A atriz franco-britânica Emma Mackey, conhecida pelos seus papéis em Sex Education e Barbie, foi escolhida para interpretar Jadis, a Feiticeira Branca, na nova adaptação de As Crónicas de Nárnia pela Netflix. Este reboot será dirigido por Greta Gerwig e terá como ponto de partida o livro O Sobrinho do Mago, que explora a origem do mundo de Nárnia.
Diferente da versão interpretada por Tilda Swinton nos filmes dos anos 2000, a Jadis de Mackey será mais jovem e enérgica, alinhando-se com a narrativa de O Sobrinho do Mago, onde a personagem é transportada para a Londres vitoriana e causa grande alvoroço. Esta escolha de casting sugere uma abordagem mais ousada e contemporânea à personagem.
🌟 Elenco de peso e estreia em 2026
Além de Mackey, o elenco contará com Daniel Craig no papel de Tio André e Meryl Streep em negociações para dar voz a Aslam, o leão guardião de Nárnia. A estreia do filme está prevista para 26 de novembro de 2026 nos cinemas IMAX, com lançamento posterior na Netflix.
O novo thriller de ação da Netflix, Havoc, está prestes a estrear e promete não só prender os espectadores ao ecrã com cenas explosivas protagonizadas por Tom Hardy, mas também deixar uma marca na indústria cinematográfica… e num lugar inesperado: o País de Gales.
Filmado inteiramente em território galês, o filme é descrito pelos seus criadores como uma prova viva de que o país tem tudo para acolher grandes produções internacionais. E quando se junta Tom Hardy, Forest Whitaker, Luis Guzmán e Jessie Mei Li ao talento do realizador Gareth Evans (The Raid, Gangs of London), o resultado promete ser brutal — no melhor dos sentidos.
🔫 Um Cop em Colapso e um Mundo em Ruína
Na história, Hardy dá vida a um detetive desiludido, envolvido no caos que se segue a um negócio de droga que corre mal. Corrupção, crime e sobrevivência urbana misturam-se num thriller que alia adrenalina à exploração de personagens moralmente ambíguas — uma especialidade tanto de Hardy como do próprio Evans.
“O que me fascinou foi a imagem de um polícia corrupto a recolher cocaína com uma colher de café num cenário de crime”, conta o realizador galês. “A partir daí, o filme ganhou vida própria”.
Evans destacou ainda a colaboração criativa com Hardy, apontando que a fusão entre a sua própria experiência em cenas de ação e a capacidade do ator de mergulhar na complexidade emocional das personagens foi essencial para a intensidade do filme.
🌆 Gales como América (e não se nota!)
Apesar de a história se passar numa cidade americana fictícia, todas as cenas foram gravadas em locais como Swansea, Port Talbot, Cardiff e Newport. O que à partida podia parecer um desafio, tornou-se numa conquista técnica e visual — com a ajuda de efeitos especiais subtis e uma direção artística ambiciosa.
Locais como o Brangwyn Hall, o campus da Swansea University e até uma cabana de pesca construída de raiz nos arredores de Merthyr Mawr foram transformados para parecerem zonas urbanas norte-americanas.
🎥 Uma Produção 100% Galesa com Ambição Global
Produzido pela XYZ Films em colaboração com os estúdios locais Severn Studios, Havoc é, segundo a própria Netflix e a agência Creative Wales, o maior filme de sempre a ser totalmente filmado e finalizado em Gales.
O produtor Aram Tertzakian, que já tinha trabalhado com Evans em Apostle, afirmou:
“Quando as pessoas virem o que conseguimos fazer em Gales, vão perceber o potencial. Têm equipas incríveis, cenários fantásticos e uma verdadeira paixão pelo cinema.”
Com a pós-produção também concluída em Cardiff, Havoc tornou-se um verdadeiro projeto bandeira para o cinema local. Desde 2020, as produções da Netflix no país — incluindo a série Sex Education — já geraram mais de 200 milhões de libras para a economia britânica.
⭐ Tom Hardy e o Renascer do Cinema Gales
Para Gareth Evans, que cresceu em Hirwaun, este projeto é também uma carta de amor à sua terra. “Quis trazer o trabalho para cá. Mostrar que é possível”, disse.
E conseguiu: ação com classe, uma história suja e intensa, e um elenco de luxo, tudo sem sair das fronteiras galesas.
Havoc já estreia hoje em Portugal mas estará disponível brevemente em exclusivo na Netflix. E promete fazer barulho — nas bilheteiras virtuais e na reputação internacional de Gales como destino de cinema.
A Netflix confirma oficialmente o terceiro capítulo da saga Enola Holmes, com Millie Bobby Brown e Henry Cavill a retomarem os seus papéis como os irmãos Holmes. A produção já está em andamento no Reino Unido, prometendo uma nova aventura repleta de intrigas e desafios.
Desta vez, a realização fica a cargo de Philip Barantini, conhecido pela série “Adolescência”, substituindo Harry Bradbeer. O argumento continua nas mãos de Jack Thorne, garantindo a continuidade narrativa baseada na obra de Nancy Springer.
🌍 Uma Missão em Território Desconhecido
A nova trama leva Enola até à ilha de Malta, onde enfrenta um caso mais complexo e traiçoeiro do que nunca. Entrelaçando sonhos pessoais e profissionais, esta missão promete testar os limites da jovem detetive.
👥 Elenco Repleto de Talentos
Além de Millie Bobby Brown e Henry Cavill, o elenco conta com o retorno de Helena Bonham Carter como Eudoria Holmes, Louis Partridge como o Visconde Tewkesbury, Himesh Patel como o Dr. Watson e Sharon Duncan-Brewster como Mira Troy/Moriarty.
📺 Uma Franquia de Sucesso
Desde a estreia do primeiro filme em 2020, Enola Holmes conquistou o público, tornando-se uma das produções mais vistas da Netflix. A sequela de 2022 manteve o entusiasmo, e agora, com o terceiro filme, a expectativa é ainda maior.
Os fãs de Pearl Jam receberam ontem à noite uma notícia carregada de emoção e significado: está a caminho um novo documentário, intitulado Matter of Time, com estreia marcada para o prestigiado Festival de Cinema de Tribeca, a 12 de junho de 2025. Mas ao contrário do que se poderia esperar, este não é apenas um registo musical ou uma celebração da carreira de uma das bandas mais influentes das últimas décadas — é, acima de tudo, um testemunho comovente da luta de Eddie Vedder contra uma das doenças genéticas mais devastadoras e invisíveis do nosso tempo: a epidermólise bolhosa.
🎥 Muito mais do que um documentário de rock
Realizado por Matt Finlin e produzido pela Door Knocker Media em associação com a Vitalogy Foundation, Matter of Time acompanha a série de concertos a solo que Eddie Vedder realizou em Seattle, em 2023. O objetivo? Angariar fundos para a EB Research Partnership (EBRP), fundação criada por Vedder e a sua esposa, Jill, com a ambiciosa missão de encontrar uma cura para a doença até 2030.
A epidermólise bolhosa (EB) é uma condição rara que provoca bolhas dolorosas na pele e nas mucosas, e que afeta sobretudo crianças — muitas das quais vivem em sofrimento constante. Matter of Time mostra a face pública e privada desta luta, combinando registos de atuações emocionantes com histórias de vida de pacientes, famílias e cientistas dedicados à investigação da cura.
🎶 Entre guitarras e causas: o papel dos Pearl Jam na cultura
Pearl Jam sempre foram mais do que uma banda de rock. Desde os anos 90 que se tornaram sinónimo de integridade, ativismo e resistência à máquina da indústria musical. Se em Let’s Play Two (2017) celebravam a comunhão entre música e desporto nos concertos no Wrigley Field, e em Immagine in Cornice (2007) se rendiam à beleza de Itália, agora é a vez de Matter of Time mostrar o lado mais íntimo de Vedder — não como vocalista, mas como ser humano.
Segundo declarações recentes, este é “um filme que oferece uma janela para a alma de Eddie Vedder”. E de facto, poucas figuras públicas conseguiram, ao longo dos anos, equilibrar tão bem a imagem de ícone musical com o papel de ativista comprometido.
🗓️ Quando e onde ver?
O documentário estreia no Festival de Tribeca, um dos eventos mais relevantes no calendário cinematográfico dos Estados Unidos. Ainda não existe uma data oficial para a estreia na Netflix, mas é praticamente certo que a plataforma irá acolher o filme após a sua estreia nos cinemas ou em circuito de festivais.
Será, ao que tudo indica, um dos destaques documentais do ano. E não apenas para os fãs de música, mas para todos aqueles que acreditam que o cinema também serve para inspirar, sensibilizar e provocar mudanças reais.
🌍 Um filme sobre esperança, luta e humanidade
Matter of Time não é apenas sobre Eddie Vedder. É sobre todos aqueles que, nas palavras do próprio músico, “vivem em dor, mas nunca perderam a esperança”. É um documentário que promete emocionar e mobilizar, lembrando-nos de que, às vezes, o verdadeiro poder da música está naquilo que ela consegue fazer fora do palco.
🇫🇷🇮🇹 O amor está no ar… e também a indecisão. Emily Cooper, a executiva de marketing mais improvável de Paris, está de volta para uma nova ronda de dilemas sentimentais, outfits exuberantes e mudanças geográficas inesperadas. A quinta temporada de Emily in Paris começa a ser filmada em maio — mas desta vez, a ação arranca em Roma antes de regressar à capital francesa no final do verão.
Sim, leste bem: Emily in Paris vai passar (também) por Itália. Uma jogada arrojada da Netflix e do criador Darren Star para refrescar a série — e, quem sabe, lançar Emily num novo capítulo mediterrânico… com direito a cashmere, esplanadas romanas e mais um triângulo amoroso para baralhar os fãs.
Novos cenários, velhos corações partidos
Na nova temporada, Emily (Lily Collins) muda-se temporariamente para Roma, onde fica responsável por abrir o novo escritório da Agence Grateau na capital italiana. O início da temporada acontece poucos dias após o final do quarto capítulo — e traz consigo uma reorganização sentimental à altura do drama parisiense.
Alfie (Lucien Laviscount) seguiu em frente com uma nova namorada, depois de Emily ter escolhido Gabriel (Lucas Bravo). Mas, como sempre, as coisas não são tão simples. Gabriel continua envolvido numa relação ambígua com Camille (que já não regressa nesta temporada), deixando Emily mais uma vez dividida entre o passado e um novo interesse: Marcello Muratori, interpretado por Eugenio Franceschini, herdeiro de uma marca de cashmere e residente na pitoresca vila fictícia de Solitano, nos arredores de Roma.
De volta à cozinha de Gabriel… com alguma frustração
Lucas Bravo volta como Gabriel, apesar de ter recentemente manifestado algum desagrado com o rumo da sua personagem. Em entrevista ao IndieWire, o ator disse sentir-se cada vez mais distante do “sexy chef” que inicialmente o cativou:
“Transformaram o Gabriel em guacamole. Ele era parte de mim na primeira temporada, mas fomos-nos afastando com o tempo. Nunca estive tão distante de uma personagem.”
Ainda assim, Bravo continua na série, assim como o restaurante de Gabriel, que voltará a ser um dos cenários centrais — e, previsivelmente, palco de novas discussões românticas, jantares tensos e, claro, comida visualmente impecável.
O elenco (quase) completo regressa
Para além de Collins, Bravo e Laviscount, também regressam Philippine Leroy-Beaulieu (Sylvie Grateau), Samuel Arnold (Julien), Bruno Gouery (Luc), William Abadie (Antoine) e Ashley Park (Mindy). A ausência notada será Camille Razat, cuja personagem foi fundamental nos primeiros quatro anos da série. Ainda não se sabe se Thalia Besson — que deu vida à intrigante Geneviève — regressará, embora o público tenha recebido bem a sua presença na temporada anterior.
Um fenómeno global entre a diplomacia e a cultura pop
A influência de Emily in Paris extravasa o ecrã. A série tornou-se um fenómeno cultural, turístico e até político. Emmanuel Macron chegou a afirmar que a França “luta com unhas e dentes” para manter a produção em solo francês. A declaração provocou uma reacção divertida do presidente da câmara de Roma, Roberto Gualtieri, que sugeriu que a dolce vita também merece o seu lugar na série.
E assim será. Entre cafés à beira do Sena e gelados à sombra do Coliseu, Emily Cooper promete continuar a dividir corações e geografias — enquanto tenta encontrar, pela quinta vez, a combinação ideal entre amor, carreira e sapatos de salto alto.
🌙 O Senhor dos Sonhos regressa ao pequeno ecrã — e traz consigo promessas de escuridão, beleza e redenção. A Netflix confirmou que a segunda e última temporada de The Sandman, baseada na icónica obra de Neil Gaiman, estreará em julho de 2025… mas com uma surpresa: será dividida em duas partes. Uma decisão que, longe de ser apenas estratégica, parece respeitar a densidade narrativa e poética do material original.
A primeira temporada de The Sandman foi uma das adaptações mais ambiciosas e reverenciadas da história recente da televisão. Ao transpor para o ecrã a mitologia intricada e profundamente humana criada por Gaiman nos anos 90, a série não só captou a essência visual da obra como conquistou um público novo — que talvez nunca tenha entrado numa livraria de banda desenhada, mas se perdeu nos reinos do Sonho.
Tom Sturridge regressa como Morpheus, o Mestre dos Sonhos, numa performance contida, melancólica e poderosa, capaz de invocar tanto o horror cósmico como a fragilidade de um deus em crise existencial. E nesta nova temporada, vamos finalmente assistir aos momentos mais esperados da saga, desde o confronto com as suas irmãs, aos dilemas da sua própria identidade enquanto entidade imortal.
Porquê duas partes?
A escolha de dividir a temporada final em duas metades pode ser vista como uma forma de esticar o sucesso — mas neste caso, há mais do que lógica comercial. The Sandman não é uma narrativa linear nem apressada. É feita de fragmentos, de histórias dentro de histórias, de encontros improváveis entre seres humanos e entidades eternas. Dividir a temporada é dar-lhe o tempo certo para respirar.
A primeira parte estreia em julho. A segunda deverá chegar ainda em 2025. Não há datas exactas, mas para os fãs — e para os leitores de longa data de Gaiman —, a espera valerá cada segundo.
Um final anunciado… mas com promessas de eternidade
Sabemos que será a última temporada. Mas também sabemos que no universo de The Sandman, nada termina realmente. A série prometeu continuar a explorar temas universais — o luto, a mudança, a responsabilidade, o livre-arbítrio — tudo com aquela mistura inconfundível de horror, lirismo e filosofia que tornou os livros de Gaiman tão influentes.
Espera-se o regresso de personagens fundamentais como Desejo, Morte, Lucienne e o Corvo Matthew, e a introdução de figuras que marcaram os volumes mais densos da banda desenhada, como Delírio, Destino e Destruição. Se a primeira temporada foi um convite ao Sonho, esta segunda será o mergulho profundo no seu coração.
Neil Gaiman: sempre presente, sempre fiel
Um dos grandes trunfos da adaptação tem sido a participação activa de Neil Gaiman enquanto produtor executivo e guardião criativo do seu próprio universo. A sua influência sente-se não só nos diálogos e estrutura narrativa, mas na sensibilidade com que a série respeita o ritmo literário da obra original.
Num mundo televisivo em que tantas adaptações traem as suas fontes, The Sandman é uma raridade: uma homenagem fiel e ousada que se atreve a ser poética onde tantos optam pela acção.
O sonho continua
Para os leitores que acompanharam Morpheus desde as prateleiras poeirentas das lojas de BD, e para os novos fãs que descobriram este universo pela Netflix, este final será, ao mesmo tempo, uma celebração e uma despedida.
🤠 A Netflix continua a apostar forte na reinvenção de géneros clássicos, e o próximo alvo é o western. A nova série original, ainda sem título traduzido para português, chega da mente de um dos argumentistas de Wednesday, a popular série gótica da plataforma, e promete combinar o espírito de fronteira do velho oeste com um toque moderno e estilizado.
Com estreia marcada para os próximos meses, esta produção inspira-se num western clássico esquecido — um daqueles que passavam nas matinés de domingo — mas será tudo menos nostálgica. Segundo os produtores, o objectivo é “honrar o passado sem ficar preso a ele”.
Uma nova visão sobre o velho oeste
O western é um género cíclico. Reinventado nos anos 90 por Unforgiven e mais tarde revigorado por Tarantino e os irmãos Coen, o regresso ao faroeste tem sido tímido nas plataformas de streaming — mas quando acontece, chama a atenção (Godless, The Power of the Dog, Outer Range). Agora, a Netflix junta-se novamente à conversa com um projeto ambicioso que pretende unir drama, tensão e personagens moralmente ambíguas num cenário poeirento e marcado pela violência do território selvagem.
A presença de um dos criadores de Wednesday na equipa criativa sugere que não será um western tradicional. Espera-se uma estética vincada, personagens excêntricos e um subtexto social mais vincado do que o habitual. O argumento promete explorar temas de identidade, pertença, colonização e género — tudo embrulhado em duelos ao pôr do sol e cavalos a galopar por desertos implacáveis.
Um western para a era do streaming?
O western está longe de estar morto — está é a ser reinventado. Tal como o terror ou a ficção científica, também este género clássico se tem adaptado às exigências de uma nova geração de espectadores. Séries como 1883 e Yellowstoneprovaram que há apetite por histórias de fronteira, desde que sejam contadas com intensidade, subtileza e complexidade emocional.
O que esta nova série da Netflix parece prometer é precisamente isso: o sabor do faroeste, mas com ingredientes frescos. Ainda não são conhecidos muitos detalhes sobre o elenco ou o enredo central, mas a promessa de um western com ADN criativo vindo de Wednesday é, no mínimo, intrigante.
Porque é que isto importa?
A aposta neste novo western pode marcar mais um capítulo importante na evolução dos géneros dentro do streaming. A Netflix já provou que sabe jogar com convenções, e trazer a sua sensibilidade moderna para o mundo dos cowboys pode resultar num produto inesperado — e, quem sabe, memorável.
Para os fãs de Wednesday, é uma oportunidade de ver como o mesmo tipo de criatividade pode ser aplicado a um cenário completamente diferente. Para os fãs de westerns… é um lembrete de que o género nunca morre — apenas muda de sela.
Durante anos, Black Mirror foi visto como um exercício de ficção distópica — um espelho negro que exagerava tendências para nos mostrar até onde poderíamos chegar se não tivéssemos cuidado com a tecnologia e a forma como ela molda a sociedade. Mas em 2025, muitos dos episódios da série de Charlie Brooker deixaram de parecer exageros. O que antes era alerta, hoje é realidade — e isso talvez seja o maior plot twist da televisão contemporânea.
Neste artigo, reunimos alguns dos episódios mais emblemáticos da série e comparamos com aquilo que já acontece no mundo. A pergunta não é “Será que isto vai acontecer?” — é “Como é que não demos por isso mais cedo?”
“Nosedive” (Temporada 3, Episódio 1) — A tirania das estrelas
O episódio mostra uma sociedade onde cada interação social é pontuada com uma classificação de 1 a 5 estrelas. A pontuação determina acesso a habitação, empregos, transportes, até amizades. Parece absurdo?
Na China, já existe um sistema de crédito social que avalia o comportamento dos cidadãos. E nas nossas mãos, seguramos diariamente apps como Uber, Airbnb ou mesmo o Instagram, onde tudo é “gostado”, avaliado e “ranqueado”. A ideia de que a tua pontuação social pode definir a tua vida profissional, romântica ou financeira… já está em curso.
“Be Right Back” (Temporada 2, Episódio 1) — Os mortos não descansam em paz
Uma mulher perde o companheiro num acidente e acaba por recorrer a um serviço que, através de dados digitais, recria a personalidade do falecido. Primeiro por mensagens, depois por voz. Eventualmente, por corpo.
Em 2023, a Amazon apresentou uma IA capaz de imitar a voz de familiares a partir de uma gravação de poucos segundos. Startups oferecem serviços de “clone digital” de entes queridos, permitindo continuar a interagir com eles após a morte. Aquilo que parecia morbidez ficcional é agora uma proposta de serviço premium.
“Fifteen Million Merits” (Temporada 1, Episódio 2) — O entretenimento como moeda
Num mundo onde tudo gira em torno de reality shows e pontos digitais, as pessoas pedalam em bicicletas para gerar energia e, em troca, consomem conteúdos superficiais. A fama é a única escapatória.
Hoje, o TikTok, o YouTube e os streams gamificados oferecem literalmente recompensas por tempo de visualização, participação e viralidade. Há adolescentes que treinam coreografias como quem se prepara para uma audição. Influencers são ídolos. E a linha entre realidade e performance é cada vez mais ténue.
“The Entire History of You” (Temporada 1, Episódio 3) — Memória sob vigilância
Imagina poder rever todas as tuas memórias como vídeos. A premissa do episódio torna-se pesadelo quando a obsessão por detalhes destrói relações.
Não temos ainda implantes, mas as câmaras, os registos de mensagens, o histórico de pesquisa e as redes sociais já fazem um trabalho notável de armazenar o passado — nem sempre a nosso favor. E mais: quantas discussões já acabaram com “Vê aqui, eu gravei”?
“Hang the DJ” (Temporada 4, Episódio 4) — Algoritmos que escolhem quem deves amar
Uma app de encontros prevê o sucesso de cada relação e determina a duração das mesmas antes de começarem. Os pares aceitam — ou não — o sistema.
Hoje, o Tinder, Bumble e similares já funcionam com base em algoritmos que calculam compatibilidade. Aplicações como Rizz ou AI Cupid utilizam inteligência artificial para escrever a melhor mensagem, fazer o “ice-breaker” perfeito ou sugerir o momento ideal para marcar um encontro. Ainda não entregámos o coração ao algoritmo… mas já o consultamos antes de nos apaixonarmos.
“Smithereens” (Temporada 5, Episódio 2) — A ditadura das notificações
Este episódio retrata o impacto das redes sociais na saúde mental. Um condutor em crise faz refém um funcionário de uma rede social, numa tentativa desesperada de ser ouvido.
Em pleno 2025, os alertas para os impactos psicológicos das redes sociais são quase semanais. Aumentos nos casos de depressão, ansiedade, comparações tóxicas, dependência digital. O feed é infinito, mas o bem-estar está em queda livre.
“White Christmas” (Especial de Natal) — Castigos digitais
Uma tecnologia permite “bloquear” pessoas na vida real, tornando-as visivelmente desfocadas e incapazes de comunicar. E ainda: o castigo de viver eternamente num loop digital.
Hoje, os cancelamentos públicos funcionam como bloqueios sociais à escala global. Mas mais perturbador é o avanço da IA na criação de clones de consciência em ambientes simulados. O conceito de prisão digital — viver num tempo infinito dentro de um software — já foi teorizado por empresas que testam inteligência artificial com aprendizagem em tempo acelerado.
Já não é ficção. É o presente.
Black Mirror nunca foi tanto uma previsão como uma ampliação do presente. O génio da série esteve em levar ao extremo aquilo que já existia à nossa volta. Mas agora, o extremo chegou mais cedo do que pensávamos.
A 7.ª temporada de Black Mirror chegou à Netflix a 10 de abril de 2025, trazendo seis novos episódios que exploram os limites da tecnologia e da condição humana. Charlie Brooker, o criador da série, continua a desafiar as nossas percepções com histórias que variam entre o perturbador e o emocional.
“Common People”: Uma crítica ao sistema de saúde privatizado, onde uma mulher depende de uma assinatura digital para manter as suas funções cerebrais.
“Plaything”: Um episódio que retoma personagens de Bandersnatch, explorando as consequências de um jogo de IA nos anos 90.
“USS Callister: Into Infinity”: A primeira sequela direta na série, continuando a história do episódio da 4.ª temporada, com o regresso de Jesse Plemons e Cristin Milioti.
“Eulogy”: Uma exploração emocional sobre memória e arrependimento, com uma performance marcante de Paul Giamatti.
“Hotel Reverie”: Uma narrativa romântica ambientada numa recriação virtual de Hollywood dos anos 40, protagonizada por Issa Rae e Awkwafina.
“Bête Noire”: Uma história sobre manipulação de memórias e vingança social, destacando-se pelo seu enredo surpreendente.
🎭 Elenco Estelar
A temporada conta com um elenco de peso, incluindo Paul Giamatti, Issa Rae, Awkwafina, Peter Capaldi, Emma Corrin, Rashida Jones, e muitos outros, que dão vida a estas histórias provocadoras.
Black Mirror continua a ser uma série que nos obriga a refletir sobre o impacto da tecnologia nas nossas vidas. Esta temporada não é exceção, oferecendo episódios que vão desde a crítica social até à exploração emocional profunda.
Num ano repleto de estreias marcantes, um anime destacou-se pela sua ousadia temática e qualidade narrativa: Orbe: Sobre os Movimentos da Terra. Lançado em 2024, este anime já é considerado uma obra-prima e está disponível na Netflix, pronto para conquistar os espectadores portugueses.
Ambientado na Polónia do século XV, Orbe segue a história de Rafal, um jovem prodígio que desafia as crenças geocêntricas da época, defendendo que a Terra se move em torno do Sol. A série mergulha nas tensões entre ciência e religião, explorando as consequências de questionar dogmas estabelecidos. Com uma animação meticulosa e uma narrativa envolvente, o anime convida à reflexão sobre a busca pelo conhecimento e a coragem de enfrentar o status quo.
Reconhecimento Internacional
Desde a sua estreia, Orbe tem sido aclamado pela crítica e pelo público, sendo comparado a clássicos como A Viagem de Chihiro e Monster. A sua abordagem única e provocadora tem gerado discussões acaloradas, especialmente entre os defensores de teorias alternativas sobre a forma da Terra .
Disponível na Netflix Portugal
Para os fãs de anime em Portugal, Orbe: Sobre os Movimentos da Terra está disponível na Netflix, com legendas em português. Com 25 episódios, a série oferece uma experiência imersiva que combina história, filosofia e drama humano. É uma oportunidade imperdível para quem aprecia narrativas profundas e visualmente impressionantes.
🎬 Orbe não é apenas um anime; é uma reflexão poderosa sobre a coragem de questionar e a busca incessante pela verdade. Uma verdadeira obra-prima que merece ser descoberta e debatida.
Já Está Disponível em Streaming — Também em Portugal
Quando o mestre do terror diz que não conseguiu suportar um filme até ao fim… talvez valha a pena (re)ver, nem que seja por pura curiosidade. Stephen King, autor de clássicos como O Iluminado e Carrie, confessou recentemente que há um único filme que abandonou a meio — e não, não era um slasher de baixo orçamento ou uma adaptação duvidosa de uma das suas próprias obras. Era nada mais, nada menos do que… Transformers.
Sim, o filme de 2007 realizado por Michael Bay, aquele mesmo onde robôs gigantes se transformam em carros e o som parece ter sido desenhado para colapsar colunas de som.
O tweet que lançou o caos
Em 2022, Stephen King escreveu nas redes sociais:
“Transformers é o único filme que não consegui ver até ao fim. E já sou adulto há décadas.”
A internet entrou em combustão, entre gargalhadas, incredulidade e muita gente a correr para rever o filme só para tentar perceber o que o incomodou tanto.
King nunca entrou em detalhes, mas os suspeitos do costume estão à vista: enredo caótico, excesso de CGI, ritmo alucinante, e diálogos que fazem um episódio de Power Rangers soar a Shakespeare. Ou talvez tenha sido mesmo só uma dor de cabeça provocada por explosões a cada dois minutos.
E agora… está disponível em Portugal
Se quiseres tirar as tuas próprias conclusões, Transformers (2007) está disponível em várias plataformas de streaming acessíveis em Portugal:
📺 SkyShowtime – Disponível no catálogo, com legendas em português
📺 Apple TV (aluguer ou compra digital) – A partir de 3,99€
📺 Google TV / YouTube Filmes – Também disponível para aluguer ou compra
📺 Amazon Prime Video – Pode não estar incluído na subscrição base, mas disponível para compra
Infelizmente, não está incluído na Netflix Portugal nem na HBO Max, pelo menos nesta fase.
Vale a pena (re)ver?
Depende. Se és fã de ação barulhenta, explosões coreografadas, robôs em guerra, e tens tolerância para a realização ultra-estimulante de Michael Bay, então há ali diversão garantida — ou pelo menos uma viagem nostálgica ao início dos anos 2000.
Mas se és do tipo que aprecia cinema com subtileza e profundidade… talvez compreendas o gesto de Stephen King antes da primeira hora.
🎬 Em suma: Transformers pode ter sido demais para Stephen King, mas isso não significa que não mereça uma segunda chance — nem que seja para poderes dizer “eu aguentei até ao fim”. E em Portugal, não há desculpas: o filme está a apenas uns cliques de distância.
Há muito que o mundo do cinema deixou de ser apenas sobre realizadores, estrelas de Hollywood e prémios dourados. Hoje, a verdadeira batalha acontece nos bastidores — entre algoritmos de plataformas e decretos governamentais. E a mais recente frente de combate situa-se em solo francês, onde a Netflix decidiu bater o pé (ou melhor, bater à porta do Conselho de Estado) contra aquilo que considera ser uma cronologia “arcaica” digna de uma bobine de celulóide empoeirada.
15 Meses de Espera… Sacrilégio ou Proteção Cultural?
O cerne da questão? Um decreto francês, datado de 13 de fevereiro de 2025, que obriga as plataformas de streaming a esperar 15 meses para poderem exibir um filme após a sua estreia nos cinemas franceses. Sim, 15 meses. Tempo suficiente para nascer um bebé, plantar um vinhedo ou ver cinco temporadas de Emily in Paris — mas demasiado, segundo a Netflix, para manter o público interessado.
A plataforma norte-americana, que investe cerca de 50 milhões de euros por ano no cinema francês (equivalente a 4% das suas receitas no país), quer ver esse prazo reduzido para 12 meses — mas sem mexer no cheque. Ou seja, quer mais liberdade, mas sem aumentar a mesada. Levaram o caso ao Conselho de Estado, alegando que estão a ser obrigados a cumprir um acordo que nunca assinaram. Curiosamente, o acordo foi subscrito por France Télévisions, Canal+, TF1 e Disney. E é aqui que a coisa aquece…
Canal+ e Disney: Os Alinhados com Benefícios
O sistema francês é, na sua essência, uma troca: quanto mais uma empresa investe no cinema nacional, mais cedo pode exibir os filmes. Canal+, por exemplo, é o maior investidor e pode transmitir obras cinematográficas apenas seis meses após a estreia nas salas. Um luxo conquistado com um investimento de pelo menos 480 milhões de euros até 2027.
A Disney, não querendo ficar atrás no desfile gaulês, também negociou com mestria: reduziu o seu prazo de espera de 17 para 9 meses. Em troca, aumentou a sua contribuição para a criação audiovisual francesa de 20% para 25% das suas receitas líquidas no país. Um belo acordo, mas que exige sacrifícios — principalmente para quem, como a Netflix, prefere o modelo norte-americano de “estreia simultânea e já agora aqui vai uma minissérie documental sobre o assunto”.
A Europa Ainda Resiste
Nos EUA, os filmes saltam para o streaming em 45 dias, quando não em simultâneo com os cinemas. Na Europa, e sobretudo em França, a lógica é diferente. Por muito que os tempos mudem, o país mantém o seu estatuto de bastião da proteção cultural. Antes de 2022, as plataformas tinham de esperar 36 meses (!) para transmitir um filme. Sim, três anos. Uma eternidade digital.
E não é só saudosismo. Trata-se de proteger o ecossistema cinematográfico: as salas, os festivais, os pequenos distribuidores. A França vê o cinema como património nacional — e não como mais um conteúdo na grelha entre Bridgerton e o novo reality show de cozinheiros e cães falantes.
Uma Luta Pela Janela… Mas Também Pelo Futuro
Chamam-lhe “a janela de exibição” — mas esta não tem cortinas leves, tem grades de ferro. E se a Netflix quer alargá-la (ou arrombá-la, dependendo da perspetiva), fá-lo com intenções claras: adaptar o mercado europeu ao seu modelo de negócio global.
O problema? Nem todos os países estão dispostos a transformar os seus cinemas em anexos de um catálogo digital. O que está em jogo aqui não é apenas um número de meses, mas sim a soberania cultural, o financiamento da produção local e a própria definição de “cinema” em tempos de binge-watching.
🎬 Netflix vs França não é apenas um litígio técnico — é um novo episódio de uma série em andamento chamada “Quem Manda no Cinema?”. A resposta, para já, continua a ser… à la française.
Preparem-se, fãs de pancadaria cinematográfica: Tom Hardy está de volta ao ecrã com um novo projeto cheio de adrenalina. 🎬 Havoc estreia na Netflix já no dia 25 de abril, e promete elevar (ainda mais) o nível da ação no catálogo da plataforma. Se é fã de perseguições caóticas, confrontos brutais e investigações que se complicam mais a cada minuto… então esta estreia vai direto para a sua lista!
O filme é realizado por ninguém menos do que Gareth Evans, o cineasta galês que nos deu os inesquecíveis The Raid e The Raid 2 — verdadeiros clássicos modernos do cinema de ação asiático. Evans não brinca em serviço, e o seu regresso ao género, agora com uma superprodução ocidental, está a gerar bastante expectativa. E com razão!
Um Detetive no Inferno Urbano
Em Havoc, Tom Hardy interpreta Walker, um detetive que se vê mergulhado num submundo violento quando uma simples investigação a um massacre em Chinatown rapidamente descamba numa teia de corrupção, crime organizado e política podre. O principal suspeito? Nada menos do que o filho do mayor da cidade, interpretado por Forest Whitaker— outro peso-pesado do cinema que dispensa apresentações.
Ao que tudo indica, esta não será apenas mais uma história de “polícia à procura da verdade”. Gareth Evans é conhecido por transformar até os guiões mais simples numa experiência física, visual e emocional intensa. E com Tom Hardy no papel principal — um ator que parece sempre pronto para levar e dar porrada em doses cinematográficas — as expectativas só aumentam. 💥
Estilo, Violência e Coreografias à Gareth Evans
Se já viu The Raid, sabe o que esperar: combates coreografados ao milímetro, tensão constante e uma câmara que não tem medo de se meter no meio da confusão. Havoc promete manter essa assinatura visual brutal e visceral que tornou Gareth Evans num nome incontornável para qualquer fã de ação a sério.
O trailer, recentemente lançado, já dá um cheirinho dessa energia: explosões, confrontos corpo-a-corpo e uma cidade mergulhada em caos, onde a linha entre heróis e vilões é tudo menos clara. Este poderá ser um dos filmes de ação mais intensos do ano — e está mesmo aí à porta.
Estreia Mundial: 25 de Abril
A Netflix já habituou o público a produções musculadas, como Extraction com Chris Hemsworth ou The Old Guard com Charlize Theron, mas Havoc parece querer subir a parada. O envolvimento de Gareth Evans e o carisma explosivo de Tom Hardy fazem deste título um dos mais aguardados do mês.
🔔 Marque na agenda: 25 de abril. E prepare-se para o caos. Havoc está prestes a rebentar com tudo — literalmente.
A Netflix estreou recentemente Pulsação, o seu primeiro drama médico original em língua inglesa – e a aposta parece ter resultado. A série chegou à plataforma no dia 3 de abril e, no próprio dia, já liderava o top diário global do serviço. Em Portugal, a primeira temporada entrou diretamente para o terceiro lugar do ranking nacional, apenas atrás de Adolescênciae Jovens Desaparecidas: O Assassino em Série de Long Island.
Criada por Carlton Cuse (nome bem conhecido do universo de Lost e Jack Ryan) e pela argumentista Zoe Robyn, Pulsação traz consigo todos os ingredientes do típico drama hospitalar — tensão, romances proibidos, dilemas éticos, decisões de segundos e muitos, muitos bisturis. Mas a grande novidade? Um furacão prestes a atingir o hospital mais movimentado de Miami.
Um hospital no olho do furacão… literal e emocional
No centro da narrativa está a Dra. Danny Simms, interpretada por Willa Fitzgerald (Reacher, Dare Me), uma interna de terceiro ano que vê o seu mundo virar do avesso quando é promovida de forma inesperada após a suspensão do reputado chefe de equipa, o Dr. Xander Phillips (Colin Woodell).
Com a aproximação de um poderoso furacão, o hospital entra em estado de emergência. As portas fecham, os pacientes acumulam-se e, claro, os conflitos também. Para complicar o cenário, Danny e Phillips são forçados a colaborar — e a enfrentar o passado romântico conturbado (e algo escandaloso) que os une.
Com as emoções à flor da pele e as vidas dos pacientes penduradas por um fio, o caos instala-se. E se, para estes médicos, salvar uma vida pode ser mais simples do que manter as suas próprias em ordem, é porque Pulsação não veio para contar apenas histórias de bisturis e diagnósticos.
Um elenco que mistura veteranos e novos talentos
Além de Willa Fitzgerald e Colin Woodell, o elenco de Pulsação conta com uma série de nomes que prometem dar que falar:
Justina Machado (One Day at a Time)
Jessie T. Usher (The Boys)
Jessy Yates, Jack Bannon, Chelsea Muirhead, Daniela Nieves
E participações especiais de Néstor Carbonell, Jessica Rothe, Santiago Segura, Ash Santos e Arturo Del Puerto
Cada episódio mistura tensão clínica com dramas pessoais, romances (nem sempre aconselháveis) e dilemas éticos que vão pôr à prova o juramento de Hipócrates… e os corações de quem vê.
Fórmula já vista, mas eficaz
É verdade que Pulsação não reinventa a roda do drama médico — há claras influências de Grey’s Anatomy, ER – Serviço de Urgência ou The Resident — mas isso não é necessariamente mau. A realização é sólida, o ritmo frenético e os dilemas médicos cativantes. E tudo embrulhado num cenário de catástrofe natural que funciona como metáfora (muito literal, diga-se) para o caos emocional das personagens.
Se estás à procura de um binge-watch envolvente com bisturis, lágrimas e umas quantas tempestades (no céu e no coração), Pulsação é uma boa escolha. E se a primeira temporada continuar a escalar nos tops da Netflix, não será de admirar que a segunda esteja já no horizonte.
Shia LaBeouf está novamente no centro da polémica — e desta vez, nem o método mais extremo pode justificar os episódios agora revelados. Um novo documentário mostra o ator norte-americano a agredir e a ameaçar alunos… da sua própria escola de representação.
Sim, leu bem. A estrela de Transformers e Honey Boy não se limitou a ensinar acting — parece que também treinou algum “contacto físico”, com intensidade a mais e limites éticos a menos. O documentário chama-se Slauson Rec, em referência ao Slauson Recreation Center, onde LaBeouf manteve a sua peculiar escola entre 2018 e 2020.
800 Horas de Registos e Uma Câmera Sempre Ligada 🎥
O filme é realizado por Leo Lewis O’Neil e assenta num vasto arquivo de cerca de 800 horas de filmagens gravadas… com autorização do próprio LaBeouf. Segundo o realizador, o ator encorajou a captação de todos os momentos. Isso inclui, por exemplo, uma cena descrita pela revista Vanity Fair, onde LaBeouf é visto a empurrar um aluno contra a parede, ameaçando-o verbalmente. O aluno em questão ficou com arranhões e marcas pelo corpo.
E não, não foi cortado na sala de edição. O próprio Shia permitiu que a cena ficasse no documentário. “Ele tinha todos os motivos para o impedir. É um dos artistas mais vulneráveis que já vi”, explicou o realizador. Vulnerável… ou perigosamente indulgente?
Um Mestre Inconvencional ou Apenas Mais um Escândalo?
Shia LaBeouf não é estranho à controvérsia. Do estrelato precoce na Disney à carreira oscilante entre grandes produções e cinema indie, tem sido protagonista tanto nos ecrãs como nos tribunais e nas manchetes. Já enfrentou acusações de agressão, comportamento abusivo e má conduta — mas abrir uma escola de representação para depois agredir alunos é, sem dúvida, um novo capítulo sombrio.
Em declarações à Vanity Fair, o ator defendeu-se com o habitual tom de guru artístico fora-da-caixa: “Os meus métodos de ensino podem não ser convencionais, mas estou orgulhoso dos feitos destes miúdos. Transformámos um grupo de teatro numa empresa.”
Ora, a linha entre “não convencional” e “comportamento inaceitável” parece ter sido definitivamente ultrapassada.
A Arte Justifica Tudo?
A pergunta é legítima: até que ponto os métodos extremos — comuns em certos círculos do método de representação — podem ser tolerados em nome da “arte”? Estará Shia LaBeouf a tentar seguir os passos de gurus como Lee Strasberg ou apenas a usar a criatividade como desculpa para justificar abuso?
The Slauson Rec promete ser uma viagem desconfortável ao interior de uma mente artística imprevisível, mas também levanta sérias questões sobre ética, responsabilidade e o papel do artista enquanto mentor.
Se há lição a tirar deste novo escândalo, é que a paixão pela arte não deve ser um escudo para agressão. E que ensinar, acima de tudo, exige respeito. Algo que, aparentemente, faltou em várias sessões no centro de Shia LaBeouf.
Nem tudo o que parece é — e em O Jardineiro, isso é quase uma regra de ouro. A nova série espanhola da Netflix chega a 11 de abril e promete regar o catálogo de thrillers com sangue, tensão e um toque inesperado de romance. 🌹💀
Protagonizada por Álvaro Rico (Elite), Cecilia Suárez (La Casa de las Flores) e Catalina Sopelana (El Inocente), esta produção original mergulha num universo onde as flores escondem mais do que perfume — e os canteiros podem bem ser túmulos.
Um horto, uma fachada… e um negócio mortal 🌺🔪
A premissa já por si é intrigante: Elmer vive com a mãe, La China Jurado (interpretada com intensidade por Cecilia Suárez), que gere um horto. Mas este não é um simples viveiro de flores e plantas: é a fachada para um próspero negócio de homicídios por encomenda.
Sim, leu bem. Entre regadores e adubos, La China encontrou a fórmula perfeita para gerir um cartel de assassinatos e transformar o próprio filho num eficiente executor. A cereja no topo da estufa? Elmer, devido a um acidente, ficou emocionalmente desligado — não sente medo, culpa… nem amor.
Tudo muda com Violeta 💘
Mas como em todo bom thriller com alma latina, o amor intromete-se — e vira tudo do avesso. Quando Elmer recebe como próximo alvo uma encantadora educadora de infância chamada Violeta (Catalina Sopelana), algo inesperado acontece: ele apaixona-se. E essa pequena centelha de emoção genuína é suficiente para pôr em risco toda a operação.
Com a mãe decidida a eliminar Violeta a todo o custo, Elmer vê-se dividido entre o dever e o coração, entre a fidelidade e a redenção. O jardineiro, que sempre soube matar, vai agora tentar salvar. Mas será tarde demais?
Mistura explosiva de tensão e tragédia
O Jardineiro promete oferecer uma fusão rara: um drama psicológico com estética de thriller sombrio, pontuado por elementos românticos e familiares. A realização, carregada de tensão e com uma paleta visual marcada por verdes escuros e tons terrosos, lembra-nos que estamos num terreno fértil para traições, dilemas morais e reviravoltas emocionais.
O elenco conta ainda com nomes como Jorge Suquet, Ana Álvarez e Violeta Rodríguez, num enredo onde os silêncios falam mais alto do que as palavras e onde até as flores parecem esconder segredos.
Se a Netflix acertar no tom — e tudo indica que sim — O Jardineiro pode muito bem tornar-se o novo vício ibérico dos assinantes, ao estilo de Quem Matou Sara? ou El Inocente. Com a vantagem de oferecer algo menos previsível e muito mais provocador.
A produtora independente A24 continua a provar que sabe como criar sucessos de bilheteira, especialmente no género do terror. Depois de ter conquistado audiências com filmes como Hereditary e Midsommar, foi com o australiano Talk to Meque conseguiu o seu maior êxito no género — e agora, o fenómeno chegou à Netflix.
Talk to Me estreou nos cinemas em 2023 e rapidamente se tornou num caso sério de sucesso. A premissa é simples, mas viciante: um grupo de adolescentes descobre uma mão embalsamada que lhes permite comunicar com espíritos, mas só durante 90 segundos. Claro que, como qualquer adolescente num filme de terror, alguém decide ignorar essa regra… e o caos instala-se.
Com uma atmosfera intensa, momentos verdadeiramente perturbadores e interpretações de alto nível — em especial de Sophia Wilde, que dá vida à protagonista Mia — o filme arrecadou críticas muito positivas desde a sua estreia. Manteve uma pontuação elevada no Rotten Tomatoes e somou uns impressionantes 91,9 milhões de dólares em receitas mundiais, ultrapassando assim Hereditary (80,9 milhões) como o maior sucesso de terror da A24.
Aliás, Talk to Me não é apenas o filme de terror mais lucrativo da produtora, é também o terceiro título com mais receita da sua história, ficando apenas atrás de Civil War (2024) e do multipremiado Everything Everywhere All at Once (2022).
Com este sucesso, era apenas uma questão de tempo até ser anunciada uma sequela. E assim foi: Talk to Me 2 já está em desenvolvimento, com os irmãos Danny e Michael Philippou de regresso à realização. Ainda não foram revelados detalhes sobre a história, mas o final do primeiro filme deixa várias possibilidades em aberto — incluindo o regresso de Mia como espírito ou a exploração da origem da tal misteriosa mão.
Curiosamente, antes da estreia, os realizadores tinham partilhado online alguns vídeos de curta duração que funcionavam como prequelas da história, centrados na personagem Duckett, vista na cena de abertura. No entanto, devido ao conteúdo violento, os vídeos foram rapidamente retirados das redes sociais.
Agora, com o filme disponível na Netflix, uma nova vaga de espectadores vai poder descobrir este arrepiante (e viciante) fenómeno. Se ainda não viu Talk to Me, prepare-se para 95 minutos de tensão sobrenatural e decisões de adolescentes que o vão fazer gritar “NÃO TOQUES NA MÃO!” mais vezes do que gostaria de admitir.
Se a A24 continuar neste caminho, podemos esperar mais terrores de qualidade nos próximos anos. E sim, já estamos com a mão no ar à espera de Talk to Me 2.
Com tantas opções disponíveis nas plataformas de streaming, escolher o próximo filme pode ser uma tarefa complicada. Para facilitar a decisão, reunimos cinco filmes que não só estão disponíveis em Portugal, como também contam com pontuações impressionantes no IMDb e no Metacritic. Esta lista abrange géneros variados e representa o melhor que o cinema tem oferecido nos últimos anos — todos com o selo de aprovação da crítica especializada.
1. Oppenheimer
📺 Disponível em Sky ShowTime e TV Cine e disponível para aluguer em Amazon Prime Video e Apple TV
⭐ IMDb: 8.4
🟢 Metacritic: 88
Christopher Nolan assina uma das suas obras mais ambiciosas com Oppenheimer, um retrato intenso e complexo de J. Robert Oppenheimer, o pai da bomba atómica. O filme não é apenas um biopic; é uma reflexão profunda sobre ciência, moralidade e responsabilidade histórica. Cillian Murphy brilha num papel que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator, e o filme em si conquistou sete Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Realização.
A crítica foi unânime: o filme é visualmente deslumbrante, narrativamente desafiante e intelectualmente estimulante. O New York Times chamou-lhe “um dos épicos históricos mais densos e impactantes dos últimos tempos”, enquanto a Variety o classificou como “um triunfo cinematográfico”.
2. Dune: Parte Dois
📺 Disponível no HBO Max
⭐ IMDb: 8.8
🟢 Metacritic: 79
A tão aguardada continuação da saga de Denis Villeneuve aprofunda o universo de Arrakis e mergulha o público num épico de escala colossal. Dune: Parte Dois mistura intriga política, guerra e profecia num enredo arrebatador com visuais de cortar a respiração. Timothée Chalamet e Zendaya lideram um elenco que foi amplamente elogiado pela entrega emocional e intensidade dramática.
A crítica reconheceu a maturidade narrativa do filme em relação à primeira parte, elogiando especialmente a forma como Villeneuve conjuga espectáculo visual com profundidade temática. Para a Empire, “é ficção científica da mais alta ordem: desafiante, visualmente deslumbrante e emocionalmente gratificante”.
3. Mad Max: Estrada da Fúria
📺 Disponível na Netflix e HBO Max
⭐ IMDb: 8.1
🟢 Metacritic: 90
George Miller regressou em força com esta reinvenção moderna da sua icónica saga. Mad Max: Estrada da Fúria é um verdadeiro turbilhão de ação, adrenalina e metáforas ambientais, com Charlize Theron a roubar a cena como a inesquecível Imperator Furiosa. O filme venceu seis Óscares e foi aclamado como uma das melhores produções de ação do século XXI.
O The Guardian descreveu-o como “uma explosão de criatividade visual e narrativa rara num blockbuster”, enquanto a Rolling Stone destacou a “ousadia artística e a intensidade dramática” como traços diferenciadores.
4. Clonaram o Tyrone (They Cloned Tyrone)
📺 Disponível na Netflix
⭐ IMDb: 6.7
🟢 Metacritic: 75
Uma comédia de ficção científica com comentários sociais bem vincados, Clonaram o Tyrone apresenta um trio improvável que descobre uma conspiração governamental nas suas ruas. Com Jamie Foxx e John Boyega, o filme mistura humor, crítica racial e teorias da conspiração num tom que recorda obras como Get Out.
A crítica elogiou o equilíbrio entre sátira e entretenimento, com destaque para a originalidade do argumento e o estilo retro-futurista da realização. O IndieWire escreveu: “É raro ver um filme que consegue ser tão provocador quanto divertido – este acerta em cheio.”
5. A Grande Ambição (La Grande Ambizione)
📺 Disponível na Netflix
⭐ IMDb: 7.3
🟢 Metacritic: Ainda sem avaliação oficial
Este drama político italiano retrata a ascensão e queda de Enrico Berlinguer, uma das figuras centrais do Partido Comunista Italiano no século XX. Elio Germano lidera o elenco com uma performance poderosa, mergulhando nas contradições e dilemas ideológicos de uma época turbulenta.
Apesar de menos mediático, o filme conquistou aclamação em festivais internacionais. A Cineuropa destacou “a sensibilidade com que o realizador Andrea Segre retrata a tensão entre ideais e pragmatismo político”. Uma escolha ideal para quem procura cinema europeu com conteúdo e contexto histórico.
Conclusão
Estes cinco filmes representam o que de melhor se pode ver hoje nas plataformas de streaming disponíveis em Portugal. Seja pela profundidade emocional de Oppenheimer, o impacto visual de Dune: Parte Dois, ou a energia frenética de Mad Max, todos eles foram aclamados pela crítica e oferecem experiências cinematográficas ricas e inesquecíveis.
A minissérie britânica Adolescence, da Netflix, não é apenas um fenómeno cultural — é agora também um marco histórico na televisão do Reino Unido. Num feito inédito, a série tornou-se o primeiro programa de sempre de uma plataforma de streaming a liderar o top semanal de audiências britânicas, ultrapassando até os programas tradicionais mais populares da televisão linear.
Segundo dados da agência de audiências Barb, o primeiro episódio de Adolescence foi visto por quase 6,5 milhões de espectadores na primeira semana após a estreia, enquanto o segundo episódio ficou logo atrás com 6 milhões de visualizações. Ambos superaram o programa mais visto da televisão tradicional nesse período, The Apprentice, que registou 5,8 milhões de espectadores.
Tudo isto aconteceu entre os dias 10 e 16 de março, sendo que Adolescence só foi lançado no dia 13. Ou seja, conseguiu dominar as tabelas em apenas três dias de exibição — um feito absolutamente notável.
📺 Um novo paradigma de consumo televisivo
Estes números sublinham a transformação em curso no modo como o público britânico consome televisão. Ainda que os canais tradicionais continuem a ter audiências significativas, o poder do streaming é agora incontestável. De facto, já em 2023, a Netflix foi o serviço de televisão mais visto no Reino Unido durante três meses consecutivos, superando a BBC One pela primeira vez.
A chefe de conteúdos da Netflix UK, Anne Mensah, tem sido amplamente elogiada por apostar numa linha editorial arrojada e relevante, que resultou em sucessos como Baby Reindeer e Adolescence.
🎬 Uma série que dá que falar — e pensar
Criada por Jack Thorne e com realização de Philip Barantini, Adolescence tem ao centro Jamie Miller, um rapaz de 13 anos detido por alegado envolvimento no homicídio de uma colega de escola. A série, protagonizada por Stephen Graham, Ashley Walters e o estreante Owen Cooper, explora com profundidade temas como a radicalização masculina online, a influência nociva das redes sociais, e a desorientação emocional de uma geração em crise.
Cada um dos quatro episódios foi filmado em plano-sequência, sem cortes, intensificando a imersão e o impacto emocional da narrativa. A série é uma produção da Warp Films, Plan B (de Brad Pitt) e Matriarch Productions.
Com mais de 24 milhões de visualizações globais e quase 100 milhões de horas assistidas na primeira semana, Adolescence bateu também a concorrência de outros grandes títulos da Netflix, como Fool Me Once, The Gentlemen e Baby Reindeer. A expectativa agora recai sobre os dados da segunda semana, a serem revelados ainda hoje.
🌍 Um fenómeno global com impacto social
A série tem gerado debates acesos em todo o mundo sobre misoginia, violência juvenil e o papel dos pais num mundo digital cada vez mais opaco. O próprio Stephen Graham referiu que a ideia da série nasceu do impacto de vários casos reais de crimes cometidos por adolescentes no Reino Unido e da urgência de discutir o que está a acontecer com os jovens — em especial os rapazes — na era da internet.
Em vez de apresentar uma família disfuncional como culpada fácil, Adolescencecoloca o foco na influência invisível mas letal da radicalização online, mesmo em contextos familiares amorosos e estruturados. Essa abordagem tem sido largamente aplaudida por críticos e espectadores.
📊 Conclusão: a adolescência nunca foi tão desconcertante… nem tão televisivamente arrebatadora
Com números de audiência recorde, uma abordagem narrativa inovadora e um debate social urgente, Adolescence não só entrou para a história da televisão britânica, como cimentou o lugar da Netflix como líder incontestável na produção de conteúdos relevantes e disruptivos. Em 2025, o futuro da televisão é cada vez mais em streaming — e cada vez mais feito para pensar.
A minissérie britânica Adolescência, protagonizada por Stephen Graham, tornou-se num fenómeno desde que chegou à Netflix, alcançando mais de 24 milhões de visualizações na sua primeira semana. Dividida em quatro episódios filmados em plano-sequência, a série mergulha numa história intensa e perturbadora que acompanha Jamie, um rapaz de 13 anos acusado do homicídio de uma colega da escola. A produção tem sido amplamente elogiada pela forma realista como retrata a radicalização online e a influência de culturas misóginas sobre adolescentes do sexo masculino. No entanto, esta semana, foi envolvida numa controvérsia inesperada — alimentada por Elon Musk.
O bilionário e proprietário da plataforma X (antigo Twitter) foi alvo de fortes críticas por ter reagido a uma publicação que promovia desinformação sobre Adolescência. O post, feito por Ian Miles Cheong (@stillgray), alegava que a série era inspirada num caso real ocorrido em Southport, no qual o agressor teria sido um migrante negro. O utilizador acusava a Netflix de “racismo anti-branco” por ter alegadamente trocado a etnia do atacante na ficção. A publicação foi amplamente partilhada, contando com mais de cinco milhões de visualizações.
Elon Musk, que tem mais de 220 milhões de seguidores, respondeu com um simples “Wow”, amplificando a mensagem e dando-lhe legitimidade. A resposta gerou uma onda de indignação por parte de utilizadores da plataforma, especialistas e fãs da série.
Factos desmentem a polémica
Vários utilizadores vieram esclarecer a origem da série. O jornalista @Shayan86 sublinhou que Adolescência não é baseada em nenhum caso específico, muito menos no trágico ataque de Southport, ocorrido a 29 de julho de 2023. O projeto estava já em produção e em filmagens desde março do mesmo ano, com as gravações a decorrerem entre março e setembro — ou seja, antes do ataque que muitos tentaram relacionar com a história de Jamie.
Além disso, o criador da série, Jack Thorne, e o ator e produtor Stephen Graham têm sido claros sobre as inspirações para Adolescência: uma série de casos reais que envolvem jovens rapazes britânicos responsáveis por crimes violentos com facas. Entre os exemplos citados por Graham estão os assassinatos de jovens raparigas em Londres e Liverpool, incluindo o chocante caso de Brianna Ghey, uma adolescente trans assassinada por dois colegas.
Graham explicou que a série foi pensada ao longo de dez anos e tem como principal objetivo explorar a pressão crescente que os jovens enfrentam, particularmente os rapazes, e como ambientes tóxicos online — incluindo figuras influentes como Andrew Tate — moldam comportamentos perigosos.
O perigo da desinformação viral
A publicação original e a resposta de Musk foram amplamente criticadas por contribuírem para a proliferação de narrativas falsas. Comentadores acusaram Musk de utilizar a sua influência para amplificar teorias conspirativas e fomentar ressentimento racial injustificado. @Sensanetional descreveu o caso como “preocupante” e outros utilizadores apelidaram a plataforma de “inferno digital”.
Este episódio sublinha um problema crescente nas redes sociais: a rapidez com que desinformação se torna viral, mesmo quando factualmente incorreta. No caso de Adolescência, a falsa ligação a um caso real e a acusação de “propaganda anti-branca” ignora o verdadeiro propósito da série — um alerta social e uma análise cuidada do que leva jovens aparentemente “normais” a cometer atos de violência extrema.
Uma reflexão necessária
Adolescência procura não apontar dedos fáceis, mas questionar as causas estruturais por detrás de um fenómeno preocupante: a radicalização de adolescentes através da internet. Mostrando um lar funcional e amoroso, a série desmonta o preconceito de que estes comportamentos resultam apenas de lares disfuncionais.
Stephen Graham sintetizou o espírito da obra numa entrevista: “E se a culpa não for dos pais? E se forem forças invisíveis, digitais, que entram no quarto à noite e moldam mentes sem que ninguém repare?”
A série é mais do que um thriller — é uma poderosa chamada de atenção para um problema que afeta cada vez mais famílias, e cuja resposta não pode ser enviesada por narrativas simplistas ou preconceituosas. A polémica em torno da sua suposta “motivação real” apenas reforça a urgência de uma discussão informada, baseada em factos e não em desinformação viral.