
O tempo não cura todos os arrependimentos — pelo menos não para Bill Murray. Numa conversa intimista no The Howard Stern Show, o lendário actor de Ghostbusters revelou um dos maiores “e se” da sua carreira: ter recusado um convite de Clint Eastwood para entrar num dos seus filmes.
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Um convite inesperado… e um não que ainda dói
Durante a entrevista emitida a 25 de março, Howard Stern perguntou a Murray se alguma vez teve vontade de trabalhar com algum ator após ver um filme. A resposta foi imediata e cheia de nostalgia: “Estava a ver os filmes do Clint Eastwood da época, tipo ‘Thunderbolt and Lightfoot’, e pensei: o parceiro dele morre sempre, mas tem sempre uma grande cena. Pensei que queria ser esse gajo”.
Movido por esse impulso, Murray decidiu ligar diretamente a Eastwood, que o surpreendeu com uma proposta bastante concreta: protagonizar uma comédia militar, semelhante à que Murray acabara de fazer com sucesso em Stripes(1981). “Ele tinha uma ideia genial para um grande filme na Marinha, com acesso a barcos da Segunda Guerra Mundial e tudo…”, revelou Murray.
No entanto, o ator hesitou. “Quando ele me disse ‘Gostavas de fazer outra comédia militar?’, pensei ‘Quero tornar-me no Abbott do Costello?’”, explicou, com o seu típico humor ácido. E recusou.
O filme que poderia ter sido: Heartbreak Ridge
Apesar de não confirmar diretamente, é quase certo que o filme em causa era “Heartbreak Ridge – O Sargento da Força de Choque”, lançado em 1986 e realizado pelo próprio Clint Eastwood. O filme conta a história do sargento Tom Highway, um veterano dos Marines incumbido de treinar um grupo de recrutas indisciplinados — e que se tornou um clássico tardio da filmografia de Eastwood, equilibrando ação com humor e comentários sobre masculinidade e autoridade.
Murray admite hoje que aquela foi uma das poucas decisões profissionais que realmente lamenta: “Era uma produção em grande escala. Podia não ter tido a tal grande cena de morte, porque era mais comédia, mas tinha coisas fantásticas, barcos de guerra e tudo. Teria sido épico.”
E o peso do arrependimento não desapareceu. Sempre que se cruza com Eastwood, Murray faz questão de lhe pedir desculpa: “Ele já ultrapassou isso há muito tempo, claro. É um tipo resiliente.”
Recordações de Gene Hackman: “Brilhante… e muito difícil”
Durante a mesma entrevista, Murray partilhou também algumas palavras sobre o falecido Gene Hackman, com quem contracenou em The Royal Tenenbaums (2001), de Wes Anderson. Hackman faleceu recentemente, aos 95 anos, pouco tempo depois da sua esposa, e Murray não escondeu a complexidade da experiência de trabalhar com ele:
“Era realmente bom… mas também muito difícil. Os grandes atores mais velhos não dão grande margem aos jovens realizadores. Gene foi muito duro com o Wes.”
Murray revelou que muitas vezes se viu a interceder por Anderson durante as filmagens, tentando aliviar a tensão no set: “Costumava meter-me no meio para defender o meu amigo.”
Uma carreira feita de grandes momentos — e pequenos arrependimentos
Bill Murray, atualmente com 74 anos, é conhecido pela sua carreira repleta de momentos icónicos no cinema, mas também pela sua relutância em seguir carreiras tradicionais ou aceitar papéis por razões comerciais. Recusou ser Batman, recusou Rain Man e até fez jogo duro com Ghostbusters 3 durante anos.
Mas o caso com Eastwood parece ter sido diferente. Não foi falta de interesse, nem incompatibilidade artística — foi apenas uma hesitação mal calculada. E, como o próprio admite, “É uma das poucas de que me arrependo.”
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Num mundo onde os encontros entre lendas como Eastwood e Murray são cada vez mais raros, a possibilidade de uma colaboração entre os dois permanece uma fascinante nota de rodapé na história de Hollywood.
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