retrata a ascensão e queda de Walter White, um professor de química que se transforma num dos maiores criminosos dos Estados Unidos.

Além de Cranston, Hopkins elogiou todo o elenco da série, incluindo Anna Gunn, Aaron Paul, Dean Norris, e Bob Odenkirk, reconhecendo o talento e a dedicação de todos os envolvidos. Ele mencionou que raramente se sente tão inspirado por um trabalho artístico, mas que Breaking Bad renovou a sua fé na qualidade e no poder da arte cinematográfica.

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Este reconhecimento por parte de Hopkins sublinha o impacto cultural de Breaking Bad, uma série que não só conquistou o público e a crítica, mas que também influenciou profundamente outros profissionais da indústria. O elogio de um ator do calibre de Hopkins apenas reforça a posição de Breaking Bad como uma das séries mais importantes e aclamadas da história da televisão.