Nanni Moretti em Cuidados Intensivos

O cinema europeu está em sobressalto. Nanni Moretti, o realizador italiano que nos habituou a pensar (e rir) com filmes de uma ternura provocadora, sofreu um ataque cardíaco e encontra-se internado nos cuidados intensivos em Roma, com prognóstico reservado. A notícia, avançada pelos media italianos, caiu como um balde de água fria no meio cinematográfico.

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Com 71 anos, Moretti foi levado de urgência na quarta-feira para o Hospital San Camillo, onde foi submetido de imediato a uma cirurgia de emergência. Segundo as primeiras informações, encontra-se estabilizado, mas continua em estado delicado.

Um cineasta com coração nas imagens… e agora o coração à prova

O incidente não é totalmente inesperado: em outubro de 2023, o autor de Querido Diário já tinha sofrido um pequeno enfarte, que o obrigou a cancelar uma apresentação em Nápoles. Foi também tratado no mesmo hospital onde agora permanece internado. Na altura, a situação foi encarada como um susto. Desta vez, porém, o silêncio à volta do seu estado de saúde é mais preocupante.

Moretti, frequentemente comparado a Woody Allen (com sotaque romano e scooter Vespa), construiu uma filmografia que é um verdadeiro espelho crítico da sociedade italiana — e não só. Do íntimo O Quarto do Filho (Palma de Ouro em Cannes, 2001) ao mordaz Habemus Papam, passando pelo frontalíssimo O Caimão, sobre o fenómeno Berlusconi, Nanni sempre foi uma voz desconcertante, subtilmente hilariante e com um faro extraordinário para o desconforto moderno.

O homem que filmava o mundo como quem escreve um diário

A sua carreira começou com uma câmara Super 8 e uma comédia minimalista chamada Io sono un autarchico (1976), que já prometia aquilo que se viria a confirmar: um talento único para usar o humor como arma e escudo. Mas foi com Querido Diário (1993) que Moretti conquistou definitivamente o público internacional — e o coração dos cinéfilos. A sua deambulação pela Roma vazia, a bordo de uma Vespa, enquanto reflecte sobre a vida, a arte e a condição humana, é hoje um clássico moderno e um hino à introspecção urbana.

Esse filme valeu-lhe o Prémio de Melhor Realização em Cannes, em 1994. E seria apenas o início de um percurso que se manteria coerente, surpreendente e, acima de tudo, pessoal. Moretti nunca teve medo de se colocar diante da câmara — fosse como alter ego neurótico, pai enlutado, cineasta em crise ou cidadão indignado. Sempre com uma estética depurada e um olhar clínico sobre o mundo que o rodeia.

Um realizador que não poupa ninguém (nem o Vaticano)

Ao longo das décadas, foi construindo uma carreira sem concessões ao facilitismo comercial. Filmes como O Caimão(2006), onde expôs com coragem o impacto do populismo mediático de Berlusconi, ou Habemus Papam (2011), uma reflexão delicada e provocadora sobre os bastidores da Santa Sé, confirmaram a sua reputação de criador independente e inconformado.

Mesmo O Sol do Futuro (2023), o seu filme mais recente e uma espécie de metanarrativa sobre um realizador em busca de sentido num mundo em transformação, competiu em Cannes e mostrou que, apesar da idade, Moretti continua a questionar tudo — a si próprio incluído.

Uma pausa indesejada… mas não definitiva?

Ainda não há actualizações oficiais sobre a evolução do seu estado de saúde, mas o meio cinematográfico — em Itália e no mundo — já reagiu com mensagens de solidariedade. A esperança é que este seja apenas mais um capítulo na sua longa narrativa pessoal, e que Nanni volte a fazer aquilo que melhor sabe: filmar o mundo com um misto de amor, ironia e coragem.

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“Lavagante” Chega em Outubro e Junta Três Gigantes da Cultura Portuguesa 🎬🦞

Uma história de amor intemporal, marcada pela repressão brutal do Estado Novo e escrita por um dos maiores nomes da literatura portuguesa: “Lavagante” tem estreia marcada para 2 de outubro, assinalando os 100 anos do nascimento de José Cardoso Pires. Mas este não é um filme qualquer — é o culminar de uma jornada artística de décadas, onde se cruzam os nomes de António-Pedro Vasconcelos, Mário Barroso e Paulo Branco.

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Preparem os corações e as consciências, porque vem aí cinema com “C” maiúsculo.

Uma viagem à Lisboa de 1962, com amor e brutalidade

Adaptado da obra Lavagante, Encontro Desabitado, publicada postumamente em 2008, o filme mergulha numa Lisboa marcada pelas revoltas estudantis e pela mão pesada do regime de Salazar. É neste ambiente sufocante, onde a PIDE espreita em cada esquina e o medo é quase uma segunda pele, que nasce a relação entre Cecília (Júlia Palha), estudante de Arquitetura, e Daniel (Francisco Froes), um jovem médico opositor ao regime.

O pano de fundo é a repressão violenta das manifestações estudantis na Cidade Universitária em 1962 — um dos episódios mais negros do salazarismo, e que José Cardoso Pires, com o seu estilo depurado e corrosivo, registou com a precisão de quem sabia exactamente onde o silêncio do medo começava a gritar.

Uma promessa cumprida — e um tributo a António-Pedro Vasconcelos

Este era um projeto muito querido a António-Pedro Vasconcelos, que chegou a adaptar o argumento e teve a bênção da família de Cardoso Pires para levar o conto ao ecrã. Anunciado há anos como um telefilme para a RTP, o projeto acabou por não avançar — até que Paulo Branco, com o habitual instinto de produtor irredutível, decidiu resgatá-lo e dar-lhe nova vida.

Infelizmente, Vasconcelos viria a falecer em março de 2024, sem ver o seu sonho concluído. Mas o cinema, quando é feito com amor, tem um dom especial para cumprir promessas.

Em sua homenagem, Mário Barroso assumiu a realização e também a direção de fotografia. E se há alguém que compreende a linguagem visual da memória, da dor e da resistência, é Barroso, com o seu olhar sempre atento ao detalhe e à verdade dos corpos em conflito.

Um elenco de peso para um país em convulsão

Além de Júlia Palha e Francisco Froes, o elenco de Lavagante conta com Nuno Lopes, Diogo Infante, Leonor Alecrim e outros nomes que têm dado voz e corpo ao melhor do cinema português.

É uma obra que não se limita a contar uma história — quer provocar, lembrar e ensinar. Em tempos de amnésias coletivas e revisionismos perigosos, Lavagante será uma janela necessária para os mais jovens perceberem que a liberdade não foi um dado adquirido. Houve amor, coragem, sofrimento — e também mortos — no caminho para lá chegar.

O regresso do Cardoso Pires político e pungente

Se há escritor que soube captar o cheiro da repressão e a tensão social do Portugal cinzento e abafado, foi José Cardoso Pires. O mesmo que nos deu obras como Balada da Praia dos Cães ou O Delfim, aqui ressurge num texto menos conhecido mas carregado da sua habitual acutilância, a revisitar um país onde amar podia ser um ato de resistência.

Este centenário do seu nascimento será celebrado com um filme que — tudo indica — fará justiça à sua escrita. E quem melhor para fazer essa ponte do que três homens do cinema português que sempre se recusaram a baixar os braços?


🎞 Lavagante estreia nos cinemas portugueses a 2 de outubro de 2025, numa data que promete marcar não apenas o calendário, mas também as consciências.

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Se quiseres, posso criar uma imagem editorial para ilustrar o artigo, talvez algo com uma silhueta de estudantes em protesto fundida com o contorno de um lavagante — uma imagem simbólica, política e cinematográfica. Avanço com isso?

John Wick Está de Volta… Em Triplicado!

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Keanu Reeves regressa ao papel do assassino mais elegante do cinema — e traz companhia

Podem guardar os cães e preparar os fatos à prova de bala: John Wick não morreu, está apenas a carregar. E agora traz não um, nem dois, mas três novos filmes consigo.

A Lionsgate revelou na CinemaCon, que decorre esta semana em Las Vegas, que o universo John Wick vai expandir-se oficialmente com três novos títulos — incluindo o tão aguardado John Wick 5, um filme de animação prequela e um spin-off protagonizado (e realizado!) por Donnie Yen. E sim, Keanu Reeves está confirmado para regressar ao centro da ação. Nem a sua idade (terá 61 anos quando começarem as filmagens) impede o homem de regressar ao papel que reinventou o cinema de ação moderno.

John Wick 5

: o regresso do homem, do mito, da lenda

Apesar do final ambíguo (vá, quase fatal) de John Wick: Capítulo 4, a Lionsgate garantiu que John Wick 5 está mesmo em desenvolvimento com Keanu Reeves e o realizador Chad Stahelski de regresso. O argumento está a ser escrito e, segundo o estúdio, “ninguém voltaria se não tivesse algo verdadeiramente fenomenal para dizer com estas personagens”.

Ora, depois de quatro filmes que elevaram as coreografias de luta a um novo patamar, queremos acreditar que esta quinta entrada tem uma cartada especial preparada. Talvez Wick regresse dos mortos com mais estilo do que nunca — não seria a primeira vez.

Wick no passado? Só com animação!

O segundo projeto é uma novidade que nem os fãs mais atentos esperavam: uma prequela em animação, com realização de Shannon Tindle. Esta história levar-nos-á a uma noite fulcral do passado de John Wick, onde o assassino terá de eliminar múltiplos inimigos numa única missão — tudo antes dos acontecimentos do filme original de 2014. Sim, Keanu deverá dar voz ao personagem.

Com esta abordagem, a Lionsgate aposta num novo formato para explorar o lore da franquia, mantendo a estética estilizada e uma liberdade narrativa total. Se funcionar, pode abrir espaço a mais explorações animadas do universo Wick.

Donnie Yen entra em ação — e desta vez, também realiza

O terceiro novo projeto confirmado foca-se em Caine, o assassino cego e mortal interpretado por Donnie Yen em John Wick 4. O ator de Hong Kong, mestre das artes marciais e carisma absoluto, vai protagonizar e realizar este spin-off, com argumento de Mattson Tomlin (de The Batman II e BRZRKR, este último criado por… Keanu Reeves, pois claro).

Segundo a Lionsgate, as filmagens arrancam ainda este ano. Tendo em conta o estilo elegante e brutal de Caine, estamos perante um dos projetos mais entusiasmantes do universo expandido de John Wick.

Mas há mais Wick à vista…

Antes destes três projetos chegarem às salas, os fãs poderão ver Ballerina, protagonizado por Ana de Armas, com estreia já marcada para 6 de junho. Este spin-off decorre antes dos eventos de John Wick 4 e conta com a participação de Keanu Reeves — que, segundo se diz, terá mais do que uma mera aparição simbólica.

Recorde-se que em 2023, The Continental levou-nos de volta a 1975 com uma minissérie centrada no famoso hotel-refúgio dos assassinos. Com três episódios lançados na Amazon Prime Video, a série explorou as origens do submundo onde Wick circula com tanta facilidade (e munição).

De subestimado a fenómeno global

O primeiro John Wick estreou em 2014 com uma modesta bilheteira de 86 milhões de dólares. Mas rapidamente se tornou um fenómeno de culto no mercado doméstico. O resto, como se costuma dizer, é história escrita com sangue e estilo.

  • John Wick 2: 174,3 milhões
  • John Wick 3 – Implacável: 328 milhões
  • John Wick 4: 440,1 milhões (e ainda com fôlego)

Segundo a Lionsgate, apenas nove sagas nos últimos 40 anos conseguiram aumentar a bilheteira em cada novo filme até ao quarto capítulo. Apenas cinco delas mantiveram essa tendência em crescendo como John Wick.

Ou seja, é um caso raro, valioso… e letal.


🎬 Com três novos filmes em marcha, Keanu Reeves de volta e Donnie Yen a assumir as rédeas, o universo Wick mostra estar longe de descansar em paz — mesmo que o próprio John Wick continue a tentar reformar-se a cada filme.

Preparem-se: em breve, vamos todos voltar a ouvir alguém perguntar calmamente…

“Are you back?”

“Yeah… I’m thinking I’m back.”

Rick Dalton Está de Volta! Brad Pitt, Fincher e Tarantino Juntam-se Para Continuação de “Era uma Vez em… Hollywood”

O que parecia ser uma brincadeira de 1 de abril revelou-se tudo menos mentira: Rick Dalton, o carismático duplo interpretado por Brad Pitt em Era Uma Vez em… Hollywood, vai mesmo regressar ao grande ecrã — com argumento de Quentin Tarantino e realização de ninguém menos que David Fincher. Sim, leu bem. Já pode ir buscar o Negroni.

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Segundo a revista The Hollywood Reporter, o projeto está em desenvolvimento avançado na Netflix e poderá arrancar com as filmagens já no final deste verão. Brad Pitt está confirmado e Tarantino entregou a caneta (mas não a alma) a Fincher, que assume a realização daquele que está a ser descrito não como uma sequela, mas como um “derivado” da obra de 2019.

Uma continuação… mas não exatamente

Se está a pensar “mas então não era The Movie Critic o tal décimo e último filme de Tarantino?”, não está errado. O realizador de Pulp Fiction e Kill Bill já tinha anunciado o fim da sua carreira cinematográfica com esse título, que, entretanto, foi abandonado. Este novo projeto, apesar de nascer do mesmo universo, não entra na sua contagem oficial.

Aliás, esta nova produção não será sequer uma sequela directa. É, segundo fontes próximas, uma história que decorre no mesmo universo, focando-se no destino da personagem de Brad Pitt, Cliff Booth, após os acontecimentos do verão de 1969. Será, portanto, um mergulho ainda mais profundo no “Tarantinoverso de Hollywood”, um cocktail agridoce de nostalgia, violência coreografada e metalinguagem cinematográfica.

A génese: tudo começou com… obsessão

Tarantino não é homem de fazer as coisas pela metade. Para escrever o argumento de Era Uma Vez em… Hollywood, criou biografias detalhadas de Rick Dalton e Cliff Booth — as suas carreiras, histórias, fracassos, filmes falsos, casamentos falhados e até talk shows nos quais apareceram. Essa mitologia foi em parte explorada no romance homónimo publicado em 2021, onde o realizador brincou com linhas temporais e desenvolveu ainda mais os bastidores do universo que criou.

Foi desse material que surgiu este novo filme. Segundo o THR, Brad Pitt ficou impressionado com uma parte do argumento que detalhava a vida de Cliff Booth depois dos eventos do filme original. Entusiasmado, perguntou a Tarantino se permitiria que outra pessoa realizasse. O cineasta respondeu algo como “depende de quem for” — e quando Pitt sugeriu David Fincher, Tarantino deu luz verde.

A trindade dos titãs: Tarantino, Fincher e Pitt

Se havia dúvidas sobre o peso deste projeto, elas dissipam-se com esta trindade: Tarantino a escrever, Fincher a realizar e Pitt a protagonizar. Relembre-se que o trio Pitt-Fincher já nos deu obras-primas como Se7en – Sete Pecados MortaisClube de Combate e O Estranho Caso de Benjamin Button.

Este novo projeto, ainda sem título oficial, será produzido e distribuído pela Netflix, onde Fincher mantém um contrato exclusivo. Tarantino, por seu lado, apesar de Era Uma Vez em… Hollywood ter sido lançado pela Sony, manteve os direitos sobre as personagens — o que lhe permite explorar este universo fora dos estúdios originais.

E Leonardo DiCaprio?

Ainda não se sabe se Leonardo DiCaprio regressará como Rick Dalton — personagem central do filme de 2019. A sua ausência nos anúncios oficiais indica que, para já, o foco está todo em Cliff Booth. Mas se há coisa que aprendemos com Tarantino, é que ele adora surpreender. E no mundo de Hollywood (real ou fictício), nunca se diz nunca.


O que esperar?

🎥 Um filme que aprofunda a mitologia de Era Uma Vez em… Hollywood

🎬 Argumento de Tarantino, realização de Fincher — combinação de sonho

🎭 Brad Pitt no centro da narrativa como Cliff Booth

🕵️‍♂️ Uma história à parte, mas que prolonga o fascínio daquele verão de 1969

🍿 Estreia prevista para 2025 ou 2026 na Netflix (com filmagens ainda este ano)


Depois da morte (ou não) de Booth? Da ascensão (ou não) de Dalton? Este é o tipo de cinema que promete homenagear Hollywood… com um sorriso cínico, uma garrafa de whisky e, provavelmente, uma pancadaria bem coreografada no final.

Bem-vindos de volta ao Velho Oeste dos anos 70. Cliff Booth nunca saiu — só estava à espera que alguém lhe ligasse.

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Cinemas dos EUA Querem 45 Dias de Exclusividade Para Sobreviver ao Streaming

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Las Vegas pode ser o palco de muitos jogos de sorte… mas desta vez, os donos dos cinemas não estão a jogar: querem regras claras e justas. Durante a CinemaCon — a convenção anual da indústria cinematográfica que decorre em Las Vegas — os operadores de salas dos EUA fizeram ouvir a sua voz e foram diretos ao assunto: exigem um mínimo de 45 dias de exclusividade nas estreias dos filmes, antes destes seguirem viagem para os serviços de streaming.

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Michael O’Leary, presidente da Cinema United (a associação que representa os proprietários de salas de cinema nos EUA), foi ao palco e disse, com toda a convicção, que sem esse período exclusivo, os cinemas continuarão a definhar. E o auditório respondeu com aplausos — porque ninguém ali está a achar graça ao estado atual da bilheteira.

“Não há cinema sem sala de cinema”

Em tempos não muito distantes, os filmes tinham um período de 90 dias nas salas antes de estarem disponíveis para compra ou aluguer digital. Era uma norma quase sagrada. Mas veio a pandemia, os estúdios entraram em pânico, e as janelas de exclusividade encolheram para 30 dias, 17 dias, ou até menos. Resultado? Os espectadores começaram a pensar: “Vale a pena ir ao cinema, ou espero três semanas e vejo no sofá?”

Ora, é precisamente essa mentalidade que os donos dos cinemas querem inverter. “Deve haver um ponto de referência”, disse O’Leary, defendendo que 45 dias é o mínimo aceitável para proteger a experiência cinematográfica… e os negócios, claro.

Segundo ele, sem um período de exclusividade claro e consistente, não há forma de restabelecer a saúde de toda a indústria. E sejamos francos: por mais amor ao cinema que tenhamos, sem bilhetes vendidos, não há luzes que se apaguem, nem ecrãs que se iluminem.

Um cenário pós-COVID com sequelas nada glamorosas

Antes da pandemia, os cinemas da América do Norte (EUA + Canadá) geravam mais de 11 mil milhões de dólares anuais em receitas de bilheteira. Hoje, mal ultrapassam os 9 mil milhões. Uma quebra séria que reflete não só os tempos pandémicos, mas também a explosão do streaming e a mudança de hábitos do público.

As estreias simultâneas nos cinemas e nas plataformas — lembram-se da HBO Max com Wonder Woman 1984 ou da Disney+ com Black Widow? — foram apelativas na altura, mas deixaram cicatrizes difíceis de sarar nas contas das salas de cinema.

Hoje, a missão é clara: trazer o público de volta à sala escura, recriar o sentido de urgência que um bom filme no grande ecrã sempre teve — aquela sensação de “tenho de ver isto agora”. Porque, convenhamos, um balde de pipocas e um som surround nunca souberam tão bem como depois de meses a ver séries no telemóvel.

Os estúdios vão alinhar?

É aqui que a conversa se complica. Os grandes estúdios têm os seus próprios serviços de streaming. E gostariam de alimentar essas plataformas com estreias recentes, o mais rápido possível. Afinal, cada subscrição conta.

Mas a pressão vinda da CinemaCon — um evento que junta os principais intervenientes da indústria mundial do cinema — pode marcar o início de uma viragem. Já há sinais de vontade por parte de alguns estúdios em negociar janelas mais longas. Resta saber se o “mínimo dos mínimos” de 45 dias será aceite por todos.


Conclusão (com espírito de cinema à moda antiga)

Ver filmes no cinema é mais do que ver filmes. É viver histórias em grande. A luta por 45 dias de exclusividade pode parecer técnica, mas é uma questão existencial para as salas de cinema. Se esta janela não for respeitada, muitas poderão mesmo… fechar a cortina.

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Mas se os estúdios e os exibidores encontrarem um ponto de equilíbrio, talvez voltemos a ver filas à porta das sessões e gente a correr para os lugares do meio. Porque, no fundo, o cinema merece isso — e nós também.

🎭 Shia LaBeouf e a Escola da Discórdia: Documentário Expõe Agressões em Centro de Representação

Shia LaBeouf está novamente no centro da polémica — e desta vez, nem o método mais extremo pode justificar os episódios agora revelados. Um novo documentário mostra o ator norte-americano a agredir e a ameaçar alunos… da sua própria escola de representação.

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Sim, leu bem. A estrela de Transformers e Honey Boy não se limitou a ensinar acting — parece que também treinou algum “contacto físico”, com intensidade a mais e limites éticos a menos. O documentário chama-se Slauson Rec, em referência ao Slauson Recreation Center, onde LaBeouf manteve a sua peculiar escola entre 2018 e 2020.

800 Horas de Registos e Uma Câmera Sempre Ligada 🎥

O filme é realizado por Leo Lewis O’Neil e assenta num vasto arquivo de cerca de 800 horas de filmagens gravadas… com autorização do próprio LaBeouf. Segundo o realizador, o ator encorajou a captação de todos os momentos. Isso inclui, por exemplo, uma cena descrita pela revista Vanity Fair, onde LaBeouf é visto a empurrar um aluno contra a parede, ameaçando-o verbalmente. O aluno em questão ficou com arranhões e marcas pelo corpo.

E não, não foi cortado na sala de edição. O próprio Shia permitiu que a cena ficasse no documentário. “Ele tinha todos os motivos para o impedir. É um dos artistas mais vulneráveis que já vi”, explicou o realizador. Vulnerável… ou perigosamente indulgente?

Um Mestre Inconvencional ou Apenas Mais um Escândalo?

Shia LaBeouf não é estranho à controvérsia. Do estrelato precoce na Disney à carreira oscilante entre grandes produções e cinema indie, tem sido protagonista tanto nos ecrãs como nos tribunais e nas manchetes. Já enfrentou acusações de agressão, comportamento abusivo e má conduta — mas abrir uma escola de representação para depois agredir alunos é, sem dúvida, um novo capítulo sombrio.

Em declarações à Vanity Fair, o ator defendeu-se com o habitual tom de guru artístico fora-da-caixa: “Os meus métodos de ensino podem não ser convencionais, mas estou orgulhoso dos feitos destes miúdos. Transformámos um grupo de teatro numa empresa.”

Ora, a linha entre “não convencional” e “comportamento inaceitável” parece ter sido definitivamente ultrapassada.

A Arte Justifica Tudo?

A pergunta é legítima: até que ponto os métodos extremos — comuns em certos círculos do método de representação — podem ser tolerados em nome da “arte”? Estará Shia LaBeouf a tentar seguir os passos de gurus como Lee Strasberg ou apenas a usar a criatividade como desculpa para justificar abuso?

The Slauson Rec promete ser uma viagem desconfortável ao interior de uma mente artística imprevisível, mas também levanta sérias questões sobre ética, responsabilidade e o papel do artista enquanto mentor.

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Se há lição a tirar deste novo escândalo, é que a paixão pela arte não deve ser um escudo para agressão. E que ensinar, acima de tudo, exige respeito. Algo que, aparentemente, faltou em várias sessões no centro de Shia LaBeouf.


“Sozinho em Casa”, Abandonado na Vida Real? Macaulay Culkin rompe o silêncio sobre o pai ausente

Há pais ausentes… e depois há Kit Culkin. Macaulay Culkin, a eterna estrela de Sozinho em Casa, revelou recentemente que não tem qualquer contacto com o pai há mais de três décadas — e segundo o próprio, a distância é mais do que justificada.

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Num episódio do podcast Sibling Revelry, citado pela NME, Macaulay não poupou palavras ao descrever a relação (ou falta dela) com Kit Culkin. “É um homem que teve sete filhos e quatro netos. E nenhum deles quer saber dele para nada”, afirmou, com uma serenidade dura de engolir.

A declaração não surge do nada: ao longo dos anos, o ator foi partilhando histórias pouco edificantes sobre o progenitor, que outrora tentou gerir — ou controlar — a sua meteórica carreira enquanto estrela infantil nos anos 90. Agora, com 43 anos e pai de dois filhos, Macaulay reflecte sobre o passado com um misto de revolta e clareza.

Um pai fora do guião

Não é novidade que Macaulay teve uma infância complicada. Para além da fama precoce e da pressão constante dos media, a sua vida familiar era tudo menos estável. Kit Culkin, antigo actor e aspirante a produtor, era descrito por colegas e familiares como abusivo e controlador — uma figura que, segundo Macaulay, confundia autoridade com autoritarismo.

Aos 15 anos, o ator deu entrada num processo judicial para retirar os pais da gestão da sua fortuna, avaliada então em cerca de 40 milhões de dólares. O gesto não foi apenas simbólico: foi um grito de independência num momento em que a sua carreira começava a desacelerar, e a sua identidade como pessoa adulta tentava emergir do caos da infância.

“Não queria ser como ele”

Agora, décadas depois, e já com filhos próprios, Macaulay confessa que a sombra do pai ainda paira sobre si — não como exemplo, mas como alerta. “Uma das minhas primeiras memórias dele foi pensar que não queria tratar os meus filhos como ele nos tratava”, confessou. “Agora que tenho filhos, não acredito que ele se tenha comportado daquela forma.”

Segundo o ator, Kit Culkin continua a acreditar que nada fez de errado. “Acha que está certo e nós errados. É um louco narcisista”, disparou, sem rodeios.

Embora este tipo de revelações nos deixe sempre com um nó na garganta — especialmente vindas de alguém que nos fez rir tanto em criança —, há também uma espécie de catarse em ver Macaulay finalmente em paz com o passado. Ou, pelo menos, em controlo da sua própria narrativa.

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Hoje, além de ator, é companheiro da também atriz Brenda Song, com quem tem dois filhos, e tem-se mantido discreto, escolhendo projectos esporádicos e, acima de tudo, uma vida fora dos holofotes — algo que talvez tenha aprendido da forma mais dura possível.

O Jardineiro: Thriller espanhol da Netflix cultiva assassinos… e segredos

Nem tudo o que parece é — e em O Jardineiro, isso é quase uma regra de ouro. A nova série espanhola da Netflix chega a 11 de abril e promete regar o catálogo de thrillers com sangue, tensão e um toque inesperado de romance. 🌹💀

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Protagonizada por Álvaro Rico (Elite), Cecilia Suárez (La Casa de las Flores) e Catalina Sopelana (El Inocente), esta produção original mergulha num universo onde as flores escondem mais do que perfume — e os canteiros podem bem ser túmulos.

Um horto, uma fachada… e um negócio mortal 🌺🔪

A premissa já por si é intrigante: Elmer vive com a mãe, La China Jurado (interpretada com intensidade por Cecilia Suárez), que gere um horto. Mas este não é um simples viveiro de flores e plantas: é a fachada para um próspero negócio de homicídios por encomenda.

Sim, leu bem. Entre regadores e adubos, La China encontrou a fórmula perfeita para gerir um cartel de assassinatos e transformar o próprio filho num eficiente executor. A cereja no topo da estufa? Elmer, devido a um acidente, ficou emocionalmente desligado — não sente medo, culpa… nem amor.

Tudo muda com Violeta 💘

Mas como em todo bom thriller com alma latina, o amor intromete-se — e vira tudo do avesso. Quando Elmer recebe como próximo alvo uma encantadora educadora de infância chamada Violeta (Catalina Sopelana), algo inesperado acontece: ele apaixona-se. E essa pequena centelha de emoção genuína é suficiente para pôr em risco toda a operação.

Com a mãe decidida a eliminar Violeta a todo o custo, Elmer vê-se dividido entre o dever e o coração, entre a fidelidade e a redenção. O jardineiro, que sempre soube matar, vai agora tentar salvar. Mas será tarde demais?

Mistura explosiva de tensão e tragédia

O Jardineiro promete oferecer uma fusão rara: um drama psicológico com estética de thriller sombrio, pontuado por elementos românticos e familiares. A realização, carregada de tensão e com uma paleta visual marcada por verdes escuros e tons terrosos, lembra-nos que estamos num terreno fértil para traições, dilemas morais e reviravoltas emocionais.

O elenco conta ainda com nomes como Jorge Suquet, Ana Álvarez e Violeta Rodríguez, num enredo onde os silêncios falam mais alto do que as palavras e onde até as flores parecem esconder segredos.

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Se a Netflix acertar no tom — e tudo indica que sim — O Jardineiro pode muito bem tornar-se o novo vício ibérico dos assinantes, ao estilo de Quem Matou Sara? ou El Inocente. Com a vantagem de oferecer algo menos previsível e muito mais provocador.

Dexter: Original Sin vai ter segunda temporada — e o “Código de Harry” continua a fazer escola

Se achavam que os instintos assassinos de Dexter Morgan se ficavam pela infância traumática e por uma primeira fornada de episódios, desenganem-se. Dexter: Original Sin, a prequela da série original lançada pela SkyShowtime em janeiro de 2025, vai mesmo regressar para uma segunda temporada! 🔪

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A confirmação chegou oficialmente um mês após o final da primeira temporada, provando que o público continua sedento por mais crimes, enigmas forenses e lições de moral dadas com um sorriso e um bisturi.

Um regresso ao passado… com sangue fresco

Para os menos atentos (ou recém-chegados ao universo Dexteriano), Original Sin leva-nos até ao início dos anos 90, precisamente a Miami em 1991. É lá que encontramos um jovem Dexter Morgan — aqui interpretado por Patrick Gibson — no início da sua peculiar jornada como justiceiro serial killer.

A série acompanha-o na transição de estudante exemplar para assassino metódico, tudo sob a atenta supervisão do seu pai adotivo, o detetive Harry Morgan (interpretado com carisma por Christian Slater). E sim, Debra Morgan também marca presença — ainda como irmã mais nova e cheia de perguntas — interpretada por Molly Brown.

O nascimento do “Código”

Um dos aspetos mais fascinantes da série é o desenvolvimento do famoso Código de Harry, uma espécie de Bíblia ética para assassinos vigilantes, que vai moldar o modus operandi de Dexter para toda a vida. É aqui que vemos como o pai tenta canalizar os impulsos sombrios do filho para “um bem maior” — ou pelo menos, para um mal que sirva o bem.

No meio disto tudo, Dexter começa o seu estágio no Departamento da Polícia de Miami, a aprender ciência forense… e a esconder um lado mais sombrio. E claro, tudo isto antes das famosas análises de sangue e das cenas em que o nosso anti-herói cortava plástico com uma precisão quase artística.

Segunda temporada: o que esperar?

Apesar de ainda não haver muitos detalhes sobre o rumo que a história vai tomar, a renovação da série aponta para mais mergulhos na formação do psicopata favorito da televisão moderna. Será que vamos assistir ao seu primeiro homicídio a solo? Ou talvez a algum deslize com consequências inesperadas? Há todo um Miami ensolarado e corrupto por explorar.

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Com uma estética noventista, argumento eficaz e personagens com carisma — e uma pitada de perturbação —, Dexter: Original Sin conseguiu captar a atenção tanto dos fãs antigos como de um público mais jovem, e isso deve-se muito à performance equilibrada de Patrick Gibson, que não tenta imitar Michael C. Hall, mas cria o seu próprio Dexter com identidade e nuance.

Val Kilmer: O Último Combate de um Rebelde de Hollywood

 🎬🖤

Val Kilmer esteve acamado durante anos antes da sua morte. A informação foi agora revelada por fontes próximas ao ator, que confirmam que o lendário “menino mau de Hollywood” lutou até ao fim, debilitado pelos efeitos prolongados do cancro na garganta que o afetou durante quase uma década. Kilmer faleceu na passada terça-feira, aos 65 anos, vítima de pneumonia.

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Apesar da força e do carisma que marcaram a sua carreira — de Top Gun a The Doors, de Batman Forever a Heat — os últimos anos de Val Kilmer foram discretos, quase silenciosos. Literalmente.

Depois de ter sido diagnosticado com cancro na garganta em 2015, o ator foi submetido a tratamentos intensivos que lhe roubaram a voz e o vigor físico. Segundo o TMZ, passou os últimos anos da sua vida maioritariamente acamado, fragilizado e longe da ribalta que tanto dominou nos anos 90.

Um Ícone Reduzido ao Silêncio

A última vez que foi visto em público foi em 2019, numa gala em Hollywood, já bastante alterado. O homem que outrora dava corpo a figuras maiores que a vida — Jim Morrison incluído — estava agora reduzido a um corpo em luta, a uma sombra do furacão de carisma que encantou plateias.

Mas mesmo quando a voz o abandonou, Kilmer não desistiu do cinema. Em 2022, voltou ao grande ecrã num momento comovente em Top Gun: Maverick, ao lado de Tom Cruise. Para dar vida novamente a Iceman, recorreu à Inteligência Artificial: as suas falas foram reconstruídas com tecnologia, usando arquivos da sua voz original. Foi uma aparição breve, mas carregada de simbolismo — um adeus emocionado de uma lenda do cinema.

O Rebelde Inesquecível

Ao longo da sua carreira, Val Kilmer foi muito mais do que apenas uma cara bonita com ar de desafio. Foi um ator intenso, conhecido tanto pelo talento como pelos conflitos nos bastidores. Trabalhar com Kilmer podia ser uma aventura arriscada — que o diga Joel Schumacher, que o chamou “o ser humano mais psicologicamente instável com quem já trabalhou”. E ainda assim, ninguém nega a sua presença magnética em frente às câmaras.

Kilmer foi Jim Morrison em The Doors (1991), com direito a elogios pela voz cantada — que era mesmo a sua. Em Batman Forever (1995), assumiu o papel do Cavaleiro das Trevas, embora o próprio dissesse que o fato o impedia de… atuar. Em Heat (1995), esteve lado a lado com gigantes como De Niro e Pacino. E em Kiss Kiss Bang Bang (2005), provou que ainda tinha muito a dar.

Mas o que fica agora é o retrato de um homem que viveu intensamente, com paixão, contradições e talento.

Um Legado Para Além do Ecrã

Nos últimos anos, além da participação em filmes, Kilmer publicou livros de poesia, envolveu-se em projetos artísticos e lançou o documentário Val (2021), onde narra a sua vida, carreira e batalha contra a doença, com uma honestidade desarmante.

“Comportei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra. Não nego nada disto e não me arrependo de nada”, escreveu. Palavras que resumem a alma inquieta de um artista que nunca quis agradar a todos — apenas ser fiel a si próprio.

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Val Kilmer pode ter partido em silêncio, mas o seu legado grita alto nos ecrãs e nas memórias de quem ama cinema.

“Coyote vs. Acme”: Depois de Ser Cancelado por Ganância Fiscal, Filme de $70 Milhões Vai Finalmente Chegar aos Cinemas 🎬💥

🎯 Boas notícias para quem sempre torceu pelo eterno azarado do deserto: Wile E. Coyote vai, afinal, ter a sua merecida estreia no grande ecrã. O filme Coyote vs. Acme, uma comédia em live-action que junta animação à boa maneira Looney Tunes com os atores Will Forte e John Cena, foi salvo da gaveta por um novo estúdio e tem agora data marcada para 2026.

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E pensar que este projeto milionário esteve a um triz de ser permanentemente destruído por uma bigorna fiscal…

Cancelado Para Ser Esmagado (Fiscalmente)

Produzido com um orçamento estimado de 72 milhões de dólares, Coyote vs. Acme era um dos três filmes completos que a Warner Bros. decidiu arquivar para beneficiar de um abate fiscal de 30 milhões de dólares. A decisão, que surgiu após uma mudança de liderança e de estratégia no estúdio, foi duramente criticada por criadores, fãs e até por membros do elenco.

O ator Will Forte foi directo ao assunto: “É uma tremenda estupidez. É um filme delicioso. Merecia muito mais.” Já o argumentista e realizador Brian Duffield foi ainda mais certeiro (e cartunesco): “Espero que múltiplas bigornas lhes caiam na cabeça.”

A Warner Bros. defendeu-se na altura com um polido “foi uma decisão difícil”, mas isso pouco aliviou a indignação generalizada.

A Redenção Chega com… Ketchup

Mas agora, tal como o Coyote que nunca desiste, o filme está de volta ao jogo. A distribuidora independente Ketchup Entertainment — que só por ter este nome já merece aplausos — adquiriu os direitos globais do filme, alegadamente por cerca de 50 milhões de dólares, e confirmou uma estreia em sala para 2026.

Gareth West, CEO da Ketchup, diz que estão “entusiasmados por dar vida a um filme que é a combinação perfeita entre nostalgia e uma narrativa moderna, capturando o espírito dos Looney Tunes e apresentando-o a uma nova geração.”

Um Julgamento Inesperado no Universo Looney Tunes ⚖️

Inspirado num artigo da New Yorker de 1990, Coyote vs. Acme centra-se numa ideia genial: farto dos produtos defeituosos que o deixam constantemente à beira da morte (e nunca apanham o Road Runner), Wile E. Coyote decide processar a Acme Corporation.

Will Forte interpreta o seu improvável advogado de cartaz, Kevin Avery, que vai enfrentar em tribunal o imponente advogado da Acme, interpretado por John Cena — que, para apimentar o drama, é também o ex-patrão do nosso herói de terno e gravata.

O realizador Dave Green (de As Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes) dirige o filme, que foi descrito por quem o viu como “divertido, encantador e surpreendentemente comovente”. O par de realizadores Phil Lord e Christopher Miller, vencedores de Óscares e especialistas em humor inteligente, também elogiaram o projeto, dizendo que esperavam que “o mundo pudesse ver o incrível trabalho ali feito”.

O Fim da Era das Bigornas Fiscais?

O caso de Coyote vs. Acme torna-se simbólico num momento em que Hollywood debate o equilíbrio entre criatividade e rentabilidade. Entre 2022 e 2023, a Warner Bros. já tinha cancelado o filme da Batgirl (com um orçamento de 90 milhões de dólares!) e um outro projeto animado de Scooby-Doo, tudo em nome de cortes e otimizações fiscais.

Mas o resgate deste filme — e o facto de The Day the Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie, outro projeto anteriormente abandonado, ter feito mais de 8 milhões em bilheteira — pode ser um sinal de que há ainda esperança para filmes que “não servem” os algoritmos mas fazem rir miúdos e graúdos.

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E nós, claro, cá estaremos em 2026 para ver o julgamento mais animado do século — com foguetes, molas gigantes, explosivos e muito humor ao estilo ACME.

Todd Haynes Vai Ser Homenageado em Cannes com o Prémio Carruagem de Ouro 🎬✨

O realizador Todd Haynes, uma das vozes mais marcantes do cinema queer e independente norte-americano, será distinguido com o prestigiado Prémio Carruagem de Ouro na Quinzena dos Realizadores, uma secção paralela do Festival de Cannes. A cerimónia terá lugar a 14 de maio, e promete ser um dos momentos mais simbólicos desta edição do certame francês.

Aos 64 anos, Haynes mantém intacto o seu estatuto de provocador elegante: um cineasta que nunca receou desafiar convenções — sejam elas sociais, sexuais ou estéticas. A Sociedade de Realizadores de Cinema (SRF), que atribui o prémio, destacou a sua “capacidade de questionar normas” como um dos motivos centrais da homenagem.

Uma Filmografia de Ousadia e Elegância

Desde “Seguro” (1995), uma inquietante alegoria sobre a ansiedade contemporânea, até à reinvenção poética da biografia de Bob Dylan em “I’m Not There” (2007), Haynes tem cultivado um cinema profundamente autoral, esteticamente sofisticado e politicamente atento.

Em “Carol” (2015), apresentou uma das histórias de amor lésbico mais arrebatadoras e delicadas do cinema contemporâneo, com Cate Blanchett e Rooney Mara. Mais recentemente, em “May December: Segredos de Um Escândalo” (2023), voltou a brilhar ao lado de Natalie Portman e Julianne Moore num drama mordaz sobre representação e manipulação.

O seu percurso em Cannes tem sido frequente e marcante: várias das suas obras passaram pela seleção oficial, e Haynes tornou-se um nome querido da Croisette.

“Todos os filmes são políticos”

Mais do que um criador de mundos cinematográficos, Todd Haynes é também uma voz crítica e interventiva. Em fevereiro deste ano presidiu ao júri do Festival de Berlim, onde não se inibiu de abordar a política norte-americana. “Todos os filmes são políticos. Todos podem desempenhar um papel”, afirmou à agência AFP.

O realizador nunca escondeu a sua oposição a Donald Trump, considerando essencial que o cinema seja também um espaço de resistência e reflexão.

Um Prémio com História

O Prémio Carruagem de Ouro (Carrosse d’Or) é atribuído desde 2002 pela SRF e pretende distinguir realizadores cujo trabalho se tenha pautado por uma abordagem corajosa, inovadora e independente.

Todd Haynes junta-se assim a uma galeria de nomes ilustres que já inclui Martin Scorsese, Agnès Varda, Naomi Kawase, Clint Eastwood, Jafar Panahi ou, mais recentemente, Andrea Arnold (2023) e Souleymane Cissé (também em 2023).

A Quinzena dos Realizadores — que decorrerá de 14 a 22 de maio — promete ser, mais uma vez, um espaço de descoberta e celebração do cinema que pensa para além da norma. E Todd Haynes, sem dúvida, é um mestre dessa arte

“Karate Kid: Os Campeões” Revela Novo Trailer com Jackie Chan, Ralph Macchio e Ben Wang

✌️ O espírito da saga Karate Kid está de volta com força renovada! Foi revelado o novo trailer de Karate Kid: Os Campeões, o muito aguardado filme que promete unir gerações ao juntar Ralph Macchio e Jackie Chan numa nova aventura cinematográfica que estreia a 29 de maio de 2025.

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O trailer foi apresentado em primeira mão na CinemaCon em Las Vegas, onde Ben Wang, o novo protagonista, subiu ao palco ao lado de Macchio para entusiasmar os exibidores com esta nova iteração da saga. Wang, conhecido pelo seu trabalho na série American Born Chinese, interpreta Li Fong, um jovem prodígio do Kung Fu que, após uma tragédia familiar, se muda de Pequim para Nova Iorque com a sua mãe.

Apesar de querer manter-se afastado dos combates, os problemas perseguem-no até à porta da escola. Quando um amigo precisa de ajuda, Li acaba por entrar numa competição de karaté. Mas as suas competências não são suficientes, e é então que Mr. Han (Jackie Chan) decide procurar a ajuda de Daniel LaRusso (Ralph Macchio), o lendário Karate Kid.

⚡️ O filme aposta forte na ideia de união entre gerações e estilos. Sob a tutela conjunta dos dois mestres, Li aprende a fundir o karaté e o kung fu num estilo único e pessoal, preparando-se para o confronto final. O argumento segue a fórmula clássica da saga, mas com a promessa de novas emoções, novos combates e uma forte mensagem de resiliência e identidade.

✨ O elenco inclui ainda Joshua Jackson, Sadie Stanley e Ming-Na Wen, enquanto a realização está a cargo de Jonathan Entwistle, conhecido pelas séries The End of the F**ing World* e I Am Not Okay with This.

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Com uma data de estreia marcada para 29 de maio de 2025, Karate Kid: Os Campeões promete ser um dos grandes eventos cinematográficos do próximo ano, apelando tanto aos nostálgicos dos anos 80 como a uma nova geração pronta para aprender que, mais importante do que saber lutar, é saber quando o fazer.

Val Kilmer: Morreu o Rebelde de Hollywood que Foi Batman, Iceman e Jim Morrison

🕶️ Val Kilmer, o eterno Iceman de Top Gun, o excêntrico Jim Morrison de The Doors e o controverso Batman de Batman Forever, morreu esta terça-feira em Los Angeles aos 65 anos. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, que revelou que a causa da morte foi uma pneumonia. O ator, que há muito lutava contra graves problemas de saúde, partiu como viveu: com intensidade, sem pedir desculpa e sem remorsos.

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Na década de 90, Kilmer parecia imparável. Nascido em Los Angeles, o californiano brilhou no início com a comédia Top Secret! (1984), mas foi ao lado de Tom Cruise, como o gelado Iceman em Top Gun (1986), que se tornou uma estrela mundial. A partir daí, construiu uma carreira que misturava talento, polémica e um perfeccionismo quase destrutivo. Os bastidores dos seus filmes eram frequentemente palco de conflitos e egos inflacionados — e o dele não era pequeno.

🎤 Em 1991, surpreendeu o mundo ao cantar com a sua própria voz no papel de Jim Morrison no filme The Doors, realizado por Oliver Stone. E em 1995, brilhou ao lado de dois monstros sagrados do cinema, Al Pacino e Robert De Niro, em Heat. No mesmo ano, vestiu o fato do Cavaleiro das Trevas em Batman Forever… e não deixou saudades. Apesar do sucesso comercial, as críticas foram duras e a sua relação com o realizador Joel Schumacher acabou em gritos e porta a bater. Segundo o próprio Schumacher, Val era “o ser humano mais psicologicamente perturbado” com quem tinha trabalhado.

😬 E não foi o único. Em A Ilha do Dr. Moreau (1996), o conflito com Marlon Brando e o realizador John Frankenheimer foi tão épico quanto o filme foi um desastre. A indústria não esqueceu, e a reputação de Kilmer ficou gravemente ferida. Ainda assim, protagonizou outros títulos marcantes como The Saint (1997), Kiss Kiss Bang Bang (2005) ou The Salton Sea (2002), alternando entre êxitos discretos e fracassos clamorosos.

🦇 Nos bastidores de Hollywood, passou a ser conhecido como “o menino mau” da indústria — uma etiqueta que ele próprio nunca tentou sacudir. “Portei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra”, confessaria anos mais tarde no documentário Val (2021). E com isso, talvez tenha dito tudo.

Nos últimos anos, o cancro na garganta que lhe foi diagnosticado em 2014 obrigou-o a uma traqueostomia e a perder grande parte da sua voz. Mas nem isso o travou. Voltou a ser Iceman na sequela de Top Gun: Maverick, num momento breve mas poderoso, ao lado de Tom Cruise. Foi também poeta, autor de livros e até nomeado para um Grammy em 2011 com The Mark of Zorro, um álbum em áudio-drama.

🎭 Val Kilmer foi tudo menos morno. Um ator de extremos, de escolhas imprevisíveis, de talento genuíno e temperamento difícil. Deixou uma marca indelével no cinema — não apenas pelos papéis que desempenhou, mas pela maneira como os viveu (e sobreviveu a eles).

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O rebelde de Hollywood despediu-se, mas as suas personagens continuarão a viver no grande ecrã… e na memória de todos os que apreciam o cinema com carácter e personalidade.

Max Pécas: O Rei do Lixo Invade o TVCine com um Festival de Pérolas Trash à Francesa

🎬 Quando o realizador Tim Burton o comparou a Ed Wood, mas no campo da comédia, percebemos logo que Max Pécas não é para todos os gostos… mas definitivamente é para quem gosta! Em abril e maio, o TVCine Edition convida os cinéfilos mais ousados a mergulharem no universo delirante e inclassificável do mestre do cinema B francês, com o ciclo Especial Filmes de Culto: Max Pécas, King of Trash. Preparem-se para um desfile de erotismo ingénuo, enredos descabelados e diálogos que desafiam as leis do bom senso — sempre às sextas-feiras, pelas 23h, de 4 de abril a 9 de maio.

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Max Pécas (1925–2003) é um daqueles casos que escapa a qualquer análise tradicional. Com uma carreira prolífica, foi um dos pioneiros da sexploitation em França, tornando-se um nome de culto para quem valoriza o cinema mais kitsch, ousado e irreverente. A sua filmografia, recheada de títulos provocatórios e situações rocambolescas, ganha agora destaque com seis preciosidades que o canal vai exibir em exclusivo.

Um programa que começa com… a “Mão Negra”

O ciclo arranca a 4 de abril com A Mão Negra (1968), um improvável thriller onde um agente do FBI se infiltra numa rede terrorista europeia. James Bond versão budget e com sotaque francês? Estamos cá para isso.

Relações perigosas, amores lésbicos e… quedas com consequências bizarras

Segue-se Claude e Greta (1970), uma história de sedução feminina em Paris, com nuances ousadas para a época, e depois Loucura Sexual (1971), onde uma simples queda pelas escadas transforma uma jovem numa… ninfomaníaca. Sim, leste bem. E sim, também não fazemos ideia de como isso passou da fase de argumento.

No dia 25 de abril, em pleno feriado da liberdade, o canal exibe Sou Frígida… Porquê? (1972), onde Sandra Julien regressa para mais um drama existencial embalado em encontros íntimos e traumas familiares.

O lado mais libertino de Max Pécas

A 2 de maio, é a vez de Clube Privado (1974), onde um taxista se vê envolvido num clube secreto de prazeres proibidos (como é tradição nos anos 70), seguido de Sexualmente Vossa (1974), no dia 9 de maio, em que conhecemos Gerard Casanova, o homem ideal para suprir… as carências conjugais de mulheres abastadas.

Um ciclo para ver com mente aberta e coração trash

Estes filmes são o reflexo de uma época em que o cinema ousava desafiar convenções com baixo orçamento e muita criatividade. As obras de Max Pécas, cheias de erotismo softcore, humor involuntário e estéticas extravagantes, são hoje uma cápsula do tempo cinematográfica — deliciosamente camp, absolutamente desinibidas e, no fundo, genuinamente divertidas.

Portanto, se tens saudades de um cinema que não se leva a sério, que desafia os limites do bom gosto e que nos faz rir (nem que seja pelas razões erradas), não percas este especial. Como diz a sabedoria popular: o lixo de uns é o tesouro de outros. E neste caso, é ouro puro para os amantes do cinema de culto.

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📺 Especial Filmes de Culto: Max Pécas, King of Trash — de 4 de abril a 9 de maio, todas as sextas às 23h no TVCine Edition e no TVCine+.

Sam Mendes Vai Lançar Quatro Filmes dos Beatles no Mesmo Mês: Uma Revolução no Cinema

🎬 O mundo do cinema prepara-se para um evento inédito e absolutamente ambicioso: Sam Mendes, realizador vencedor de Óscares, vai estrear quatro filmes sobre os Beatles no mesmo mês. Cada filme focar-se-á num membro diferente da banda, com o objectivo de contar a história do quarteto de Liverpool como nunca antes foi feita.

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Os filmes chegarão às salas de cinema em abril de 2028 e têm já um elenco de luxo confirmado: Paul Mescal interpretará Paul McCartney, Barry Keoghan dará vida a Ringo Starr, Harris Dickinson será John Lennon e Joseph Quinnencarnará George Harrison.

Cada filme será contado a partir da perspectiva de um dos Beatles, criando uma experiência cinematográfica “compulsiva e interligada”. Mendes, conhecido por filmes como Beleza Americana1917 e 007: Spectre, explicou que este formato a quatro partes foi a solução para contornar a dificuldade de condensar a história da maior banda de todos os tempos num único filme. “Uma minissérie não parecia certo. Mas quatro filmes, cada um com a sua voz, pareceu perfeito.”

Aposta de Risco ou Golpe de Génio?

🎥 O projecto foi revelado na CinemaCon em Las Vegas, uma convenção anual onde os estúdios de Hollywood tentam entusiasmar os exibidores com os seus projectos futuros. E este ano, bem precisam. Com um início de 2025 desastroso para as bilheteiras (e com bombas como Branca de Neve ou Mickey 17 a arrastarem os números para baixo), as salas de cinema vivem tempos difíceis.

A frase de ordem que ecoa entre os estúdios é clara: “Sobrevive até 2025”. A esperança é que os grandes lançamentos anunciados tragam de volta o público. E se há algo que pode despertar paixões intergeracionais, são os Beatles.

A execução deste projecto é de uma escala impressionante. A rodagem vai durar mais de um ano e promete ser um dos maiores empreendimentos logísticos e criativos da década. Cada filme terá um tom e ritmo diferente, reflectindo a personalidade e a visão do Beatle em foco. Uma obra monumental? É cedo para dizer. Mas que vai dar que falar, vai.

Beatles, Aranhas e Apocalipses

🎸 Para além do mega-projecto de Mendes, a Sony apresentou mais trunfos na CinemaCon, incluindo o novo filme de acção de Tom HollandSpider-Man: Brand New Day, com estreia marcada para 31 de Julho de 2026, e a sequela animada Spider-Man: Beyond the Spider-Verse, agendada para 4 de Junho de 2027.

Outro destaque da apresentação foi 28 Anos Depois, sequela de 28 Dias Depois, realizada por Danny Boyle e com Jodie ComerAaron Taylor-Johnson e Ralph Fiennes no elenco. Boyle brincou com os rumores em torno do próximo James Bond, insinuando que Taylor-Johnson “pode ou não ser o novo 007”.

Expectativas em Alta para o Cinema de 2028

Com os grandes estúdios a tentar recuperar do caos provocado pelas greves de 2023 e pelo abrandamento pós-pandemia, há um sentimento de expectativa redobrada em relação ao futuro do cinema. A estreia conjunta dos quatro filmes dos Beatles pode ser o téssera que a indústria precisa: nostalgia, música icónica, grandes actores e um conceito inovador.

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O desafio de Mendes não é pequeno. Mas se resultar, pode ser um marco histórico no cinema contemporâneo.

“The Last of Us”: Segunda temporada promete abalar ainda mais os nossos nervos (e corações)

🎮💥 Quando a primeira temporada de The Last of Us chegou em 2023, o timing não podia ter sido mais certeiro. O mundo acabava de sair cambaleante de uma pandemia e… pimba, aparece uma série sobre um fungo que transforma a humanidade numa espécie de zombies-mutantes-alucinados. Coincidência? Talvez. Mas os 32 milhões de espectadores por episódio nos EUA dizem-nos que foi uma coincidência muito bem aproveitada.

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Agora, com a segunda temporada a estrear a 14 de abril na Max, os criadores prometem mergulhar ainda mais fundo nas feridas emocionais, nos conflitos humanos e — preparem-se — na vingança brutal. Tudo isto, claro, embrulhado num apocalipse onde um passeio no bosque pode significar um encontro desagradável com criaturas pouco amigáveis. E com isso não estamos a falar de ursos.

De volta à estrada… mas com mais tensão no ar

O protagonista Pedro Pascal (o nosso querido Joel) está de volta, tal como Bella Ramsey, que continua a dar corpo e alma a Ellie, a única miúda aparentemente imune à infeção fúngica que dizimou o planeta. Mas desta vez, o tempo passou — cinco anos, para ser mais exato — e o tom está mais negro.

Segundo Pascal, a força da série reside na forma como “observa os relacionamentos humanos em situações de crise e dor”, oferecendo não só um thriller pós-apocalíptico, mas também uma “alegoria política e social baseada no mundo em que vivemos”. E sejamos honestos: com o estado atual do mundo, esta nova temporada parece mais atual do que nunca.

Abby entra em cena (e prepara-se para deixar marca)

Quem jogou The Last of Us Part II sabe que esta temporada vai doer. Kaitlyn Dever entra como Abby, uma nova personagem central que já está a fazer correr tinta nas redes sociais (e nos grupos de WhatsApp dos fãs). Curiosamente, Dever quase foi Ellie há uns anos, quando a adaptação ia ser um filme — mas o projeto caiu e, diz a atriz, o regresso ao universo agora como Abby pareceu “destino”.

Abby promete dividir o público, como fez nos jogos, mas Dever está pronta para isso: “Foi um momento de união real para mim e o meu pai jogarmos juntos. Ter isso de volta, mais de 10 anos depois… parecia destinado”.

E não vem sozinha: Isabela Merced, Young Mazino, Ariela Barer, Tati Gabrielle, Spencer Lord, Danny Ramirez, Jeffrey Wright e até a icónica Catherine O’Hara juntam-se à festa. Ou melhor, ao pesadelo.

O mundo lá fora… e o de dentro

A nova temporada não só fala sobre sobrevivência física, mas também emocional. Gabriel Luna, que regressa como Tommy (irmão de Joel), fala da “catarse” de ver a série neste momento em que o mundo real também vive conflitos profundos. “Estamos presos na roda da vingança. Pode ser partida? Será partida?”, questiona o ator.

É essa a beleza (e a dor) de The Last of Us: entre criaturas grotescas e cenários devastados, o que nos prende mesmo é a humanidade crua, despida de filtros — e os dilemas morais que nos fazem questionar tudo.

Preparem-se: a segunda temporada promete mais lágrimas, mais tensão, e, provavelmente, mais discussões com amigos sobre quem está certo. E se tudo correr bem… um ou dois episódios para gritar ao ecrã e dizer “não, NÃO, porquê?!”.

📅 “The Last of Us” – Temporada 2 estreia a 14 de abril na Max.

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“Homicídios ao Domicílio”: Renée Zellweger e Christoph Waltz juntam-se ao crime (e ao humor)

🔎🎭 O Arconia vai receber ainda mais talento de peso (e estatuetas douradas) na próxima temporada de Homicídios ao Domicílio. A quinta temporada da série de comédia policial da Hulu (em Portugal disponível via Disney+) já está em rodagem e prepara-se para ser a mais estrelada de sempre, com a entrada em cena de Renée Zellweger e Christoph Waltz.

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Sim, leste bem: dois vencedores de Óscares vão juntar-se ao trio de detetives amadores mais carismático da televisão — Steve MartinMartin Short e Selena Gomez. Depois da presença memorável de Meryl Streep nas temporadas anteriores, a fasquia estava altíssima… mas parece que continua a subir.

Estrelas com talento criminal (no bom sentido)

Renée Zellweger, que ganhou o Óscar por Cold Mountain (2003) e Judy (2019), e Christoph Waltz, vencedor por Sacanas Sem Lei (2009) e Django Libertado (2012), são os novos rostos a juntar-se ao Arconia, aquele edifício nova-iorquino onde há sempre algo a acontecer — sobretudo homicídios e gravações de podcast.

Os detalhes das suas personagens estão guardados a sete chaves, como já é tradição nesta série. Mas se a história nos ensinou alguma coisa, é que todos os que entram no Arconia têm algo a esconder… ou a descobrir.

A entrada destes dois pesos pesados foi confirmada recentemente pelas publicações Deadline e Variety, e rapidamente ecoada pelas redes sociais da série, para delírio dos fãs.

De regresso a Nova Iorque (e ao bom velho mistério)

Depois de uma incursão por Los Angeles na quarta temporada, a ação regressa ao cenário original: o Arconia. E quem também volta — desta vez com mais protagonismo — é Téa Leoni, que apareceu pela primeira vez no episódio final da última temporada como Sofia Caccimelio, esposa de Nicky “The Neck” Caccimelio, com ligações à (fictícia) máfia Caputo.

É caso para dizer: o crime compensa… se for em forma de série de comédia criminal bem escrita.

E como não há duas sem três, o humorista Keegan-Michael Key também se junta ao elenco da quinta temporada, elevando o nível de comédia (e confusão) que já era bastante alto.

Podcast, cadáveres e uma pitada de glamour

A série, que mistura mistério, humor, e o eterno fascínio por podcasts sobre crimes reais, tem mantido um equilíbrio quase perfeito entre nostalgia (com Steve Martin e Martin Short), modernidade (Selena Gomez) e convidados de luxo. Esta nova temporada parece determinada a manter esse cocktail irresistível.

Com 10 novos episódios já em produção, espera-se que a quinta temporada estreie ainda este ano. Até lá, os fãs podem ir afiando as teorias sobre quem matou quem — e se desta vez será o Christoph Waltz com uma bengala na biblioteca… ou a Renée Zellweger com um microfone no hall de entrada.

🎙️🔍 Seja como for, uma coisa é certa: o crime nunca foi tão bem vestido.

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Portugal dá luz verde ao cinema com novo ‘cash rebate’ para 2025 — mas os bastidores ainda andam em câmara lenta

🎬 Dinheiro para filmar em Portugal? Sim, senhor! Mas com um enredo que mistura drama institucional, burocracia, orçamentos apertados e suspense à moda nacional. O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) anunciou oficialmente a abertura da primeira fase de candidaturas ao incentivo financeiro à produção cinematográfica e audiovisual de 2025, mais conhecido por ‘cash rebate’. A boa notícia? Já está aberto! A má? Ainda estamos à espera dos resultados da segunda fase… de 2024.

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Pois é. Há guiões que se escrevem sozinhos.

Um incentivo com muitos planos — e alguns cortes

Este ‘cash rebate’ é um dos trunfos mais apetecíveis para atrair filmagens e coproduções para o nosso belo rectângulo à beira-mar filmado. Com uma dotação anual de 14 milhões de euros (a dividir por duas fases), o fundo é assegurado pelo ICA em parceria com o Turismo de Portugal. E se há coisa que este país tem de sobra, é luz natural, paisagens fotogénicas e talento técnico — falta é garantir que o dinheiro chegue a horas.

Por exemplo, ainda não foi divulgada a lista definitiva dos beneficiários da segunda fase de 2024. Apenas uma versão provisória, com data de 18 de dezembro, onde já constam nomes como “Ela olhava sem nada ver”, “Hera” e “Asas”, entre outros filmes e séries que, curiosamente, já andam em fase de estreia ou final de produção. Coincidência?

O lado B do incentivo

Em novembro passado, a Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, reconheceu no Parlamento o que muitos no setor já murmuravam entre cafés e estreias: os atrasos nos pagamentos são reais. O sistema, dizem, está preso numa teia de burocracias — incluindo autorizações do Ministério das Finanças para desbloquear fundos. Uma espécie de thriller orçamental em que o dinheiro existe… mas demora a entrar em cena.

Ainda assim, o ‘cash rebate’ continua a ser um chamariz importante para produções estrangeiras. E a lista de projetos internacionais que já usufruíram do incentivo é impressionante: a série A Acólita do universo Star Wars, os filmes da Netflix A Donzela e Heart of Stone, e claro, o incontornável Velocidade Furiosa X, que fez rugir motores pelas ruas de Portugal.

Há mais no menu: o ‘cash refund’

Para produções mais ambiciosas — daquelas com efeitos especiais e orçamento à Hollywood — existe ainda o ‘cash refund’, com um valor máximo de 20 milhões de euros e requisitos mais robustos: é preciso gastar pelo menos 2,5 milhões de euros em território nacional.

Em 2024, foi a estreia deste segundo incentivo. Foram requisitados 11 milhões, ficando 9 milhões na prateleira. Em 2025, já foram pedidos 7,4 milhões, sinal de que há vontade — e talvez uma ou outra superprodução à espreita.

E agora?

Com a primeira fase do ‘cash rebate’ de 2025 oficialmente a decorrer (durante um mês), a segunda fase deverá abrir até 30 de setembro. Resta saber se desta vez os processos vão ser mais rápidos e menos kafkianos.

Portugal já provou que tem tudo para ser um estúdio de luxo à escala europeia. Agora só falta que a máquina burocrática acompanhe o talento dos profissionais e o potencial das paisagens. Que venha o próximo take — com menos drama nos bastidores, se faz favor.

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Se quiseres, posso criar também uma imagem para ilustrar o artigo — por exemplo, uma claquete com notas de euro a sair, ou uma equipa de filmagens com papéis à espera de aprovação burocrática. Avanço?

Hollywood Vai a Jogo em Las Vegas: CinemaCon 2025 Pode Ser a Última Cartada

🎰 Las Vegas chama e Hollywood responde. Mas não é para apostar nas slot machines: é para tentar salvar um ano que já parece um filme de terror. A CinemaCon — o maior evento anual da indústria cinematográfica — arrancou esta segunda-feira no Caesars Palace com um objectivo claro: devolver esperança (e bilheteiras gordas) aos donos de salas de cinema e aos fãs de grandes estreias.

📉 A verdade é dura: 2025 começou com mais tropeções do que uma personagem secundária em filme de acção. Entre fracassos como a nova “Branca de Neve” da Disney, o Capitão América que ninguém pediu e o enigmático “Mickey 17” (onde nem Pattinson conseguiu salvar o dia), a indústria arrecadou 1,3 mil milhões de dólares na América do Norte… 7% abaixo do já fraco início de 2024.

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E tudo isto depois de um 2023 com greves históricas de argumentistas e actores. O lema não oficial da indústria tornou-se: “Aguenta até 2025”. E agora que 2025 chegou, todos olham para Las Vegas como quem espreita o número da sorte na roleta.


🎬 Cartaz com promessas (e muita pressão)

A primeira apresentação ficou a cargo da Sony Pictures, a casa do “Homem-Aranha”, que já nos habituou a boas surpresas. Mas os olhos também estão postos noutros pesos pesados que vão subir ao palco esta semana:

• Amazon MGM: depois de comprar a saga James Bond por uns trocos (cof cof… mil milhões), o estúdio promete mostrar as cartas para o futuro do 007 — agora com novos produtores ao leme.

• Warner Bros.: está a precisar desesperadamente de um “do-over” após a queda livre de Mickey 17 e The Alto Knights, com Robert De Niro. Mas entre Superman (reboot fresquinho) e o novo filme de DiCaprio (One Battle After Another), pode ser que ainda haja salvação.

• Paramount: tradição é tradição, e lá virá mais um Missão: Impossível. A questão do costume: Tom Cruise vai saltar do tecto do Caesars Palace ou não?

• Universal: traz de volta dinossauros e bruxas com novas entradas nas sagas Mundo Jurássico e Wicked.

• Lionsgate: o arsenal dos John Wick continua a crescer, e Keanu Reeves nunca se atrasa… excepto quando o guião exige.

• Disney: encerra o evento com as suas eternas galinhas dos ovos de ouro — Marvel e Avatar. Mas depois de algumas escorregadelas recentes, todos estão atentos ao que vai revelar (e com que confiança o fará).


🎞️ Apostas altas, nervos à flor da pele

A expectativa é clara: os donos das salas querem razões para voltar a acreditar. Afinal, nem mesmo os blockbusters estão a conseguir cumprir os mínimos. Em muitos casos, nem chegam perto de recuperar os orçamentos astronómicos investidos — e isso sem contar com campanhas de marketing dignas de presidentes dos EUA.

CinemaCon serve também de termómetro: será que o público está farto de super-heróis? Será que o futuro está nas sequelas ou nas histórias originais? E acima de tudo, será que Hollywood ainda sabe o que os espectadores querem ver?


🍿 O que esperar a seguir?

O que sair desta semana em Las Vegas vai moldar o resto de 2025 — e, muito possivelmente, a forma como Hollywood se adapta aos novos tempos. O streaming continua a morder os calcanhares das salas, os orçamentos têm crescido mais do que as receitas, e os espectadores… bem, esses parecem cada vez mais difíceis de conquistar.

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Por agora, resta-nos ficar atentos às luzes de Las Vegas — e esperar que desta vez, a sorte esteja do lado da indústria.

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