Acordo Nuclear: Diplomacia, Emoções e Segredos no Coração das Negociações EUA-Irão

A nova minissérie que estreia a 4 de novembro no TVCine Edition promete seis episódios de tensão política e dilemas morais — onde o silêncio é a arma mais perigosa.

A diplomacia raramente é feita de gestos grandiosos — mais frequentemente, joga-se no olhar, na pausa e nas palavras que ficam por dizer. É esse o território de O Acordo Nuclear, a nova minissérie que estreia terça-feira, 4 de novembro, às 22h10, no TVCine Edition (também disponível no TVCine+), e que mergulha nas complexas negociações entre os Estados Unidos e o Irão durante o histórico processo nuclear de 2015.

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Realizada por Jean-Stéphane Bron, a série combina intriga política com drama humano, mostrando o que acontece quando o dever colide com o coração — e quando uma única palavra pode mudar o rumo da história.

Entre o dever e a memória

A protagonista, Alexandra Weiss, é uma diplomata suíça veterana, habituada a servir como ponte entre potências inimigas. Desta vez, é chamada a mediar as negociações nucleares entre Washington e Teerão, numa altura em que o fracasso pode significar um colapso diplomático global.

Mas o que começa como uma missão de mediação transforma-se num teste pessoal. A chegada de Payam Sanjabi, um engenheiro nuclear iraniano com quem Alexandra partilhou um passado íntimo, abala o seu equilíbrio profissional e emocional. Dividida entre a neutralidade que o cargo exige e as recordações que o reencontro desperta, Alexandra vê-se num jogo em que a verdade tem sempre dois lados — e ambos são perigosos.

Realismo e tensão em cada gesto

Com Veerle BaetensJuliet StevensonArash MarandiAlexander Behrang Keshtar e Moshem Mahdavi nos papéis principais, O Acordo Nuclear distingue-se pelo realismo e pela subtileza da encenação. Ao longo dos seis episódios, a série explora o quotidiano das negociações internacionais com precisão cirúrgica — reuniões à porta fechada, espionagem velada, pressão mediática e decisões que se jogam nos bastidores.

Jean-Stéphane Bron (reconhecido pela sua sensibilidade documental e pela atenção ao detalhe político) cria aqui um thriller diplomático elegante, onde o suspense não vem de tiros ou perseguições, mas da incerteza moral e da manipulação silenciosa.

Um retrato da diplomacia como campo de batalha

Mais do que uma série sobre política, O Acordo Nuclear é uma reflexão sobre o poder — o poder de convencer, de mentir, de manter a calma quando tudo ameaça ruir. Entre a neutralidade suíça e as rivalidades internacionais, o argumento constrói um mosaico de interesses, memórias e dilemas que ecoam o mundo real, onde as guerras são travadas tanto com palavras como com armas.

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Com um tom contido, mas emocionalmente intenso, a série promete tornar-se um dos grandes destaques do outono televisivo, especialmente para quem aprecia produções com o peso e a densidade de dramas como Le Bureau des Légendes ou Homeland.

Estreia: 4 de novembro | 22h10 | TVCine Edition e TVCine+

Novos episódios: todas as terças-feiras à mesma hora

As Grandes Estreias de Novembro no Disney+: De The Beatles Anthology a O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

O mês de novembro traz uma verdadeira maratona de novidades ao Disney+, com regressos aguardados, produções originais e clássicos restaurados — do rock dos Beatles à magia da Marvel.

O mês de novembro promete ser especial para os subscritores do Disney+, com um catálogo recheado de estreias, regressos e surpresas que atravessam géneros e gerações. Da aventura épica da Marvel à nostalgia dos Beatles, passando por documentários comoventes e comédias natalícias, o serviço de streaming prepara um calendário que combina espetáculo, emoção e boas histórias.

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⚖️ All’s Fair (4 de novembro)

Abrindo o mês, chega All’s Fair, uma série dramática sobre um grupo de advogadas de divórcios que abandona um escritório dominado por homens para fundar a sua própria firma. Inteligentes, ferozes e complexas, elas enfrentam separações mediáticas e dilemas morais, num retrato afiado do poder feminino em ambientes de alta tensão.

🦸‍♂️ O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (5 de novembro)

Primeira Família da Marvel regressa com estilo retro-futurista e muito coração.

Reed Richards, Sue Storm, Johnny Storm e Ben Grimm enfrentam a ameaça colossal de Galactus e do Surfista Prateadonuma história que mistura ficção científica, ação e laços familiares. Visualmente inspirado nos anos 60, o filme é apontado como um dos mais originais da nova fase da Marvel Studios.


💍 A Vida Secreta das Esposas Mórmones – Temporada 3 (13 de novembro)

O fenómeno #Momtok regressa com novos segredos, traições e escândalos. As protagonistas enfrentam crises de amizade e moralidade enquanto a fronteira entre a realidade e a ficção se esbate. Uma temporada marcada por revelações e conflitos que testam a lealdade e a fé de todas

🎄 Um Natal Muito Jonas Brothers (14 de novembro)

Kevin, Joe e Nick enfrentam o maior desafio das suas vidas: conseguir chegar a casa a tempo do Natal. Entre voos cancelados e reencontros inesperados, o trio redescobre o valor da família e do espírito natalício nesta comédia musical cheia de novas canções e participações especiais.

🚗 Chris Hemsworth: Aventura na Estrada (24 de novembro)

Num registo intimista e surpreendente, o astro de Thor troca o martelo por um volante. Após o diagnóstico de Alzheimer do pai, Chris Hemsworth embarca com a família numa viagem de memória e reconexão, explorando a ciência das relações humanas e o poder das lembranças. Um documentário pessoal e comovente.

🎸 The Beatles Anthology (26 de novembro)

Um dos maiores lançamentos do mês: a icónica série documental sobre os Beatles, agora restaurada pela equipa de Peter Jackson, regressa com um novo nono episódio e material inédito de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

A série revisita a ascensão meteórica da banda, os bastidores da Beatlemania e o impacto cultural que transformou a música para sempre.

🎬 Outros destaques do mês

Além das grandes estreias, o Disney+ reforça o seu catálogo com filmes e séries ideais para todos os públicos:

  • Saga A Múmia (1 de novembro) — quatro filmes para reviver aventuras clássicas;
  • Ronaldo (1 de novembro) — o documentário que mostra o lado humano do futebolista português;
  • Um Dia Ainda Mais Doido (12 de novembro) — Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis trocam novamente de corpos na sequela da comédia de 2003;
  • A Mão Que Embala o Berço (19 de novembro) — thriller psicológico baseado no clássico dos anos 90;
  • Disney’s Hulu’s Family Guy’s Hallmark Channel’s Lifetime’s Familiar Holiday Movie (28 de novembro) — uma paródia natalícia que promete gargalhadas entre clichés e espírito festivo.

🌍 Um catálogo cada vez mais diverso

Com títulos como Love + War (7 de novembro), Professor de Inglês – Temporada 2 (19 de novembro) e Will Trent – Temporada 3 (26 de novembro), o Disney+ continua a apostar em conteúdos variados e de qualidade.

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Entre nostalgia, super-heróis, drama e música, novembro será um mês de luxo na plataforma — perfeito para quem gosta de boas histórias contadas com emoção, humor e espetáculo.

A House of Dynamite: Autenticidade em Jogo — Kathryn Bigelow Defende-Se Face às Críticas do Pentagon

O novo filme de Kathryn Bigelow sobre uma ameaça nuclear desafia o discurso oficial dos EUA sobre defesa antimíssil — e desperta um debate entre realismo cinematográfico, factos militares e a ficção.

Quando vemos um filme sobre a eventualidade mais catastrófica possível — uma bomba nuclear lançada contra o solo americano — podemos perguntar: quão próximo da realidade está este retrato? Em A House of Dynamite, Kathryn Bigelow e o argumentista Noah Oppenheim traçam exactamente esse cenário — e provocam uma forte reacção das autoridades norte-americanas.

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No filme, vemos um míssil intercontinental ser lançado, o sistema de defesa americano lançar interceptores e… falhar. Um dos personagens declara que o sistema só tem cerca de “50 % de hipóteses” de o abater. A Missile Defense Agency (MDA), agência dentro do Pentágono, reagiu com uma nota interna, já obtida pela Bloomberg, afirmando que “os interceptores apresentaram uma taxa de precisão de 100 % nos testes durante mais de uma década”.  

O lado oficial: “Não reflete a realidade”

O Pentágono, via MDA, considera que o filme distorce a realidade. A nota interna realça que, embora o filme possa “ser convincente” e “destinado ao entretenimento”, a realidade dos testes falhos é muito diferente.  Adicionalmente, afirma que o sistema de defesa antimíssil dos EUA continua “um componente crítico da estratégia nacional de defesa”.  

Este tipo de reacção não é inédita: sempre que o cinema aborda temas militares sensíveis, a colaboração ou o desacordo com o Pentágono torna-se central na recepção pública da obra.

O lado dos realizadores: “Queremos realismo, não propaganda”

Por outro lado, Kathryn Bigelow defende que A House of Dynamite segue uma lógica de realismo intenso. Tal como afirmou à The Guardian:

“Para mim, são peças que se inclinam fortemente para o realismo. Convidas o público para algo quase secreto — a sala de controlo do STRATCOM, por exemplo. Queres que seja autêntico e honesto.”  

O argumentista Noah Oppenheim reforça-o:

“Falámos com muitos especialistas em defesa de mísseis… todos em registo. Achamos que o nosso retrato era bem preciso.”  

Para Bigelow, a recusa de consultar directamente o Pentágono foi intencional — sinal de independência criativa.

“Senti que precisávamos de ser mais independentes”, disse.  

Onde está o “realismo” e onde começa a “licença artística”?

  • A favor do realismo: O filme retrata com rigor espaços normalmente inacessíveis — bases de mísseis, centros de comando, salas de crise. Consultores militares e ex-oficiais confirmaram que os cenários, o tempo de reacção (em torno dos 18-30 minutos), e a pressão humana são registados com fidelidade.  
  • Pontos de tensão: Alguns especialistas sugerem que a figura de “50-61 % de interceptação” apresentada no filme é uma simplificação — num contexto real seria necessário prever múltiplos mísseis, enganos (decoys) e ações coordenadas.  

Neste sentido, a crítica do Pentágono baseia-se sobretudo no dado “100 % de testes” que a agência apresentou, enquanto os cineastas sustentam que esses números são fruto de seleções restritas, sob condições controladas, e não são necessariamente representativos de um cenário real de guerra.  

Por que este confronto importa?

Porque o filme ultrapassa o entretenimento: insere-se no debate público sobre defesa nuclear, dissuasão, investimento em mísseis versus diplomacia. O senador Edward Markey escreveu que o filme é “um claro ‘wake-up call’” para a fragilidade da defesa americana.  

Em última análise, a tensão entre Hollywood e o Pentágono revela-se como uma luta por narrativa: quem define “o real” quando se fala de guerra, tecnologia e ameaça nuclear? Bigelow aposta que o cinema pode provocar conversa — e, eventualmente, política. Ela afirmou:

“A cultura tem o potencial de impulsionar a política — e se houver diálogo sobre a proliferação de armas nucleares, isso é música para os meus ouvidos.”  

A House of Dynamite é tanto thriller de alto risco como documento de reflexão. Entre uma agência militar que defende que “temos tudo sob controlo” e cineastas que retratam uma falibilidade sistemática, o filme torna-se campo de batalha de realismo versus narrativa. Independentemente de quem “tem razão”, o impacto está: provocar questionamento. E, talvez, inspirar a reacção que uma superpotência não queria ver — mas que todos precisávamos de confrontar.

Ana de Armas “na fossa” após fim do namoro com Tom Cruise

A relação entre as duas estrelas de Hollywood chegou ao fim após nove meses, e fontes próximas dizem que a atriz está “dececionada”, mas a tentar seguir em frente.

O romance entre Ana de Armas e Tom Cruise chegou ao fim — e, segundo amigos próximos da atriz, o desfecho deixou a estrela cubana “na fossa” e “deprimida”. A notícia, avançada pelo Daily Mail, apanhou muitos fãs de surpresa, já que o casal parecia viver uma fase serena e discreta, longe dos holofotes.

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Uma fonte revelou ao jornal britânico que Ana de Armas “pensava que este ano seria muito diferente” e está “desapontada com a forma como tudo terminou”. Ainda assim, garante que a atriz “sabe que as coisas vão melhorar e está a seguir em frente”, mantendo “uma relação de amizade” com o protagonista de Top Gun.

Um romance discreto, mas repleto de gestos românticos

Os dois começaram a ser vistos juntos no início do ano, na véspera do Dia dos Namorados, em Londres. Pouco depois, foram fotografados a sair de um helicóptero pilotado pelo próprio Cruise — uma imagem digna de um dos seus filmes de ação.

Em maio, surgiram juntos na festa dos 50 anos de David Beckham, e Ana chegou a aparecer numa fotografia partilhada por Victoria Beckham nas redes sociais, o que parecia confirmar que a relação era levada a sério.

Durante o verão, o casal passou férias em Menorca, onde, segundo fontes citadas pela imprensa britânica, o ator de Missão: Impossível mostrou o seu lado mais romântico.

“O Tom é extremamente atencioso. Envia flores, oferece livros, joias e roupas. É o seu modo de mostrar carinho”, revelou um amigo do casal.

Outra fonte acrescentou que o presente mais valioso que Cruise ofereceu à atriz foi “a liberdade de viajar para qualquer lugar do mundo a qualquer momento” — um luxo que, diz quem os conhece, Ana de Armas “adorava”.

O fim inesperado

Apesar dos gestos de afeto e da cumplicidade aparente, a relação não resistiu à intensidade das agendas e ao peso da exposição mediática. Após cerca de nove meses juntos, o casal separou-se de forma amigável, mas a notícia abalou a atriz, que vive agora um período de introspeção.

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Ainda assim, quem a conhece garante que Ana de Armas mantém o otimismo que a caracteriza e está pronta para retomar o foco na carreira — que continua em ascensão, depois de papéis marcantes em Blonde e No Time to Die.

Hollywood pode ter-lhe tirado um romance, mas dificilmente lhe roubará o brilho.

Ballad of a Small Player — Estilizado, Hipnotizante… Mas Um Oásis com Falhas no Deserto de Macau

O novo filme de Edward Berger com Colin Farrell arrisca alto: casino de luxo, lutador em queda livre, visuais estridentes — os elogios são visíveis, mas tantas críticas também se acumulam.

Quando um realizador vindo de triunfos como All Quiet on the Western Front e Conclave decide mergulhar no mundo decadente dos casinos de Macau, o resultado só podia ser visualmente arrebatador. Em Ballad of a Small Player, Edward Berger cria um universo de néons, espelhos e vício, onde o glamour se mistura com a ruína. A premissa é sedutora: um homem à beira da falência, preso entre a culpa e o desejo de redenção, joga literalmente a sua vida numa mesa de baccarat.

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O protagonista é Lord Freddy Doyle, interpretado por Colin Farrell num registo de exaustão elegante e decadência trágica. Doyle é o típico jogador de alto risco que acredita que “a próxima mão” o salvará — e Berger filma essa crença com um esplendor que beira o alucinatório. Os corredores intermináveis de hotel, as luzes a pulsar sobre o vazio e o reflexo de Doyle no vidro são quase metáforas visuais de um homem que já não distingue sorte de ilusão.

Mas se há quem veja neste filme uma hipnose visual digna de aplauso, outros olham e só veem um oásis no deserto — belo, mas vazio.

🎲 O que entusiasma

O desempenho de Colin Farrell é, unanimemente, o ponto mais elogiado. Para o Gold Derby, trata-se de “uma das interpretações mais contidas e fascinantes” da carreira do actor. Farrell dá corpo a um homem perdido, sem redenção nem esperança, e fá-lo com um olhar que vale mais do que qualquer diálogo.

A fotografia de James Friend é outro trunfo: Macau nunca pareceu tão cinematográfico — um palco de luz e sombra, onde o luxo e a solidão coexistem. As cores saturadas, os planos amplos e os reflexos infinitos criam um ambiente de sonho febril.

E há mérito na ambição de Berger. Depois de explorar o horror da guerra e os bastidores do Vaticano, o realizador aposta agora numa reflexão sobre o vício e a identidade — um “estrangeiro” perdido num Oriente que o engole, preso entre o estatuto e a autodestruição. É, como nota o The Guardian, “uma tentativa corajosa de filmar a espiritualidade do desespero”.

⚠️ O que compromete

O entusiasmo visual, contudo, não esconde as fragilidades narrativas. O Time classificou o filme como “mais estilo do que substância”, chamando-o “moderadamente interessante, mas emocionalmente distante”.

De facto, o argumento de Rowan Joffé, baseado no romance de Lawrence Osborne, salta etapas fundamentais: há pouco tempo para conhecer Doyle antes de o ver em colapso, e quase nenhuma construção emocional que justifique a sua queda. O resultado é um filme que deslumbra, mas raramente comove.

Alguns críticos, como o Financial Times, foram ainda mais duros: “É uma aposta visual com retorno emocional negativo.” O filme aspira a ser um estudo de personagem, mas acaba preso num ciclo de repetição e vazio existencial que pouco acrescenta ao género.

🧭 Em resumo

Ballad of a Small Player não é um erro — longe disso. É uma obra esteticamente poderosa, que confirma Edward Berger como um realizador de olhar sofisticado e domínio técnico. E é também um veículo sólido para Colin Farrell, que reafirma aqui o seu estatuto de actor camaleónico e magnético.

Mas o filme também exige mais do que dá: a promessa de profundidade dissolve-se no luxo das imagens, e a emoção que se espera de uma história sobre ruína e redenção nunca chega a emergir por completo.

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Para quem aprecia cinema de atmosfera, feito de textura, ritmo e mistério, há muito para admirar. Para quem procura uma história com pulso, emoção e consistência dramática, a jogada de Berger talvez deixe a sensação de uma vitória moral, mas uma perda artística.

Um belo risco, uma mão visualmente brilhante — mas, no fim, talvez Doyle (e Berger) fiquem a perder para a casa.

The Witcher 4: Críticos e Fãs Arrasam a Nova Temporada — “O Feitiço Virou-se Contra o Feiticeiro”

A estreia de Liam Hemsworth como Geralt de Rivia não convenceu quase ninguém. Com 17% de aprovação do público, a quarta temporada é um dos maiores desastres recentes da Netflix.

O feitiço que um dia encantou o público mundial parece ter-se quebrado. A quarta temporada de The Witcher chegou à Netflix… e foi recebida com uma mistura de desilusão, frustração e saudade. No Rotten Tomatoes, a série regista 53% de aprovação da crítica e uns devastadores 17% por parte do público — um resultado quase histórico para uma produção deste calibre.

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Grande parte do descontentamento está centrada na saída de Henry Cavill, o carismático intérprete de Geralt de Rivia, substituído por Liam Hemsworth. E os fãs não perdoaram. Nas redes sociais multiplicam-se os comentários de quem considera que a série “perdeu a alma”, e que o novo Geralt “simplesmente não é o mesmo”.

Mesmo entre críticos profissionais, o consenso é duro: Hemsworth “faz o possível”, mas a química, o peso e a presença de Cavill são insubstituíveis.

O caos narrativo e a perda de identidade

Para lá do elenco, o enredo da quarta temporada também está a ser duramente criticado. Muitos espectadores descrevem a narrativa como confusa e desorientada, com mudanças de tom bruscas e um ritmo irregular.

Alguns apontam que a série “se perdeu nas suas próprias tramas”, tentando equilibrar demasiadas linhas narrativas e esquecendo o que tornava The Witcher especial: o equilíbrio entre drama humano, ação épica e misticismo sombrio.

“O problema não é apenas a ausência de Cavill — é a sensação de que ninguém sabe bem para onde a história vai”, resumiu um utilizador no Reddit, ecoando o sentimento geral.

Entre memes e lamentos: o público reage

Nas redes sociais, a revolta é global. No X (antigo Twitter) e no TikTok, multiplicam-se vídeos de fãs comparando cenas de Cavill e Hemsworth, com títulos como “Quando o Witcher se tornou um feiticeiro genérico”.

A sensação dominante é de nostalgia por uma série que já não existe. “Já não é The Witcher, é apenas mais uma fantasia cheia de efeitos e sem coração”, escreveu um crítico no IGN.

Netflix confirma quinta e última temporada

Apesar da receção fria, a Netflix já confirmou a quinta temporada, que servirá de desfecho para a saga. É a última oportunidade para Geralt — agora nas mãos de Hemsworth — reconquistar o público e terminar com dignidade uma das séries de fantasia mais influentes da última década.

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Mas, para já, o feitiço parece mesmo ter-se virado contra o próprio Witcher.

Stranger Things 5: O Fim Está Próximo — Hawkins em Caos Total no Trailer da Última Temporada

A Netflix revelou o aguardado trailer da quinta e última temporada de Stranger Things, que estreia a 26 de novembro. A batalha final contra Vecna promete ser a mais épica — e a mais sombria — de todas.

Os fãs esperaram, especularam e teorizaram. Agora é oficial: o trailer da quinta temporada de Stranger Things já está entre nós, e promete uma despedida à altura da série que redefiniu o entretenimento televisivo dos últimos dez anos.

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“Preparem-se, nerds. A batalha final contra Vecna está a chegar”, avisa a Netflix. E o aviso não é exagero. No vídeo, o grupo de Hawkins volta a reunir-se para enfrentar a ameaça mais devastadora que já surgiu — com a cidade sob quarentena militar e o mundo literalmente “virado do avesso”.

https://twitter.com/NetflixPT/status/1983882056678441093?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1983882056678441093%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=about%3Asrcdoc

Um início em puro caos

Desta vez, nada começa com bicicletas nem aulas de ciências. “Acho que o que torna esta temporada única é que começa um pouco no caos”, explicou Ross Duffer, co-criador da série, em entrevista ao Tudum. “Os nossos heróis perderam no final da quarta temporada. Normalmente, mostramos primeiro a vida normal deles e só depois introduzimos o elemento sobrenatural. Mas, neste caso, a história começa a todo o vapor desde o início.”

O irmão e co-criador Matt Duffer acrescentou: “Nada em Hawkins é normal agora. Com o confinamento, os movimentos deles são restritos e há câmaras tipo Big Brother em todo o lado.”

Um final épico, mas com o mesmo coração

O produtor executivo Shawn Levy, que também realiza dois episódios da nova temporada, garante que esta será a temporada mais ambiciosa em termos de escala e emoção.

“A ação está a um nível nunca visto, os efeitos visuais estão igualmente impressionantes, mas o núcleo emocional continua o mesmo”, disse Levy. “Mesmo à medida que a narrativa se torna mais épica, continua ancorada nestes personagens que adoramos.”

E é precisamente esse equilíbrio — entre o terror sobrenatural e a ternura das relações — que tem feito de Stranger Things um fenómeno global desde a sua estreia em 2016.

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O calendário do adeus

A Netflix confirmou que a despedida será dividida em três partes:

  • 26 de novembro: Estreia dos primeiros quatro episódios;
  • 26 de dezembro: Chegada de três novos episódios, como prenda de Natal para os fãs;
  • 1 de janeiro de 2026: O episódio final, que encerrará definitivamente a saga.

A contagem decrescente para o adeus a Eleven, Mike, Dustin, Lucas e companhia já começou — e, se o trailer for indicação do que aí vem, Stranger Things 5 será o equivalente emocional a uma supernova: brilhante, devastadora e impossível de esquecer.

Ethan Hawke Recorda a Maior Lição Que Aprendeu com Robin Williams em Dead Poets Society

O actor de Before Sunrise lembra-se do momento em que percebeu que o verdadeiro talento está na liberdade de criar — sem pedir permissão.

Há lições que não vêm dos livros — e Ethan Hawke aprendeu uma delas com Robin Williams. O actor recordou recentemente as filmagens de O Clube dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989), um dos marcos do cinema dos anos 80, e revelou o impacto que o colega de elenco teve na sua formação artística.

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Em entrevista retrospectiva sobre a sua carreira, Hawke contou que, durante as filmagens do clássico de Peter Weir, ficou impressionado com a forma livre e espontânea com que Williams abordava o trabalho:

“Robin Williams não seguia o guião. E eu não sabia que isso era possível. Se ele tinha uma ideia, simplesmente fazia. Não pedia permissão. Foi como abrir uma nova porta na minha cabeça.”

Improvisar é uma forma de pensar

Para Hawke, a experiência foi uma revelação: a constatação de que a criatividade não precisa de regras fixas. O jovem actor, então com 18 anos, viu Williams transformar cada cena num momento vivo, muitas vezes reinventando o texto e desafiando o próprio realizador.

Mas, longe de se criar tensão, Peter Weir — o cineasta australiano responsável também por Witness e The Mosquito Coast— aceitava e até encorajava essa liberdade.

“Peter gostava, desde que alcançássemos os mesmos objectivos do guião”, explicou Hawke. “Tinham formas de trabalhar muito diferentes, mas respeitavam-se. Não resistiam um ao outro. E isso era empolgante.”

Para Hawke, essa colaboração entre dois artistas tão distintos foi uma verdadeira aula sobre o poder da criação colectiva:

“É assim que surgem as grandes colaborações — quando não precisas de ser igual ao outro, nem de o odiar por ser diferente. O filme torna-se maior do que a visão de uma só pessoa.”

Uma dupla improvável, mas mágica

Hawke descreve Peter Weir como “um verdadeiro mestre artesão”, alguém com uma disciplina quase espiritual no modo de filmar. E sublinha o desafio que foi dirigir Robin Williams — um génio da comédia a dar os primeiros passos no drama.

“Ver o Peter dirigir o Robin… isso não se esquece. Eu estava ali, a quatro passos de distância, a vê-los discutir sobre performance. Foi uma daquelas experiências que te ficam gravadas para sempre.”

O resultado todos conhecem: O Clube dos Poetas Mortos tornou-se um fenómeno cultural, rendendo 95 milhões de dólares nas bilheteiras dos EUA e conquistando quatro nomeações aos Óscares — incluindo Melhor Filme, Realizador e Actor (Williams). O argumento de Tom Schulman venceu a estatueta de Melhor Argumento Original.

“Carpe diem”, 35 anos depois

Décadas mais tarde, Ethan Hawke continua a carregar a lição do mestre improvável que o ensinou a “não pedir permissão” para criar.

É essa mesma ousadia que o actor — hoje estrela de filmes como Boyhood e Black Phone 2 — leva consigo, quer no cinema, quer na televisão (The Lowdown, na FX em Portugal chegará provavelmente em Dezembro).

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Tal como na célebre cena em que os alunos sobem às carteiras para homenagear o professor Keating, Hawke continua a erguer-se para celebrar o poder transformador da arte — e a liberdade que Robin Williams lhe ensinou a abraçar.

Taylor Sheridan e Peter Berg Vão Levar Call of Duty ao Cinema com a Paramount

O criador de Yellowstone e o realizador de Lone Survivor unem forças para transformar uma das maiores sagas de videojogos de sempre num épico de guerra em imagem real.

Hollywood prepara-se para mais uma ofensiva no campo das adaptações de videojogos. A Paramount confirmou que Call of Duty, a lendária série de tiros em primeira pessoa, vai finalmente ganhar uma versão cinematográfica — e nas mãos de dois pesos pesados: Taylor Sheridan (YellowstoneHell or High Water) e Peter Berg (Lone SurvivorDeepwater Horizon).

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Segundo o Deadline, Sheridan e Berg vão co-escrever o argumento, com Berg a assumir a realização e ambos a participar na produção, ao lado de David Glasser. O filme será uma parceria entre a Paramount e a Activision, com o objectivo de levar para o grande ecrã a intensidade militar e a adrenalina que tornaram Call of Duty um fenómeno global.

Uma amizade de longa data em modo de combate

Sheridan e Berg são amigos de longa data e já trabalharam juntos em filmes como Hell or High Water — nomeado para quatro Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Argumento Original — e Wind River. O estúdio acredita que esta dupla tem o perfil ideal para dar vida a um universo que combina estratégia, acção e realismo militar.

Peter Berg traz consigo uma experiência sólida no género, tendo realizado Lone Survivor, baseado em factos verídicos da guerra no Afeganistão, e a série Painkiller sobre a crise dos opioides. Sheridan, por sua vez, consolidou o seu nome com produções televisivas de sucesso como YellowstoneTulsa King e Lioness, esta última também centrada em operações de elite.

Um fenómeno de 500 milhões de cópias

Lançado em 2003, Call of Duty tornou-se a franquia de videojogos mais vendida nos Estados Unidos durante 16 anos consecutivos, com mais de 500 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. A sua popularidade atravessa gerações e plataformas, atraindo milhões de jogadores com campanhas que exploram desde a Segunda Guerra Mundial até futuros distópicos de alta tecnologia.

Com este filme, a Paramount pretende não só satisfazer os fãs mais fervorosos, mas também conquistar novos públicos através de uma narrativa cinematográfica de grande escala. Sheridan e Berg prometem uma abordagem realista e emocional, capaz de combinar espectáculo visual com o peso humano da guerra — uma marca comum no trabalho de ambos.

Sheridan muda-se para a NBCUniversal

A notícia chega pouco depois de Taylor Sheridan ter assinado um novo contrato de cinco anos com a NBCUniversal, que o afastará gradualmente dos seus projectos na Paramount. Ainda assim, o autor manteve-se empenhado em escrever e produzir Call of Duty, um dos seus últimos grandes projectos ligados ao estúdio.

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Com dois veteranos da acção e do drama à frente das operações, o filme de Call of Duty promete ser uma autêntica missão de alto risco — tanto em ambição como em escala. Se tudo correr como planeado, Hollywood pode finalmente conseguir o que muitos tentaram: uma adaptação de videojogo digna da sua legião de fãs.

Charlize Theron Prepara Novo Thriller “Tyrant” com a Amazon MGM Studios

A actriz sul-africana vai protagonizar e produzir o novo filme de David Weil, um thriller intenso passado no competitivo mundo da alta gastronomia de Nova Iorque.

Charlize Theron está prestes a regressar ao grande ecrã com um novo papel que promete combinar ambição, poder e tensão psicológica. A actriz vencedora de um Óscar está em negociações finais para protagonizar Tyrant, o novo thriller da Amazon MGM Studios, escrito e realizado por David Weil — criador da série Hunters e argumentista de Citadel.

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Segundo o Deadline, o projecto ganhou forma rapidamente após uma disputa acesa entre estúdios por um dos guiões mais cobiçados do ano. Assim que Theron demonstrou interesse, o filme entrou em modo de produção acelerada. A actriz não só será a protagonista, como também irá produzir através da sua produtora Secret Menu, ao lado de Beth Kono e A.J. Dix.

Um thriller à la Wall Street e Whiplash

Os detalhes da história permanecem envoltos em mistério, mas sabe-se que Tyrant terá “tons de Wall Street e Whiplash”, transportando essa energia competitiva e obsessiva para o universo da alta cozinha nova-iorquina. O filme promete explorar as dinâmicas de poder, ambição e rivalidade num dos meios mais implacáveis e perfeccionistas do mundo moderno — o da gastronomia de luxo.

Fontes próximas do projecto revelam ainda que há um segundo papel feminino de grande destaque a ser escalado, o que sugere que o filme contará com duas interpretações de peso no centro da trama.

Uma agenda recheada para Charlize Theron

O novo projecto junta-se a uma lista impressionante de produções da Secret Menu, entre elas o thriller Apex da Netflix (com Theron e Taron Egerton, realizado por Baltasar Kormákur), a série limitada The Quiet Tenant com a Blumhouse, e Jane, um thriller psicológico inspirado na vida de Philip K. Dick, que será realizado por Alfonso Cuarón.

Theron também vai protagonizar Two for the Money, realizado por Justin Lin, e tem presença confirmada no épico The Odyssey, de Christopher Nolan, previsto para o próximo verão.

David Weil: o novo nome quente de Hollywood

David Weil, conhecido pelo seu olhar cinematográfico sobre temas de poder e moralidade, tem vindo a consolidar o seu estatuto em Hollywood. Além de Tyrant, o argumentista está a escrever Extraction 3 para a Netflix e desenvolve um filme sobre o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich, em colaboração com o realizador Edward Berger (Conclave).

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Com Tyrant, Weil e Theron parecem apostar numa mistura explosiva de drama psicológico, crítica social e suspense estilizado — uma receita perfeita para mais um sucesso de bilheteira e, quem sabe, de prémios.

De Following a Oppenheimer: Como Christopher Nolan Transformou Cada Dólar em Cinema

Dos seis mil dólares de estreia ao império multimilionário de bilheteiras — exploramos quanto custaram (e quanto renderam) os filmes do realizador mais cerebral de Hollywood.

Poucos realizadores contemporâneos conseguem equilibrar o génio artístico com o sucesso comercial como Christopher Nolan. O britânico que começou a filmar nas ruas de Londres com uma câmara emprestada é hoje um dos nomes mais rentáveis (e respeitados) do cinema mundial.

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Mas quanto custam afinal os filmes de Nolan? E quanto é que renderam nas bilheteiras?

A resposta conta uma história fascinante: a de um cineasta que nunca teve medo de pensar em grande — mesmo quando o mundo inteiro estava em pausa.

Um início modesto, uma ascensão meteórica

Tudo começou com Following (1998), um thriller noir filmado ao fim-de-semana com amigos e um orçamento ridículo: seis mil dólares. Resultado? Um pequeno sucesso de culto que abriu as portas a Memento (2000). Feito por “apenas” nove milhões, o filme arrecadou mais de 40 milhões e tornou Nolan numa das vozes mais originais de Hollywood.

Depois veio Insomnia (2002), já com Al Pacino e Robin Williams, que custou 46 milhões e fez 113 milhões — a confirmação de que o realizador podia jogar no campeonato dos grandes estúdios.

O salto seguinte foi monumental: Batman Begins (2005) redefiniu o cinema de super-heróis, custou 150 milhões e faturou 373 milhões. Mas foi The Dark Knight (2008) que o transformou em lenda — 185 milhões de orçamento, mais de mil milhões em receitas, um Óscar póstumo para Heath Ledger e o respeito eterno da indústria.

O homem que sonhava em milhões

Com Inception (2010), Nolan mostrou que um blockbuster pode ser inteligente. Feito por 160 milhões, rendeu 839 milhões — e lançou a piada recorrente: “ninguém percebeu o final, mas toda a gente pagou para o ver outra vez”.

Dois anos depois, The Dark Knight Rises ultrapassou o sucesso anterior com 1,08 mil milhões em bilheteira, apesar de custar uns respeitáveis 250 milhões.

Quando chegou Interstellar (2014), o realizador já era uma marca registada. Custou 165 milhões, arrecadou 701 milhões e tornou-se numa das odisseias espaciais mais amadas do século XXI.

Tenet: o filme que desafiou a pandemia

E então veio Tenet (2020). Orçamento: 205 milhões de dólares. Estreia: pleno auge da pandemia da COVID-19, com cinemas fechados em metade do mundo.

O resultado parecia condenado, os cépticos, os críticos e os trolls até esfregaram as mãos mas Nolan, teimoso e fiel ao cinema como experiência colectiva, insistiu numa estreia exclusiva em sala. O filme acabou por arrecadar cerca de 366 milhões — um número que, embora modesto para os padrões do realizador, foi um verdadeiro milagre dadas as circunstâncias.

Hoje, Tenet é visto como um “filme de culto moderno”: uma obra enigmática, complexa e visualmente arrebatadora que muitos consideram incompreendida na altura. A ironia? O tempo — esse mesmo que o filme manipula — acabou por lhe dar razão.

O império Nolan: o cérebro também dá lucro

O último capítulo, por enquanto, chama-se Oppenheimer (2023): 100 milhões de orçamento, 975 milhões em bilheteira e uma avalanche de prémios, incluindo sete Óscares. É a consagração definitiva de um autor que faz cinema para o grande público sem abdicar de pensar grande.

No total, os filmes de Christopher Nolan já ultrapassaram os 6,6 mil milhões de dólares em receitas mundiais.

De Following a Oppenheimer, há uma linha que os une: uma visão inabalável, uma fé absoluta no poder do cinema e uma recusa obstinada em simplificar o pensamento do espectador.

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Nolan é, em suma, uma raridade moderna: um realizador que pensa como um filósofo, filma como um engenheiro e fatura como um produtor de Hollywood.

Neve Campbell Está de Volta em “Scream 7” — Sidney Prescott Enfrenta o Seu Fantasma Mais Pessoal

O novo capítulo da icónica saga de terror estreia em Portugal a 26 de Fevereiro, com Kevin Williamson a regressar à realização e um novo Ghostface à solta.

O grito mais famoso do cinema está de volta. 🩸 A Paramount e a Spyglass divulgaram o primeiro trailer de Scream 7, o aguardado novo capítulo da saga que marca o regresso triunfal de Neve Campbell como Sidney Prescott — a sobrevivente original que há quase três décadas foge (e enfrenta) o assassino mascarado mais famoso de Hollywood.

O filme chega aos cinemas portugueses a 26 de Fevereiro, e promete devolver à série o suspense psicológico e o humor negro que tornaram o original de 1996 num clássico instantâneo.

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Sidney Prescott: um regresso com feridas antigas

Depois de anos afastada, Sidney vive agora uma vida tranquila com a filha (interpretada por Isabel May) numa pequena cidade aparentemente pacífica. Mas, como sempre, a paz é breve: um novo Ghostface ressurge, e o pesadelo recomeça. Quando a filha se torna o novo alvo, Sidney vê-se obrigada a enfrentar novamente os demónios do passado — e a proteger aquilo que mais ama.

“Este é o confronto final”, promete o trailer, que deixa antever uma mistura de nostalgia e brutalidade moderna, com ecos diretos do primeiro Scream.

Kevin Williamson assume o comando

O grande trunfo de Scream 7 está atrás das câmaras: Kevin Williamson, o argumentista que criou a saga original, regressa não só como guionista, mas também como realizador.

Williamson co-escreveu o guião com Guy Busick, a partir de uma história de Busick e James Vanderbilt, dupla responsável por Scream VI (2023), que arrecadou 166,6 milhões de dólares nas bilheteiras mundiais.

O elenco promete agradar tanto aos fãs de longa data como às novas gerações: Courteney Cox volta como Gale Weathers, acompanhada de Jasmin Savoy BrownMason GoodingAnna CampMckenna GraceJoel McHaleMichelle RandolphCeleste O’ConnorEthan Embry e Mark Consuelos, entre outros.

Um novo grito para uma nova geração

Com Scream 7, a saga que reinventou o slasher nos anos 90 promete voltar a provar que o terror pode ser inteligente, auto-referencial e, acima de tudo, divertido.

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E com Neve Campbell de volta — agora como mãe e guerreira —, a emoção e o medo ganham uma nova camada: a de uma mulher que já viu o pior… mas ainda não o suficiente.

A contagem decrescente já começou. O grito, esse, nunca passou de moda.

Fusão Entre Paramount e Skydance Leva ao Despedimento de Quase 1.000 Funcionários

A reestruturação após a fusão entre os dois gigantes de Hollywood faz parte de um plano de redução de custos superior a 2 mil milhões de dólares.

A Paramount Pictures, um dos estúdios mais emblemáticos da história do cinema, vive dias turbulentos. Quase 1.000 funcionários foram despedidos esta quarta-feira, no seguimento da fusão com a Skydance Media, empresa liderada por David Ellison. A notícia, avançada pela agência Associated Press, confirma o início de uma profunda reestruturação na nova Paramount Skydance Corporation.

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Num comunicado interno, Ellison reconheceu a dureza da decisão:

“Estas decisões nunca são tomadas de forma leviana, especialmente tendo em conta o efeito que terão nos nossos colaboradores que fizeram contribuições significativas para a empresa.”

Uma fusão bilionária com consequências humanas

A fusão, concluída a 7 de agosto, foi avaliada em cerca de 8 mil milhões de dólares (quase 7 mil milhões de euros), após mais de um ano de negociações. A operação tinha como objetivo modernizar o catálogo do estúdio, otimizar recursos e reforçar a aposta em plataformas digitais como o Paramount+.

Contudo, o processo de integração já previa cortes significativos. Em agosto, a empresa tinha anunciado um plano de 2.000 a 3.000 despedimentos, representando cerca de 10% da força laboral global da Paramount.

Os departamentos de cinema e plataformas digitais estão entre os mais afetados, segundo a agência EFE.

Redução de custos e futuro incerto

A nova direção de Ellison estima que as medidas de reestruturação permitam reduzir mais de 2 mil milhões de dólares em custos.

A estratégia pretende tornar o grupo mais competitivo num mercado em rápida transformação, marcado pelo domínio do streaming e pela queda das receitas tradicionais de cinema e televisão.

A Paramount Skydance planeia, segundo fontes internas, “otimizar o negócio” e investir em novas produções que reforcem o catálogo digital — mas os efeitos imediatos estão a ser sentidos sobretudo pelos trabalhadores.

O peso de uma era que muda

Fundada em 1912, a Paramount é um símbolo do velho e do novo Hollywood: o estúdio de clássicos como The GodfatherChinatown ou Titanic, agora reinventado numa era em que o streaming dita as regras.

A fusão com a Skydance, produtora de sucessos como Top Gun: Maverick e Mission: Impossible – Dead Reckoning, pode marcar o início de um novo capítulo — mas também o fim de uma era para muitos dos que ajudaram a construir o legado do estúdio.

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Entre o glamour das estreias e o pragmatismo financeiro, Hollywood continua a provar que, por trás da magia do cinema, há sempre o lado duro dos negócios.

Billy the Kid Chega ao Fim: A Última Temporada da Lenda do Velho Oeste

O confronto final entre Billy e o xerife Pat Garrett marca o desfecho épico da série — estreia a 3 de novembro, às 22h10, no TVCine Emotion e TVCine+.

O pistoleiro mais famoso do Oeste está de volta para o seu último duelo. Billy the Kid regressa para a terceira e última temporada, encerrando a saga do fora-da-lei mais procurado da América. A estreia acontece segunda-feira, 3 de novembro, às 22h10, no TVCine Emotion, com novos episódios todas as segundas também disponíveis no TVCine+.

Após a guerra devastadora no condado de Lincoln, Billy é agora um fugitivo em todo o Novo México. Caçado sem descanso, vê-se forçado a enfrentar não só o exército e a lei, mas também o seu antigo amigo — o xerife Pat Garrett. O que antes foi camaradagem transforma-se numa perseguição sem tréguas, culminando no inevitável confronto entre os dois homens que definiram uma era.

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Lealdade, vingança e o preço da justiça

Nesta temporada final, o foco recai sobre a relação complexa entre Billy e Garrett — dois homens separados pelo destino, mas ligados por um passado de lealdade e culpa. Enquanto Billy luta para sobreviver e preservar a sua liberdade, o xerife confronta o dilema entre a amizade e o dever.

É a derradeira corrida no deserto, onde justiça e vingança se confundem sob o sol inclemente do Velho Oeste.

Um épico assinado por Michael Hirst

A série, criada e escrita por Michael Hirst, o homem por detrás de sucessos como ElizabethOs Tudors e Vikings, mantém o seu selo de qualidade cinematográfica e rigor histórico.

Com Tom Blyth no papel de Billy the Kid e Alex Roe como Pat Garrett, a produção continua a apostar em personagens densas, conflitos morais e uma recriação autêntica da era dos pistoleiros.

Billy the Kid é mais do que uma história de tiros e perseguições — é uma reflexão sobre o fim de uma época, sobre como os heróis e vilões do Oeste se tornam, com o tempo, lendas eternas.

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Cinco Detidos Pela Morte do Neto de Robert De Niro e da Filha do Músico dos Blondie

A tragédia que abalou Hollywood ganha novos contornos: os suspeitos faziam parte de uma rede que distribuía comprimidos falsificados com fentanil em Nova Iorque.

Um ano depois da morte de Leandro De Niro-Rodriguez, neto do lendário actor Robert De Niro, e de Akira Stein, filha de Chris Stein — o co-fundador da icónica banda Blondie —, a investigação deu um passo decisivo. As autoridades norte-americanas anunciaram a detenção de cinco pessoas suspeitas de pertencerem a uma rede criminosa responsável pela distribuição de comprimidos falsificados de opioides, misturados com fentanil, uma droga sintética de potência letal.

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Segundo a ABC News, os detidos — Grant McIver, Bruce Epperson, Eddie Barreto, John Nicolas e Roy Nicolas — são acusados de integrar um esquema de tráfico que fazia circular milhares de comprimidos falsos de medicamentos como o Percocet por toda a cidade de Nova Iorque, aliciando sobretudo adolescentes e jovens adultos.

Fentanil: a epidemia invisível que continua a matar

De acordo com a acusação, as pílulas vendidas pelo grupo resultaram na morte de três jovens de 19 anos, entre eles Leandro De Niro-Rodriguez e Akira Stein. Ambos morreram em 2023, vítimas de overdose, após consumirem o que acreditavam ser analgésicos comuns. As autoridades confirmaram as identidades das vítimas, ainda que o processo judicial tenha omitido os nomes.

O caso remete para uma figura já conhecida das investigações: Sofia Marks, apelidada pela imprensa norte-americana de Percocet Princess. Marks tinha sido detida em 2023, acusada de vender as drogas que levaram à morte do neto de Robert De Niro.

O fentanil, substância cem vezes mais potente do que a morfina, continua a ser uma das principais causas de morte por overdose nos Estados Unidos. Misturado em comprimidos falsificados, é praticamente impossível de detectar — e fatal em doses minúsculas.

Tragédias com rosto

Leandro, filho da actriz Drena De Niro (filha de Robert De Niro) e do artista Carlos Rodriguez, era um jovem actor com um futuro promissor, tendo participado no filme A Star Is Born. Já Akira Stein era filha de Chris Stein, guitarrista e co-fundador dos Blondie, e de Barbara Sicuranza.

As duas mortes, que abalaram o mundo do cinema e da música, simbolizam uma crise muito maior: a banalização do consumo de comprimidos falsificados entre jovens.

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Com estas novas detenções, as autoridades esperam desmantelar parte de uma rede responsável por múltiplas mortes. Mas a dor das famílias — e o alerta sobre o fentanil — continuam mais vivos do que nunca.

Charlie Sheen Revela Como Soube Que Tom Cruise “lhe Roubou” o Papel em Nascido a 4 de Julho

O actor conta que o irmão Emilio Estevez o avisou para se sentar antes de dar a notícia — e explica por que ainda considera o trabalho de Cruise “brilhante”.

Há feridas que o tempo cura, e há outras que ficam guardadas como boas histórias para contar num talk show. Charlie Sheen reviveu recentemente uma dessas memórias ao recordar o momento em que descobriu que não seria ele, mas sim Tom Cruise, o protagonista de Nascido a 4 de Julho (Born on the Fourth of July, 1989), o filme de Oliver Stone que acabou por render a Cruise uma nomeação ao Óscar.

Na altura, Sheen vinha de dois sucessos consecutivos com Stone — Platoon e Wall Street — e acreditava que o próximo passo seria natural. “Pensei que já tínhamos acordado que eu faria o filme”, recordou o actor no programa In Depth with Graham Bensinger. O choque veio através do irmão, Emilio Estevez. “Ele liga-me e diz: ‘Estás sentado?’ Pensei que alguém tivesse morrido”, contou Sheen. “Depois ele diz: ‘Cruise vai fazer Born on the Fourth.’”

“O factor traição”

Sheen descreve o episódio com ironia, mas admite que sentiu uma pontada de desilusão. “Era o factor da traição. O Oliver tinha sido claro comigo — tivemos reuniões, jantámos com o próprio Ron Kovic. Depois deixei de ter notícias. E quando tento falar com ele, dizem-me que está em Cuba”, explicou.

Apesar da surpresa, Sheen não guardou rancor. “Não podes perder algo que nunca tiveste. Nunca assinei contrato, foi só um aperto de mão”, reconheceu. Ainda assim, houve um momento em que confrontou o realizador num bar — ambos, segundo o actor, “com uns copos a mais”. “Ele disse-me que achava que eu tinha perdido o entusiasmo pelo projecto. E eu respondi: ‘Como sabes isso, se nunca mais falámos sobre o assunto?’”

“Cruise transformou o papel”

O episódio podia ter terminado em azedume, mas Sheen optou por elogiar o trabalho de Cruise. “Quando vês o filme, percebes. Ele transformou aquilo. Não dá para dizer ‘eu teria feito melhor’. Vai à fava. Ele devia ter ganho o Óscar”, admitiu com franqueza.

O actor ainda brincou com o destino: “Se tivesse feito Nascido a 4 de Julho, talvez Major League nunca tivesse acontecido. E se não for verdade, é essa a versão em que eu acredito.”

Mais do que uma história de bastidores de Hollywood, o relato mostra um Sheen bem-humorado, ciente de que, às vezes, perder um papel pode abrir a porta para outro sucesso. Afinal, em Hollywood, o timing é tudo — e a lealdade, nem sempre.

Meg Ryan regressa à realização com O Que Acontece Depois

A eterna estrela das comédias românticas reencontra David Duchovny num filme sobre amores que o tempo não apagou

O amor pode merecer uma segunda oportunidade? É essa a questão no centro de O Que Acontece Depois, o novo filme realizado e protagonizado por Meg Ryan, que marca o seu regresso à frente e atrás das câmaras quase uma década depois de Íthaca (2015). A comédia romântica estreia na televisão portuguesa a 2 de novembro, às 21h35, em exclusivo no TVCine Top e TVCine+.

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Quando o destino insiste em juntar duas pessoas

Décadas após o fim da sua relação, Willa (Meg Ryan) e Bill (David Duchovny) reencontram-se por acaso num aeroporto. Uma tempestade de neve cancela os voos de ambos, obrigando-os a passar a noite juntos — uma noite em que o passado, o humor e a nostalgia se misturam num reencontro cheio de emoção.

Ela é espontânea e sonhadora; ele, pragmático e reservado. À medida que as horas avançam, as memórias e as feridas antigas vêm à tona, num diálogo que oscila entre o riso e a melancolia. O que começa como uma conversa de circunstância transforma-se num exercício de reconciliação, em que ambos precisam de enfrentar as versões de si mesmos que deixaram para trás.

Meg Ryan reencontra o género que a tornou inesquecível

Conhecida por clássicos como Um Amor InevitávelCity of Angels e Você Tem uma MensagemMeg Ryan regressa à comédia romântica com a mesma delicadeza e inteligência emocional que a tornaram um ícone do género. Desta vez, porém, traz consigo um olhar mais maduro sobre o amor e as segundas oportunidades — menos conto de fadas, mais verdade emocional.

Ao lado de David Duchovny, conhecido de The X-Files e Californication, Ryan constrói uma química subtil e natural que sustenta o filme do início ao fim. Entre arrependimentos, humor e reflexões sobre o tempo, O Que Acontece Depois é tanto uma história de amor como uma carta nostálgica ao próprio cinema romântico.

Uma noite, duas vidas e uma pergunta sem resposta

Será possível recomeçar de onde tudo parou? Ou há feridas que o tempo nunca cura?

Em O Que Acontece Depois, Meg Ryan prova que, às vezes, basta uma noite para percebermos o que ainda não deixámos partir.

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📺 Estreia exclusiva: Domingo, 2 de novembro, às 21h35, no TVCine Top e em TVCine+.

TVCine Edition apresenta “Documentários: Olhares Sobre o Mundo” — cinco domingos para ver o mundo com outros olhos

De 2 a 30 de novembro, o canal dedica as noites de domingo a histórias reais que atravessam fronteiras, culturas e consciências

Em novembro, o TVCine Edition convida os espectadores a viajar por diferentes visões do mundo através do ciclo “Documentários: Olhares Sobre o Mundo”, uma seleção de obras premiadas que exploram temas como identidade, liberdade, migração e arte. A iniciativa decorre de 2 a 30 de novembro, sempre aos domingos, às 22h00, com estreia exclusiva também no TVCine+.

Do interior de Portugal aos Alpes franceses, das arenas de Espanha ao Luxemburgo multicultural, este especial reúne cinco filmes que nos recordam o poder transformador do olhar documental — e a importância de ouvir as histórias que raramente chegam ao grande ecrã.

2 de novembro — Lucefece, de Pedro Leite

Filmado ao longo de mais de 20 anos, em película e revelado à mão, Lucefece é um ensaio autobiográfico que mistura política, mitologia e memórias familiares. O realizador regressa às suas origens e às conversas com o pai, ex-combatente da guerra colonial, para refletir sobre o país, a herança e o tempo. Vencedor do Melhor Filme da Competição Cinema Falado no Porto/Post/Doc 2023.

9 de novembro — Tardes de Solidão, de Albert Serra

O provocador realizador catalão Albert Serra regressa com um retrato cru e íntimo do toureiro Andrés Roca Rey, explorando a dor, a devoção e o sentido trágico da tauromaquia. O filme, filmado com o rigor quase litúrgico de Serra, venceu a Concha de Ouro no Festival de San Sebastián 2024 e desafia o público a decidir: arte ou barbárie?

16 de novembro — As Melusinas à Margem do Rio, de Melanie Pereira

Filha de emigrantes portugueses no Luxemburgo, Melanie Pereira dá voz a cinco mulheres que vivem entre dois mundos — o da memória e o da pertença. O documentário, premiado no DocLisboa e no Porto Femme, cruza mitologia e experiência pessoal numa viagem poética sobre identidade e fragmentação.

23 de novembro — Peaches Goes Bananas, de Marie Losier

Durante 17 anos, Marie Losier filmou a artista Peaches, ícone queer e pioneira do electroclash. O resultado é um retrato vibrante de uma mulher em permanente reinvenção — um hino à liberdade artística e corporal. O documentário estreou no Festival de Veneza 2024, entre elogios da crítica e aplausos de pé.

30 de novembro — O Vale, de Nuno Escudeiro

Nos Alpes franceses, migrantes arriscam a vida para cruzar a fronteira entre Itália e França. O Vale acompanha o trabalho das comunidades locais que os acolhem, mesmo sob ameaça de prisão. Um olhar comovente sobre a solidariedade em tempos de crise humanitária, realizado por Nuno Escudeiro, distinguido como Realizador Internacional Emergenteno festival canadiano Hot Docs.

Cinco domingos, cinco viagens — todas diferentes, todas necessárias.

De 2 a 30 de novembro, o TVCine Edition convida-nos a olhar o mundo, e talvez a nós próprios, com um pouco mais de empatia.

Jeff Bridges defende Tron: Ares e critica a obsessão com o box office: “Os filmes podem crescer em nós”

O veterano de Hollywood compara a receção fria de Tron: Ares à de clássicos como Heaven’s Gate, hoje vistos como obras-primas incompreendidas

Jeff Bridges regressou ao universo digital de Tron para interpretar novamente Kevin Flynn em Tron: Ares, e, apesar das expectativas comerciais não terem sido alcançadas, o ator mantém uma visão serena — e profundamente cinéfila — sobre o tema.

O novo capítulo da saga estreou nos cinemas a 10 de outubro, arrecadando 33,5 milhões de dólares nos EUA e 60,5 milhões a nível global no primeiro fim de semana. Os analistas esperavam uma abertura entre 40 e 45 milhões no mercado norte-americano e 80 a 90 milhões no total mundial. Com um orçamento estimado em 220 milhões, o filme poderá registar um prejuízo de mais de 130 milhões, caso a bilheteira global não ultrapasse os 160 milhões.

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Mas Bridges, que interpreta Flynn desde o clássico de 1982, não se deixa impressionar pelos números. Em entrevista à Entertainment Weekly, o ator comentou:

“É curioso a forma como os filmes são recebidos no fim de semana de estreia. Lembro-me de Heaven’s Gate — foi considerado um fracasso total na altura, mas hoje muita gente o vê como uma espécie de obra-prima. É interessante como certas coisas ganham novo valor com o tempo.”

“As opiniões mudam — e ainda bem”

Bridges, sempre filosófico, comparou a relação com o cinema à experiência pessoal de rever um filme que inicialmente não apreciou:

“Às vezes, eu próprio não gosto de um filme à primeira. Passado um tempo, revejo-o e penso: ‘Mas o que é que eu estava a pensar?’ Como diria o Dude: ‘That’s just, like, your opinion, man.’”

O ator recorda que Heaven’s Gate, de Michael Cimino, onde também participou, foi retirado dos cinemas após críticas negativas e fracasso nas bilheteiras, mas com o passar dos anos ganhou estatuto de filme de culto — um lembrete de que a história nem sempre é escrita pelos números do fim de semana de estreia.

O legado de Tron e o futuro da saga

Tron: Ares, o terceiro capítulo da saga, marca o regresso do universo que revolucionou os efeitos visuais nos anos 80, com Jared Leto como protagonista, ao lado de Greta LeeEvan PetersJodie Turner-SmithHasan MinhajArturo Castro e Gillian Anderson.

Apesar da receção inicial aquém das expectativas, a saga Tron sempre viveu na fronteira entre o experimental e o mainstream — um território onde, historicamente, as ideias visionárias demoram a ser compreendidas.

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Bridges parece perfeitamente ciente disso: para ele, a verdadeira medida de um filme não é a bilheteira, mas o tempo. E se há alguém que sabe esperar para ver o futuro, é Kevin Flynn — o homem que já viveu dentro do sistema.

Glen Powell enfrenta o jogo mortal em The Running Man — e pediu a bênção de Stephen King antes de entrar na arena

O clássico distópico regressa ao grande ecrã com um novo elenco e um protagonista pronto para desafiar o sistema

Num futuro dominado por um regime totalitário, onde a televisão é a última válvula de escape para as massas, existe um programa que prende o mundo inteiro ao ecrã: The Running Man. A competição é simples e brutal — durante trinta dias, concorrentes desesperados são caçados por assassinos profissionais e até por cidadãos comuns. A recompensa? Uma fortuna. A probabilidade de sobreviver? Quase nula.

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Neste universo opressivo, Glen Powell assume o papel de Ben Richards, um operário que se inscreve no jogo para salvar a mulher e a filha. O que começa como um ato de desespero rapidamente se transforma num fenómeno global: Richards torna-se o símbolo da resistência, um herói relutante que desafia o próprio sistema com astúcia, força e coragem. Mas o preço da fama é alto — e entre os seus inimigos contam-se o manipulador produtor Dan Killian (interpretado por Josh Brolin) e o implacável chefe dos caçadores McCone (Lee Pace).

Um regresso com história — e com o aval do mestre

The Running Man é baseado no romance homónimo de Stephen King, publicado em 1982 sob o pseudónimo Richard Bachman. A história, cuja ação decorre ironicamente em 2025, antecipa com inquietante precisão a obsessão moderna pela violência mediática e pela fama instantânea.

Paramount Pictures’ “THE RUNNING MAN.”

Antes de aceitar o papel, Glen Powell fez questão de contactar Stephen King para pedir o seu consentimento pessoal. O ator revelou que o autor ficou entusiasmado com a nova abordagem, mais fiel ao espírito distópico do livro original — bem diferente da célebre adaptação de 1987, protagonizada por Arnold Schwarzenegger, que transformou a história num espetáculo de ação ao estilo eighties, mais musculado do que reflexivo.

“Queria ter a certeza de que o Sr. King sabia que íamos honrar a visão original do livro, e não apenas fazer uma versão moderna do filme do Schwarzenegger”, explicou Powell.

Um elenco de luxo e uma crítica feroz à sociedade do espetáculo

O novo The Running Man conta ainda com Colman DomingoKaty O’BrianEmilia Jones e Michael Cera, num elenco que promete equilibrar adrenalina e intensidade dramática. A realização — descrita como um cruzamento entre Black Mirror e The Hunger Games — aposta numa estética moderna, brutal e profundamente política, expondo o voyeurismo e o colapso moral de uma sociedade viciada em entretenimento.

A edição portuguesa do romance chega às livrarias a 6 de novembro, publicada pela Bertrand Editora, com uma capa inspirada no poster oficial do filme, fruto da parceria entre Paramount Pictures e NOS Audiovisuais. Já o filme estreia nas salas portuguesas a 13 de novembro, em todos os formatos premium — IMAX, 4DX, D-Box e ScreenX.

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Entre o legado de Stephen King e a sombra de Schwarzenegger, The Running Man promete devolver o pesadelo mediático ao seu verdadeiro propósito: fazer-nos correr — não pela glória, mas pela sobrevivência.